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Advogado é preso por destruir provas de crimes cometidos por grupo miliciano em Feira


 

Há mais dois envolvidos, segundo a Polícia Federal; investigação é desdobramento da operação 'El Patrón', que desarticulou organização criminosa e envolve o deputado estadual Binho Galinha

  • Esther Morais

Publicado em 26/11/2024 às 08:36:03
'Operação Patrocínio Indigno' prende advogado envolvido com grupo miliciano em Feira de Santana. Crédito: Divulgação / Ascom SSP e MP

Três pessoas envolvidas em tentativas de atrapalhar investigações relacionadas a um grupo miliciano com atuação em Feira de Santana, a 130 km de Salvador, foram presas preventivamente na manhã desta terça-feira (26) pela ‘Operação Patrocínio Indigno’.

Um deles é advogado de um dos presos na ‘Operação El Patrón’, que desarticulou uma organização criminosa especializada na lavagem de capitais de atividades ilícitas como jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada, em 2023. Os outros dois alvos são: um investigado já preso no município de Serrinha e uma mulher, esposa do detento. Ela cumprirá prisão em meio domiciliar por ser mãe de criança menor de 11 anos.

A operação cumpriu ainda mandados de busca e apreensão nas residências dos envolvidos, no escritório de advocacia localizado em Feira de Santana e numa cela do Conjunto Penal de Serrinha. Segundo as investigações, foram colhidas provas de que um preso, seu advogado e sua esposa teriam destruído provas digitais de crimes cometidos pela organização criminosa. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Feira de Santana.

O caso em investigação é um desdobramento da operação El Patrón. Na ação, foram expedidos 10 mandados de prisão preventiva, 33 mandados de busca e apreensão, bloqueio de mais de R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados e o sequestro de 26 propriedades urbanas e rurais, além da suspensão de atividades econômicas de seis empresas. Um dos investigados é o deputado estadual Binho Galinha.

A investigação continuará para apuração de outros envolvidos. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados se sujeitarão a penas máximas que, somadas, podem ultrapassar 8 anos de reclusão, segundo a Polícia Federal.

A ação foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e pela Polícia Federal, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas (Delepat), em atuação integrada com a Secretaria de Segurança Pública, por meio da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria-Geral (Force), e Receita Federal.