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Aumento dos preços dos remédios preocupa baianos: ‘A saída é pesquisar’


 

Reajuste de 4,5% foi autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos

  • Maysa Polcri

Publicado em 05/04/2024 às 07:00:38
Edson Bezerra gasta, em média, R$200 por mês com medicamentos. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Baianos que vão às farmácias já encontram remédios mais caros. O reajuste de 4,5% passou a valer na segunda-feira (1º) e foi aprovado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed). O aumento dos preços pode ser ainda maior na prática. Para driblar a alta, os soteropolitanos apostam na pesquisa.

O aposentado Edson Bezerra, de 74 anos, percorreu uma via crucis na manhã de quarta-feira (3). Morador do Garcia, ele entrava de farmácia em farmácia na Piedade, em busca dos remédios mais baratos. Por mês, o aposentado, que tem problemas no rim, chega a gastar R$200 com medicamentos para pressão e diabetes. O valor representa quase 10% do valor da aposentadoria.

“A gente sofre com o aumento dos remédios, alimentos, de tudo. Mas o dinheiro que a gente recebe não acompanha a inflação. Então tudo fica mais difícil”, reclama. Entre os medicamentos de uso contínuo estão o vastarel, que custa, em média R$68 - a caixa com 30 comprimidos. “Vou continuar pesquisando para ver se consigo em outra farmácia mais em conta”, disse à reportagem, enquanto saía em busca de mais uma loja sob chuva.

Quem também enfrenta de perto essa realidade é Bárbara Fontes, 57. Presidente da Associação de Pessoas com Fibromialgia de Feira de Santana, ela gasta, em média, R$500 com medicamentos para a doença. A condição é caracterizada pela dor muscular generalizada, acompanhada de fadiga, alterações no sono e humor.

“Na associação têm pessoas que gastam mais de R$1 mil por mês. Cada reajuste desse é mais um desafio porque, sem os medicamentos, nós não temos qualidade de vida. Enquanto nossos salários não aumentam, a inflação atinge tudo”, lamenta.

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) autorizou o reajuste de 4,5%, mas uma pesquisa feita pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) revela que o aumento pode ser muito maior. Isso porque, na maioria das vezes, as farmácias cobram valores inferiores ao teto permitido.

Como o aumento incide sobre o preço máximo, as drogarias têm uma margem ainda maior para definir os preços. O reajuste acompanha o aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses e é o menor desde 2020.