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Acusada por atirar e matar adolescente durante assalto no Campo Grande é condenada a 24 anos


 

Cristal, de 15 anos, estava indo para o colégio com a mãe e a irmã quando foi morta

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 01/05/2024 às 19:53:56
Cristal Pacheco e Andreia Santos Carvalho. Crédito: Reprodução

Acusada de matar a adolescente Cristal Rodrigues Pacheco, em agosto de 2022, no Campo Grande, Andreia Santos Carvalho foi condenada a 24 anos de prisão em regime fechado. Ela é apontada como a responsável pelo tiro que matou a estudante de 15 anos durante um assalto quando a menina seguia para a escola, acompanhada da mãe e da irmã. A informação é da TV Bahia. 

A defesa de Andreia deve recorrer da condenação. A mesma pena de 24 anos também foi atribuída à outra acusada pelo crime, Gilmara de Souza Brito, julgada no ano passado. 

O crime aconteceu em 2 de agosto de 2022. A adolescente estava a caminho da escola e passava diante do Palácio da Aclamação quando foi baleada no peito, mesmo sem ter reagido à abordagem das duas mulheres. Cristal morreu ainda no local. 

Uso de drogas e intenção

Na época do crime, os familiares das duas mulheres afirmaram que elas eram dependentes químicas e estariam sob efeito de drogas. 

Dias depois do crime, já presas, as duas acusadas foram flagradas durante uma transferência de local de custódia. Andréia afirmou que o acontecimento foi uma fatalidade, e que ela não se lembrava de nada do que aconteceu no dia do crime. "Mãe, eu te amo. Eu não lembro de nada não, eu peço perdão, peço perdão. Eu não lembro, foi uma fatalidade. Eu tenho filha e sobrinha, não tinha intenção de fazer isso”, disse.

A mãe de Andréia havia dito, em entrevista à TV Bahia, que a filha agiu sob influência de drogas. "Peço perdão à família de Cristal. Dizer que também estou sofrendo, e que ela (mãe de Cristal) perdoe a minha filha, porque ela é uma pessoa doente, ela é usuária de crack. Tenho certeza que ela fez isso porque ela tinha usado a droga", disse a mulher.

Ela relembrou a internação de Andréia. "A gente internou ela em uma única clínica de recuperação, ela fugiu, ficou internada 15 dias e fugiu. Depois que ela fugiu, tem mais ou menos 15 dias que a gente foi pra rua, eu, a tia dela, a irmã dela, pegar ela pra internar. A gente com o carro da clínica, infelizmente não conseguiu pegar ela, porque ela saiu correndo e entrou no ônibus", acrescentou.

A mãe disse que pensou até em tomar medidas extremas como acorrentar Andréia dentro de casa. "Já pensei até de comprar uma corrente para prender ela dentro de casa, mas chegaram para mim e falaram que eu ia ser presa se alguém me denunciasse". Ela foi às lágrimas falando que crimes do tipo devem continuar acontecendo. "Minha filha tá presa, vai pagar pelo que ela fez, mas o problema não vai acabar, não, porque existem outros usuários de crack pelo mundo".

Um dia de rotina que terminou em morte

Todos os dias, por volta das 6h30, Cristal Rodrigues Pacheco, 15 anos, fazia o mesmo caminho para o Colégio Nossa Senhora das Mercês, que fica localizado na Avenida Sete de Setembro, junto com a mãe e a irmã mais nova, Fernanda, de 12 anos. A estudante era moradora de um prédio no Campo Grande, próximo ao Corredor da Vitória. Segundo amigos e vizinhos, a adolescente sempre foi educada, de- dicada aos estudos - ela cursava o 9° ano do ensino fundamental -, e amorosa com os pais e a irmã caçula.

Cristal, a mãe e a irmã passavam em frente ao Palácio da Aclamação quando, do lado direito da avenida, duas mulheres se separaram e, em questão de segundos, abordaram as três, assustando-as. A tática é conhecida e muito usada por duplas de assaltantes que atuam no centro da cidade;

A mãe de Cristal contou à polícia que as mulheres anunciaram o assalto e que ela informou não estar com celular. Uma das assaltantes mostrou a arma e pediu a aliança e o relógio de Sandra Pacheco.

O tiro

Depois de ser presa, Gilmara contou à polícia que sua comparsa se atrapalhou durante a ação e a arma acabou disparando, feridondo-a de raspão e atingindo em cheio a estudante. Cristal recebeu um tiro no peito dado por uma pistola pequena - possivelmente calibre 653, mas que ainda não foi achada pela polícia -, em curta distância. Segundo o médico e perito do Departamento de Polícia Técnica (DPT), Marcos Mousinho, foi "um tiro direcionado para matar";

Ajuda

Nas imagens das câmeras de segurança que filmaram a cena, dá para ver que a mãe de Cristal, vendo a filha caída no chão, correu para socorrê-la e não percebeu que as duas suspeitas levaram a mochila da estudante com todos os pertences. À TV Bahia, Sandra Pacheco disse que as duas suspeitas sairam correndo após os disparos contra Cristal. Fernanda, a irmã mais nova, correu para pedir ajuda, mas Cristal morreu no local do crime, nos braços da mãe. O corpo da adolescente foi enterrado no Cemitério Campo Santo, sob forte emoção.