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Agressões, banheiros imundos e sobrecarga: MPT investiga condições de trabalho na BYD em Camaçari


 

Órgão está reunindo informações para a apresentação de uma proposta de ajuste de conduta ou ação judicial

  • Esther Morais

Publicado em 28/11/2024 às 09:07:43
Condição de trabalho na BYD está sendo investigada. Crédito: Reprodução

As condições de trabalho na planta da montadora de carros BYD, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) estão sendo apuradas em um inquérito aberto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Há relatos de violência física. 

O órgão recebeu denúncias anônimas em 30 de setembro sobre o tratamento de trabalhadores no local e reúne agora informações para a apresentação de uma proposta de ajuste de conduta ou uma ação judicial. Uma inspeção foi realizada em 11 de novembro na área onde a empresa está construindo sua linha de montagem.

Denúncias dão conta de que, no local, há ocorrências de agressões físicas, com chutes e pontapés, ambientes sujos e operários em jornadas igual ou superior a 12h por dia. Ainda há registros de alojamentos aglomerados, mal iluminados e sem divisão entre homens e mulheres, além da falta de limpeza dos sanitários. O trabalho é de domingo a domingo. Os problemas foram expostos em uma reportagem de André Uzêda para a Agência Pública. 

Banheiro do alojamento está em más condições. Crédito: Reprodução / Agência Pública 

Em nota, a BYD informou que recebeu a notícia com repúdio e determinou que os agressores sejam demitidos e proibidos de ingressar na unidade. "Identificamos as inconformidades em relação aos trabalhadores em Camaçari e exigimos que as prestadoras de serviços responsáveis pelas obras ajam imediatamente", declarou.  

Além do relatório de inspeção, o órgão pretende analisar os documentos solicitados à montadora e a outras três empresas contratadas por ela para realizar a obra. Deverão ser apresentados nos próximos dias as cópias dos contratos de trabalho, vistos de trabalho para os estrangeiros que atuam na obra, planos de prevenção de acidentes e de saúde ocupacional. 

O procurador responsável pelo inquérito, Bernardo Guimaraes, não descarta uma nova inspeção. "As informações que colhemos até o momento apontam para a neessidade de correção de procedimentos relativos ao meio ambiente de trabalho, para garantir a saúde e a segurança dos empregados", informou. Ele lembra que agora surgiram relatos de violência física, que precisam ser apurados.