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Baiana de três anos quebra recorde nacional após soletrar 32 palavras em um minuto


 

Pietra Garcia tinha dois anos quando realizou o feito, homologado, em agosto, pela organização RankBrasil

  • Gilberto Barbosa

Publicado em 05/09/2024 às 05:30:00
Pietra soletrou 32 palavras em um minuto. Crédito: Arquivo Pessoal

A baiana Pietra Garcia, de apenas três anos, quebrou o recorde brasileiro de soletração rápida de palavras, após soletrar 32 palavras em apenas um minuto. A conquista foi homologada pela instituição RankBrasil, que cataloga recordes nacionais, em agosto, após a mãe da pequena, a cirurgiã-dentista Amanda Garcia enviar um vídeo da pequena para a instituição no mês de maio. O vídeo foi gravado há aproximadamente um ano, quando Pietra tinha dois anos e cinco meses.

Entre as palavras soletradas, duas eram dissílabas (duas sílabas), 19 trissílabas (três sílabas) e 11 polissílabas (dez com quatro sílabas e uma com seis sílabas), com um tempo médio de soletração de 1,8 segundos por palavra.

Amanda conta que a descoberta da habilidade de Pietra com soletração ocorreu por acaso. A pequena estava assistindo um desafio do quadro Pequenos Gênios, do programa Domingão com Huck, da TV Globo, quando seus pais começaram a soletrar as palavras rapidamente para testar a capacidade de compreensão dela. Pietra não só acompanhou como passou a soletrar tão rápido que os pais passaram a ter dificuldade em entendê-la.

Além da capacidade de soletração, a pequena já compreende o inglês, espanhol e a língua brasileira de sinais (Libras), além de demonstrar interesse em atividades como pintura, anatomia, robótica e computação. A mãe de Pietra conta que as atividades são estimuladas conforme a procura da pequena.

“Quando ela começa a gostar de alguma coisa, aprende sobre aquilo muito rápido e enjoa logo depois. Sempre tivemos um quarto com objetos na altura dela, para que possa sinalizar os interesses. Com isso, vamos estimulando e criando estratégias de aprendizado", explica a mãe.

Amanda conta ainda que, quando a pequena passou a demonstrar interesse em idiomas, por exemplo, os pais começaram a se comunicar em outras línguas. "Também colamos palavras na mesa para ela visualizar e introduzimos tarefas educativas para facilitar a compreensão”, diz.

O desenvolvimento de Pietra começou a chamar a atenção antes da criança completar um ano. Ela deu os primeiros passos aos nove meses e demonstrava uma capacidade de prestar atenção nas atividades por longos períodos. Com um ano e dois meses, ela já tinha memorizado todo o alfabeto em português e inglês, começando a ler nos idiomas poucos meses depois.

“Ela ainda não soletra rapidamente em inglês, mas compreende coisas como cores, números, animais. Ela lê livros infantis, voltados para o início da alfabetização e no último mês, ela leu sete obras. Oferecemos livros com letras maiores para facilitar a concentração e o aprendizado”, completa.

Devido à precocidade da pequena, os pais procuraram um pediatra, que indicou um neuropsicólogo. Esse, por sua vez, informou aos pais a impossibilidade de realizar qualquer avaliação devido a faixa etária da criança. No entanto, o ritmo do desenvolvimento de Pietra era tão acelerado que os pais não conseguiam mais acompanhar.

“Com dois anos, ela fazia pequenas contas e começou a se interessar por Libras e espanhol. A gente não conseguia mais dar conta, então entramos em contato com uma neuropsicóloga do Rio de Janeiro, que indicou uma avaliação de superdotação, além de apoiarmos o desenvolvimento emocional e do aprendizado porque ela precisaria desse estímulo”, continua.

Uma consulta com uma neurocirurgiã especializada em superdotação atestou que Pietra possui um Quociente de Inteligência (QI) de 149. O número é considerado alto no Brasil, onde a média de QI é de 83, segundo os cientistas Richard Lynn e David Becker, no livro The Intelligence of Nations (A Inteligência das Nações, em tradução livre), de 2019.

Além disso, a pequena está entre os 0,04% de pessoas com o QI mais alto do mundo. A superdotação fez com que ela fosse reconhecida pela associação americana International Star Kids Awards (ISKA) como uma das crianças mais inteligentes do mundo. Ela também foi aceita na Intertel, organização que visa reunir pessoas com QI acima de 135.

“Ela ainda não foi a escola, então tudo que aprendeu foi em casa. Decidimos adiar um pouco por recomendação da psicóloga, visto que ela teria que entrar em uma turma de crianças mais velhas e precisaria de uma fase de adaptação. A médica disse que o ideal seria esperar até ela completar quatro anos para o processo ser mais fácil. Ainda assim, estamos sempre levando ela para passear e interagir com outras crianças”, concluiu.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela