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Portal Edicase
Publicado em 7 de fevereiro de 2024 às 16:24
Faz tempo que tenho me percebido preso em uma determinada foto e vivendo com comportamentos como se fosse uma sequência de posts seletivos e manipulados a partir daquele minúsculo aparelho que cabe na palma da mão. Na era em que as redes sociais se tornaram palcos de representações cuidadosamente curadas, quando a busca incessante por validação substitui a genuinidade, a pressão para se encaixar em padrões sociais preestabelecidos tem levado a mim e muitos outros a esconder suas verdadeiras identidades, perpetuando uma cultura superficial.
O problema da falta de autenticidade se manifesta em relacionamentos rasos, carreiras desprovidas de paixão e uma constante sensação de vazio existencial. As máscaras que usamos diariamente obscurecem não apenas nossa visão pessoal, mas também minam a essência vital que torna cada indivíduo único.
O medo da rejeição e do julgamento, tanto pessoal quanto profissional, cria uma barreira para aqueles que desejam romper com a convenção e abraçar sua verdadeira essência. Além disso, a tentação de se conformar, de se ajustar aos moldes impostos pela cultura predominante, pode ser avassaladora. A incessante pressão para alcançar padrões de beleza, sucesso e aceitação, muitas vezes, leva à autossupressão, comprometendo a integridade do ser.
Navegar entre a necessidade de pertencer e o desejo de ser fiel a si virou uma encruzilhada. Encontrar um estado de integridade no qual se possa expressar emoções , pensamentos e ações de maneira genuína, sem máscaras ou pretensões egocêntricas, tornou-se uma moderna jornada do herói.
Ser autêntico envolve aceitar e abraçar suas próprias imperfeições, reconhecendo que a autenticidade está profundamente enraizada na honestidade consigo mesmo e com os outros. Isso implica viver de acordo com o que é verdadeiro para você, em vez de ceder à pressão social para se encaixar em padrões ou papéis predefinidos. Ser autêntico não significa ser perfeito, mas, sim, ser fiel à sua essência única e original.
Trocar o olhar sobre o retangular metal mágico por um olhar em direção ao coração pode ser a cura do desvio da nossa originalidade. Buscando na interioridade a autoaceitação , a honestidade consigo mesmo, além de opiniões e reflexões próprias, poderemos sentir a estabilidade entre o infinito do ser e a vulnerabilidade do existir.
Por Kaká Werá – revista Vida Simples
É um ecologista do ser e cultivador da arte do equilíbrio da natureza humana.