Assine

A magia e o encantamento do tecido acrobático no MAC


 

A aula de circo no gramado do museu exerceu habilidades de coordenação motora fina e grossa em crianças de até dez anos

  • Yasmin Oliveira

Salvador
Publicado em 31/03/2024 às 19:22:11
Hinata Rodeiro, 5, fazendo a borboleta no tecido acrobático. Crédito: Marina Silva/CORREIO

O Museu de Arte Contemporânea (MAC) fechou sua programação do mês das mulheres neste domingo (31) com uma divertida aula de Circo para crianças entre cinco e dez anos. A atividade no gramado trabalhou a coordenação motora tanto fina quanto grossa dos pequenos com o auxílio da professora Giovana Santana, 27.

A parte favorita da maioria das crianças foi o tecido acrobático, onde Giovana auxiliava cada uma a escalar as pontas do equipamento e enroscar os pés para fazer poses enquanto os pais e avós faziam fotos e vídeos. A atividade é benéfica por trabalhar força, flexibilidade, agilidade e resistência, além de auxiliar na superação do medo de altura.

A professora relatou que o tecido acrobático e a lira acrobática são as atividades favoritas das suas turmas que aconteceram durante os finais de semana do mês de março. “Teve gente que não fez a primeira parte, mas conseguiu fazer a última e aí ficou no final, por exemplo. E aí na próxima que chegue, já tem aluna que já fez duas, três aulas e chega sabendo que se esperar vai conseguir participar de tudo”, explicou.

A primeira parte da aula foi um alongamento com todas as 15 crianças ao mesmo tempo. Crédito: Marina Silva/CORREIO

A aula começou com um alongamento para que todas as quinze crianças estivessem preparadas para a série de brincadeiras e exercícios circenses propostos. “Depois da pandemia, eu senti muita necessidade de que as crianças tivessem um contato um pouco maior com o circo porque desenvolvemos várias habilidades, como a coordenação motora, fina e grossa. Com as aulas, elas conseguem tanto trabalhar no chão quanto o movimento com o equipamento que elas gostam e se apaixonam, que é o tecido acrobático”, explicou a professora.

Mitra Malek, 5, participando do circuito. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Um circuito colorido deu o verdadeiro início na aula, com as crianças pulando ao redor dos obstáculos e mostrando suas habilidades acrobáticas como a cambalhota e a ‘estrelinha’. A fila formada pela molecada seguiu com um de cada vez nos obstáculos, atraindo até mesmo aquelas crianças que tinham perdido o alongamento. Aqueles que nunca tinham tido contato com a atividade circense, tiveram a maior atenção da professora Gio que repassou seus ensinamentos com bastante paciência para cada uma delas.

“Acho incrível, assim, quando eu tô acompanhando uma criança que ela consegue superar suas dificuldades, por exemplo, ela não consegue pular, e aí através do circo ela aprende, ela não consegue se sustentar seu peso numa barra, e depois que ela vê que é possível, ela consegue desenvolver”, Giovana explica.

A aula aberta ao público no MAC chama crianças entre as idades de cinco e dez anos, mas todos podem participar, como uma pequena aventureira com menos de dois anos que estava acompanhada de sua mãe para se alongar junto aos participantes da aula. A professora decide a atividade no momento da aula, tudo depende da quantidade de crianças e suas habilidades.

Para a estadunidense Mitra Malek, 5, que nunca teve esse tipo de atividade antes de se mudar para o Brasil, o momento mais legal da aula foi quando ela sustentou seu próprio peso e escalou de cabeça para baixo.

“Eu gostei muito, minha parte favorita foi do pano. Gostei tanto que voltei”, expressou Hinata Rodeiro, 5.

Hinata e a professora Giovana Santana. Crédito: Marina Silva/CORREIO

A pequena havia participado de outras duas aulas e contou sobre não ter muita diferença, mas o tecido acrobático só aconteceu em uma delas e desta vez ela pôde avançar um pouco mais no equipamento, realizando um movimento chamado de borboleta. Ao lado de Hinata estava Arthur Garzedin, 4, que estreava na turma e mostrou coragem ao copiar a pose do Homem-Aranha enquanto estava de cabeça para baixo no tecido acrobático. “A aula foi linda. Sabe qual foi a minha parte favorita? Foi do pano”, disse.

Arthur Garzedin, 4, no tecido acrobático. Crédito: Marina Silva/CORREIO

Enquanto Theo Fonseca, 4, se juntou a turma um pouco após o início pois estava em um passeio por museus pela região com sua mãe, a fonoaudióloga Camila Fonseca, 35, e eles se depararam com a atividade ao explorar o MAC. “Amei. Eu não estava com medo e ainda vou escalar a árvore”, contou.

Algumas das crianças que estavam presentes fazem aulas com ela na LifeCirco Salvador e na escola Cresce e Apareça, ambas no Rio Vermelho. Suas turmas possuem estudantes com idades entre dois e 90 anos.

“Enfim, eu acho que é essa a mensagem que todas as crianças tenham a oportunidade de tentar. Aqui no MAC, por exemplo, eu me vejo nesse lugar de ter um circo social, porque é uma aula pra todo mundo, independente de classe social, todo mundo pode participar”, finalizou Giovana.

Na manhã deste domingo (31) ainda aconteceu uma aula de Yoga às 8h conduzida por Carla Dantas no programa "Amanhecer no MAC".

O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia foi procurado para informar a programação de abril, mas não retornou até o fechamento desta matéria.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro