Apenas 6% das pessoas habilitadas tomaram a nova vacina contra Covid-19 em Salvador
Somente 15,5 mil pessoas foram aos postos da capital para serem vacinadas
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Gilberto Barbosa
gilberto.neto@redebahia.com.br
Apesar de controlada, a circulação do vírus da Covid-19 demanda atenção dos grupos mais suscetíveis a desenvolver formas mais graves da doença. Atualmente, a cepa com maior incidência no Brasil é a Ômicron XBB 1.5. com proteção feita pela vacina SpikeVax monovalente, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 06 de março e cuja primeira remessa chegou na Bahia no dia 03 de junho.
O estado foi contemplado com o envio de 94.810 doses pelo Ministério da Saúde (MS). A remessa do dia 03 trouxe 72 mil doses ao território baiano, com as doses remanescentes chegando no dia 14. Do lote enviado para Bahia, cerca de 21,1 mil porções foram direcionadas para a população de Salvador, onde 15,5 mil pessoas receberam a vacina.
O número representa 6% do público habilitado na capital, composto por 555,6 mil habitantes. A coordenadora de imunização de Salvador, Doiane Lemos, conta que a vacina está sendo ofertada em 80 postos de saúde do município, além de estarem disponíveis durante os sábados de vacinação realizados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). “Vacinamos pessoas saudáveis com o objetivo de evitar o adoecimento, complicações e mortalidade da população através do controle, eliminação e erradicação de doenças”, afirma.
Cerca de três milhões de baianos fazem parte dos grupos prioritários para a vacinação. São eles: crianças de seis meses a menores de cinco anos; idosos; gestantes; puérperas; pessoas com deficiência; população privada de liberdade; portador de doenças crônicas; indígena; quilombolas e ribeirinhas; trabalhadores da saúde; adolescentes sob medidas socioeducativas.
Na última quinta-feira (27), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) anunciou a expansão do público alvo do lote com previsão de vencimento em 03/07. Com a medida, pessoas com idade a partir de cinco anos e que não fazem parte dos grupos prioritários poderão receber uma dose da vacina, independentemente do histórico vacinal. Contudo, é necessário que seja respeitado o intervalo mínimo de três meses da aplicação mais recente.
“É importante que as pessoas dos grupos prioritários procurem os postos de saúde porque eles não estão protegidos contra essa nova variante. Apesar de controlada, a Covid-19 ainda não parou de circular, com novos casos, internações e até óbitos. Esses grupos têm mais riscos de complicação, assim como as crianças, que ainda estão com o sistema imunológico em formação e correm riscos”, explica a sanitarista da Coordenação de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Akemi Erdens.
Crianças entre seis meses e quatro anos que ainda não iniciaram o ciclo vacinal receberão duas doses do imunizante com intervalo de um mês entre elas. Aquelas que foram imunizadas, deverão retornar ao posto para aplicação de uma dose da SpikeVax. Outros grupos prioritários também serão contemplados com uma dose, devendo esperar um ano para retornarem, exceto puérperas, gestantes, idosos e imunocomprometidos, que terão prazo de seis meses.
“Pessoas a partir de cinco anos de idade que não fazem parte dos grupos prioritários e nunca foram vacinados, também terão a oportunidade de se vacinar com o esquema primário, composto por uma dose da vacina COVID-19 monovalente (XBB)”, diz Doiane.
Em 2024, a capital registrou 2.371 casos de Covid-19 até o dia 15 de junho, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Na Bahia foram 17.217 casos até o dia 25 de junho, com 97 mortes. As cidades com maior incidência de notificações foram Salvador (4.365 casos), Eunápolis (373), Teixeira de Freitas (366), Feira de Santana (315) e Porto Seguro (291). Quanto à vacinação, 313.688 doses foram aplicadas no estado entre vacinas monovalentes (118.020) e bivalentes (195.668).
*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro