'A gente queria era encontrar ele vivo', diz tio de rifeiro morto
Corpo do jovem que estava desaparecido desde o último domingo (16), foi localizado em mangue
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Da Redação
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Antes de encontrar o corpo do sobrinho, o pedreiro Fabiano Ribeiro de Oliveira, 36 anos, percorreu delegacias e hospitais da capital baiana, na esperança de achar o rifeiro Willy Cleiton Silva Lopes, 20, com vida. Cada minuto que passava sem respostas, a esperança dele ia minando. No domingo, logo após um amigo da vítima comunicar o desaparecimento e entregar à família o celular e a moto da vítima, Fabiano esteve na Rua Periférica I, em Simões Filho, onde Willy foi visto pela última vez, com vida. Lá, encontrou um pé da sandália do sobrinho. Por mais que não tivesse outros indícios dele por ali, algo dizia a Fabiano que era necessário manter as buscas no local.
Como se tratava de uma área fechada e de mangue, acabou não insistindo no que a intiuição lhe dizia. Nesse intervalo, percorreu outros endereços em vão. Na tarde da última terça-feira (18), voltou ao local que foi ponto de partida das buscas e, com ajuda de moradores da região, achou o corpo de Willy, que também era conhecido como WL Rifas, dentro do mangue. Foi necessário ajuda do Corpo de Bombeiros para o resgate.
"Eu resgatei o corpo dele, com a ajuda do Corpo de Bombeiros e de moradores da área. Só achei ele por causa da sandália", conta o tio, que é irmão da mãe de Willy, a desempregada Jucicleia Ribeiro Silva. Willy era filho único. "Minha irmã não está conseguindo fazer nada. A gente estava na esperança de encontrar ele vivo e ao mesmo tempo não estava, porque os próprios moradores da região falaram que ouviram muitos disparos de arma de fogo no local, no domingo", contou, acrescentando que a família aguarda o resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML) para saber a causa da morte.
Embora não tenha visto marcas de tiro no corpo de Willy, o tio diz que tinha sangue. "O corpo estava horrível, não gosto nem de lembrar do que vi. Foi achado dentro do manguezal, dentro da água. Só achamos por causa dos moradores, por se tratar de uma área de difícil acesso, e tinha marcas de sangue", descreve o tio. O corpo do jovem permanece no IML. A família aguarda a liberação para decidir o local e horário do enterro.
Ao sair de casa na Capelinha de São Caetano, no último domingo, o rifeiro não teria informado à família para onde ia. Só depois a mãe soube que o filho foi para uma região próxima ao Rei da Pamonha, já no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). "Ele não disse pra onde ia, se tivesse falado a gente não ia deixar. Ele foi pra perto do Rei da Pamonha, gravar vídeo empinando a moto", contou o tio. O pedreiro informou ainda que, embora não possuísse habilitação para conduzir a moto, o sobrinho tinha o veículo há dois anos e ia estava se organzando para tirar a habilitação.
Segundo a família, Willy era um jovem querido no bairro e não tinha inimigos. "O único crime que meu sobrinho cometeu foi de trânsito, o que não justifica que tirassem a vida dele dessa forma, só porque estava botando a roda da moto pra cima. Não vamos deixar ficar na impunidade. Vou correr atrás até não aguentar mais, ele era como um filho pra mim. Ele tinha sonhos, queria ajudar a mãe a terminar a casa, ajudava a mãe vendendo coisas. Minha irmã está de um jeito que dá pena". Segundo o tio, Willy estudava no Colégio Estadual Carneiro Ribeiro, em São Caetano.
O que diz a polícia
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que não foi acionada sobre o caso. "A 22ª CIPM, responsável pelo policiamento em Simões Filho, não foi solicitada para atender ocorrência deste tipo na região. Sugerimos contato com a Polícia Civil, responsável pelas investigações", diz a nota enviada pela instituição. Sobre o corpo encontrado, a PM informou que policiais militares da 22ª CIPM foram acionados para atender o chamado pela localização de um corpo do sexo masculino na localidade conhecida como Via Periférica 1. No local, os PMs isolaram a área para o trabalho do DPT.
Segundo a Polícia Civil, a 22ª Delegacia Territorial (DT/Simões Filho) expediu as guias para o trabalho do Departamento de Polícia Técnica (DPT), que esteve no local e realizou remoção.