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Tronox planta mais de 2,2 milhões de mudas nativas em cidade do Nordeste


 

Ação faz parte do programa de recomposição ambiental da Mina do Guajú, na Paraíba

  • Estúdio Correio

Publicado em 01/08/2024 às 12:07:05
Mina da Tronox em Mataraca, na Paraíba. Crédito: Acervo mina do Guajú

Com o fim da operação de sua mina na Paraíba, de onde vem grande parte do minério de titânio (ilmenita) usado como matéria-prima em sua fábrica de pigmento de dióxido de titânio em Camaçari-BA, a Tronox Pigmentos do Brasil protagoniza uma história responsável para contar quando se trata de gestão ambiental em mineração. Após 37 anos de operação (1983 a 2020), a jazida da mina do Guajú, no município paraibano de Mataraca, chegou ao fim do seu ciclo de vida econômico, mas mantém ativo seu trabalho de recomposição ambiental, considerado modelo pelo Ibama para mineração de superfície em areias.

Macaco Guariba, espécie é preservada na área da mina do Guajú. Crédito: Acervo mina do Guaju

Iniciado em 1989, o programa de recomposição ambiental será continuado até 2028, quando alcançará a meta de consolidação de 100% da área recomposta. O trabalho começa imediatamente após a lavra em cada trecho minerado, quando a mesma draga responsável por desmontar a duna e separar os minérios da areia realiza também a reconstrução do relevo da duna na área já minerada, que ficou para traz no caminho sinuoso que a draga faz por todo o terreno da mina. O montante de areia devolvido pela draga corresponde a mais de 98% do volume original da duna.

Pesquisadores desenvolvem estudos para acompanhar como os animais ocupam as áreas em recomposição. Crédito: Acervo mina do Guajú

Após a reconstituição do relevo das dunas é feito o trabalho de reposição da camada de solo orgânico, o reflorestamento com plantio de espécies nativas e a reintrodução da fauna. Mas o trabalho continua: por mais uma década é feito o acompanhamento e manutenção da área reflorestada, para garantir a consolidação da biodiversidade. Como resultado, a área minerada leva de 10 a 12 anos para adquirir as condições semelhantes às existentes antes da mineração. Toda a metodologia foi desenvolvida pela mina, inicialmente em parceria com a Universidade de Lavras-MG, e continuado pelo corpo técnico da áreas ambiental da Tronox .

Dessa forma, a Tronox contabiliza mais de 2,2 milhões de mudas de espécies nativas plantadas na mina do Guajú. Ao todo, são 267 espécies, como a Caraúba, Angelim, Imbiridiba, Ipês (roxo e amarelo), Pau-brasil, Peroba e muitas outras. Foi identificado na área 161 espécies de pássaros e feita também a reintrodução de 1.889 animais, (aves, mamíferos, répteis, etc.).

por

Virgílio Gadelha, 

"Atingimos o nosso objetivo, que não era simplesmente colocar uma cobertura vegetal, mas permitir o retorno da fauna, reestabelecer a função ecológica da área"

Atuando também na vertente social da sustentabilidade, o programa promoveu o engajamento da comunidade, por meio de educação ambiental durante visitas guiadas de estudantes da região à mina. O propósito das visitas foi principalmente manter um diálogo constante com a comunidade e gerar nos moradores uma forte conexão com a natureza e responsabilidade pela preservação da fauna e flora locais. O programa promoveu também a geração de renda entre os pequenos produtores rurais do seu entorno, de quem as mudas eram compradas para a recomposição da mata nativa. Damião Cosmo, morador de Mataraca, foi um dos habitantes que forneceu mudas de reflorestamento para a Tronox e reconhece como aprendeu a enxergar a importância da preservação. “Fico feliz em contribuir com a natureza, em fazer parte da reconstrução”.

Vista aérea da mina do Guajú com destaque para o Ipê Amarelo. Crédito: Acervo mina do Guajú

Sobre a mina

A mina está localizada no município de Mataraca, a cerca de 1.100 km da fábrica da Bahia. Ocupa 1.050 hectares e compreende uma planta flutuante e draga, que realiza a extração de ilmenita (minério de titânio), além de zirconita, rutilo e cianita (utilizados nas indústrias de cerâmica, soldagem, fundição de alta precisão e refratários), bem como quatro plantas de produção fixas, onde cada minério é separado por processos físicos (separação gravimétrica, eletrostática e eletromagnética).

Foto noturna da Draga, na mina do Guajú. Crédito: Acervo mina do Guajú

Mataraca ganha parque de geração de energia fotovoltaica

Localizada na divisa entre Paraíba e Rio Grande do Norte, a cidade de Mataraca possui 8.354 habitantes e um território de 144 km². Com o encerramento da operação, a mina da Tronox deixou como legado para o município a instalação de 1.771 placas de energia fotovoltaicas com potência total para gerar 1.018,05 Kwp de energia.

por

Kaiser Correia, 

"Um legado que propiciará uma economia de quase 200 mil reais por mês, representando grande alívio nas contas de um município neste porte. A empresa investiu R$ de R$ 3,1 milhões na instalação do parque, que deve gerar energia limpa para a cidade por um período de 20 anos. O legado representa bem o perfil sustentável que marcou toda a história da mina do Guajú"

Durante seu período de operação, a mina buscou trabalhar com energias renováveis, usando, por exemplo, bagaço de cana adquirido nas usinas próximas, ou energia eólica gerada por 13 torres instaladas no terreno da mina em parceria com empresa que opera na região.

Sobre a Tronox

A Tronox é líder mundial na fabricação verticalmente integrada de pigmentos de dióxido de titânio (TiO2), com operações que vão desde a mineração da matéria prima até a produção do pigmento. O TiO2 é um produto com características únicas, usado como matéria-prima para conferir cor, brilho, poder de cobertura e resistência a uma infinidade de coisas que fazem parte do cotidiano. Atualmente há mais de 60 fábricas do pigmento de dióxido de titânio no mundo, a maior parte em países desenvolvidos, onde está a maior demanda do mercado. Dessas, nove são da Tronox, distribuídas em seis continentes.  

O pigmento é aplicado na composição de diferentes materiais como tintas artísticas e para paredes, eletrodomésticos da linha branca, veículos, eletroeletrônicos – inclusive celulares, notes e iPads -, bem como no revestimento de medicamentos e cosméticos, plásticos, papéis laminados, borrachas, cerâmicas e cosméticos. É também usado em cerâmicas, papéis laminados, plásticos e borrachas que compõem brinquedos, embalagens, tubos e conexões, equipamentos médico-hospitalares, sandálias de borracha, entre muitas outras aplicações. Da mesma forma, tem aplicação em uma série de especialidades que incluem sistemas catalíticos tanto em unidades geradores de energia quanto em veículos, ou em materiais usados na construção civil, ajudando a despoluir o ar.

Cenário para pesquisas acadêmicas

O sucesso do Programa de Recomposição Ambiental da mina atrai o interesse de pesquisadores universitários, que utilizam a área como laboratório e fonte de estudos. Além de uma flora rica em espécies nativas, originando por exemplo um inventário florístico que levantou 501 espécies vegetais, os pesquisadores encontraram no local um grupo de macacos que já era considerado extinto na região. A área continua aberta para as pesquisas acadêmicas, já tendo sido desenvolvidas 10 teses de mestrado, seis teses de doutorado, além de 30 artigos e relatórios publicados.

Destaques da Mina do Guajú

  • - Programa de Recomposição Ambiental reconhecido nacionalmente, inclusive pelo Ibama, que o considera modelo para recuperação de dunas. 
  • - Listada no “Guia Você SA - Melhores Empresas para Você Trabalhar”. 
  • - Toda energia elétrica utilizada pela operação é gerada a partir de fontes limpas e renováveis, vindas de 13 torres de energia eólica. 
  • - A energia térmica utilizada no beneficiamento do minério é proveniente de biomassa (bagaço de cana de açúcar). 
  • - Reuso de mais de 92% do volume de água consumida no processo. 
  • - Sistema de Gestão Integrado certificado pelo Bureau Veritas nas normas ISO 9001:2008 (Qualidade), ISO 14001:2004 (Meio Ambiente), OHSAS 18001:2007 (Saúde e Segurança do Trabalho) e NBR16001:2012 (Responsabilidade Social). 
  • - A lavra ao beneficiamento dos minérios utiliza-se apenas processos físicos, não sendo aplicado qualquer produto químico na operação. 
  • - Do total de mudas nativas replantadas, um percentual de até 80% foram produzidos pela comunidade local, num programa onde a empresa qualificou, forneceu os insumos e comprou as mudas, gerando renda para a população rural circunvizinha.

Este conteúdo não reflete a opinião do jornal Correio e é de responsabilidade do autor.