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Bahia: cerca de 20% das prisões foram por não pagamento de pensão alimentícia


 

Mortes violentas intencionais tiveram redução de 15,6% na comparação com 2023

  • Gil Santos

Publicado em 16/09/2024 às 15:31:01
Sistema de Reconhecimento Facial da SSP. Crédito: Poliana Lima/ Ascom SSP

Cerca de 20% de todas as prisões realizada na Bahia, em 2024, foram por não pagamento de pensão alimentícia. No total, 118 pessoas foram presas por esse motivo até a sexta-feira (13). No ano passado inteiro foram 99 casos. O dado faz parte do balanço de ocorrências apresentado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), nesta segunda-feira (16). O roubo liderou os crimes no estado, correspondendo a 25,7%, e sendo seguido por homicídios (21,1%), pensão alimentícia (19,5%), tráfico de drogas (13,1%) e estupro (5,7%).

Durante a festa de réveillon, na Boca do Rio, a polícia localizou e prendeu sete homens através das câmeras de reconhecimento facial. Quatro deles estavam sendo procurados por não pagar pensão alimentícia, dois estavam foragidos há mais de um ano e todos foram para a festa para curtir. A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, afirmou que a tecnologia tem sido uma ferramenta importante nas prisões.

"São quase 650 prisões feitas através do reconhecimento facial, este ano. Nos casos de dívida de pensão alimentícia, o juiz expede o mandado e nós inserimos no sistema. Esse equipamento ajuda no cumprimento das prisões. São quase 1.880 pessoas presas desde que essa tecnologia passou a ser utilizada, sem risco nem para o indivíduo e nem para a sociedade já que não é preciso usar a força", afirmou.

Em junho, um homem que dirigia uma motocicleta foi parado por agentes da Polícia Rodoviária Federal na BR-324 e durante a checagem dos documentos os policiais localizaram um mandado de prisão pelo não pagamento de pensão. Ele foi preso em flagrante. No domingo (15), durante o jogo entre Bahia e Atlético Mineiro, um homem foi preso depois de ter sido reconhecido pelas câmeras. Ele estava sendo procurado por homicídio.

Redução

No total, 2.815 pessoas foram assassinadas na Bahia em 2024. Segundo a SSP, o número é 15,6% menor que o registrado no mesmo período do ano passado e, no geral, houve redução nas ocorrências. O roubo de veículo caiu 16%, o furto de veículo recuou 6%, roubo a ônibus diminuiu 34%, roubo de carga encolheu 36% e roubo a bancos foi 75% menor que no ano anterior. O titular da pasta, Marcelo Werner, comentou os dados.

"É resultado dos investimentos e do trabalho integrado, das ações de inteligência que alcançam lideranças em outros estados, que apreenderam 7 toneladas de drogas e quase 4 mil armas de fogo, incluindo 55 fuzis, uma arma de grosso calibre e de grande destruição. Costumo dizer que segurança pública não é só polícia, a prevenção é o melhor dos trabalhos e estamos atentos também a essa questão", afirmou.

Ele citou o uso de tecnologias, atividades educativas e de conscientização como ferramentas no enfretamento ao crime, frisou que 12.517 pessoas foram presas esse ano, uma média de 51 prisões por dia, e que esse dado foi 2,9% maior que o de 2023. No total, 78 lideranças criminosas foram localizadas, sendo que 24 estavam em outros estados e 16 faziam parte do Baralho do Crime, ou seja, eram considerados perigosos. Oito morreram em confronto.

O secretário destacou também a entrega de 72 fuzis e submetralhadoras para a Polícia Civil, a inauguração de novas unidades em Salvador e no interior do estado, a criação de núcleos de investigação, a entrega de novos equipamentos e 270 novos policiais civis nomeados.

"Não queríamos ter nenhuma morte violenta, sabemos que é o trabalho diário que vai permitir essa redução e a consciência, enquanto dever do estado e responsabilidade de todos, e tenho certeza que estamos indo no caminho certo", concluiu.