Alagamentos, atrasos e vias encharcadas marcam manhã do soteropolitano
A capital baiana já registrou mais de 219 milímetros de chuvas nas últimas 72 horas; média histórica em novembro é de 108,2 mm
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Maysa Polcri
maysa.polcri@redebahia.com.br
A simples tarefa de distinguir o que é calçada e avenida beirou o impossível em alguns pontos de Salvador, na manhã desta quarta-feira (27). Vias de grande movimento foram tomadas pelas fortes chuvas, e veículos trafegavam com lentidão para desviar dos pontos alagados. Quem não pôde ficar em casa se arriscou e atravessou enxurradas que se assemelhavam a piscinas.
Uma das vias em que motoristas enfrentaram dificuldades foi a Avenida Centenário. Pouco antes das 9h desta quarta, o movimento de carros provocava 'ondas' que atingiam as calçadas. Pedestres tentavam se proteger nos pontos de ônibus, mas ficar encharcado era certo.
Em frente à Arena Fonte Nova, na região do Dique do Tororó, um carro modelo Spin não suportou os alagamentos e parou de funcionar em meio à Avenida Vasco da Gama. O trânsito ficou ainda mais lento. A Avenida Djalma Dultra também tinha pontos de alagamentos.
Linhas de ônibus precisaram ser alteradas por conta do desabamento de um casarão na Baixa dos Sapateiros, prejudicando diversos soteropolitanos. Caso de Vivian Braga, funcionária de uma loja de materiais de construção, em Brotas. Ela mora na Caixa D’Água e, com a mudança do trajeto, demorou mais de uma hora para chegar ao trabalho. "Isso porque vim de carro, com o meu marido, porque de ônibus seria ainda pior. O caminho foi horrível, cheio de alagamentos", comentou.
Em frente à loja onde trabalha, Vivian observava o movimento. "A gente vem mais para bater o ponto porque cliente é difícil ter", emendou. Em frente à loja, uma escadaria foi transformada em cachoeira devido à enxurrada. Um pai se arriscava para subir até a casa, enquanto carregava a filha pequena e o guarda-chuva.
Alagamentos também são registrados em diversos pontos da cidade. Na Cidade Baixa, próximo à Baixa do Fiscal, uma motorista desistiu de enfrentar a água de carro e decidiu aguardar a chuva diminuir dentro de um mercado. A água também invadiu o Mercado do Peixe, em Água de Meninos.
Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal), o nível de chuva na capital já é o dobro do esperado. Salvador registrou mais de 219 milímetros de chuvas nas últimas 72 horas, sendo que a média histórica do mês de novembro é de 108,2. O registro em algumas localidades ultrapassou 319 mm.