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Baianas de acarajé promovem ato em defesa da atividade e definição de regras para o ofício


 

Movimento reivindica  ao estado um decreto que reconheça o valor patrimonial da atividade e também chame atenção para a produção local de dendê; encontro acontece amanhã (15), às 14h, na Alba

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 14/04/2024 às 15:37:12
Baianas querem um decreto similar a lei carioca. Crédito: Nara Gentil/CORREIO

Nesta segunda-feira (15), a partir das 14h, as baianas de acarajé promovem no auditório da Assembleia Legislativa (Alba), um ato em defesa do seu ofício. O movimento pretende pressionar o estado por meio de um decreto a estimular os municípios a reconhecer o exercício da atividade como patrimônio, como defende a coordenadora nacional e presidente do conselho executivo da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), Rita Santos.

“A gente está pedindo para fazer a salvaguarda do exercício da baiana. O ato é em defesa do ofício, no sentido de que o estado faça um decreto em que todos os municípios onde tem baiana, reconheçam a atividade”.

Ainda de acordo com Rita, o movimento pretende levantar, também, questões sobre a produção insuficiente de dendê pelo estado. “Outro ponto importante da nossa manifestação vai ser falar da questão do dendê, já que hoje a Bahia só produz 2%. Os outros 98% do dendê usado pelos terreiros do candomblé e pelas baianas vêm do Belém do Pará e é um azeite que não está em conformidade com o nosso azeite para fritar o acarajé. Queremos chamar atenção do governo para rever essa situação e estimular uma produção maior”.

As baianas buscam uma regulamentação similar ao Decreto de Regularização das Baianas no Rio de Janeiro, que aconteceu em fevereiro do ano passado. A norma instituiu o Programa de Desenvolvimento Cultural Baianas do Rio de Janeiro, cujo objetivo foi promover o trabalho exercido pelas baianas de acarajé como uma atividade representativa do Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, inclusive, definindo regras para autorização e exercício da atividade.

“Queremos que o estado faça um decreto igual, ou melhor, do que aquele do Rio de Janeiro, determinando o que pode e o que não pode para exercer a profissão. Precisamos de uma maior fiscalização. No próximo ano ou, no máximo, em 2026, vamos apresentar para a Unesco a solicitação para tornara baiana de acarajé patrimônio da humanidade”, ressalta Rita.