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Aplicação de botox pode causar botulismo; entenda riscos


 

Forma de contaminação é chamada de botulismo iatrogênico

  • Larissa Almeida

Publicado em 26/09/2024 às 05:15:28
Aplicação estética  de botox feita sem os cuidados necessários pode ser um risco à saúde . Crédito: Shutterstock

Pessoas adeptas a procedimentos estéticos e que fazem uso de botox podem sofrer botulismo. A doença é causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, que se desenvolve em locais sem oxigenação. Essa forma de contaminação é chamada de botulismo iatrogênico e só se dá por dois meios:

"Existem relatos na literatura [médica] de casos de botulismo após injeção de toxina botulínica (botox), mas é preciso uma concentração muito elevada da toxina para haver contaminação ou problema do lote dessa toxina. Nesses casos, os sintomas são semelhantes e começam na região da face que, geralmente, é onde se aplica a toxina botulínica e, a partir daí, começam os quadros neurológicos, com queda das pálpebras, dificuldade de engolir e de enxergar", esclarece a infectologista Giovanna Orrico, que atua no Instituto Couto Maia.

De acordo com a especialista, é muito raro que a condição aconteça em razão da fiscalização constante da Vigilância Sanitária, mas isso não descarta o cuidado na hora de optar por uma intervenção estética. Para as adeptas do procedimento, a dermatologista Marília Acioli ressalta que a dose máxima permitida de botox não excede 200 unidades por sessão. Vale lembrar que um frasco-ampola pode conter de 50 a 150 unidades de toxina.

"A dose máxima permitida de Botox (toxina botulínica tipo A) pode variar dependendo da área de aplicação e da condição a ser tratada. Para aplicações estéticas, a dose, geralmente, não excede 200 unidades por sessão. É importante que a aplicação seja realizada por um profissional de saúde qualificado para garantir a segurança e a eficácia do tratamento", frisa.

Ela ainda acrescenta que o Botox é, em condições normais, inativado pelo suco gástrico, já que a toxina é uma proteína que, quando ingerida, é rapidamente degradada pelas enzimas digestivas e pelo ambiente ácido do estômago, o que impede sua absorção e ação no organismo. No entanto, para redobrar os cuidados, a especialista indica que o paciente adote uma série de cuidados. São eles:

- Escolher um profissional qualificado

- Usar produtos certificados

- Utilizar a dosagem certa, evitando excessos e riscos de de complicações

- Armazenar o produto adequadamente, respeitando as condições de refrigeração indicadas pelo fabricante

- Cuidados pós-procedimento, seguindo as recomendações do médico