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Por que as empresas não podem existir sem ESG no século XXI?


 

Especialistas apontam urgência de mudança global dos métodos produtivos e preocupação com o meio ambiente como fatores principais

  • Larissa Almeida

Publicado em 21/05/2024 às 07:30:30
Márcia Suêde é coordenadora do Comitê de Sustentabilidade do Sebrae Bahia. Crédito: Darío G. Neto/ASN-BA

Ao falar em uma agenda ESG, é comum que micro e pequenos empreendedores acreditem que esse é um assunto de grandes empresas. Isso porque, temas como sustentabilidade, compromisso social e de governança, que são os princípios da sigla, são vistos como distantes de sua realidade e viáveis apenas com grandes investimentos. Márcia Suêde Motta, coordenadora do Comitê de Sustentabilidade do Sebrae Bahia, discorda dessa perspectiva e destaca que é preciso desmistificar essa crença, uma vez que a agenda ESG veio para ficar.

“O empresário precisa entender que ESG são ações de sustentabilidade, é quando ele precisa focar em melhorar o que faz no ambiente, no social e na sua gestão empresarial. Depois, ele precisa entender que isso é possível ser feito na empresa dele e que muitas vezes são ações que ele já faz quando se preocupa como vai descartar as sobras de matéria-prima da produção dele, quando se preocupa de separar o lixo que é gerado na empresa, quando se preocupa e os funcionários dele, ele está fazendo ações para melhorar o meio ambiente”, aponta.

Para Saville Alves, uma das fundadoras da startup baiana SOLOS, negócio que promove soluções sustentáveis para diminuir os impactos ambientais e reduzir os resíduos urbanos, é impossível que os empreendimentos deste século existam sem ESG porque há urgência, de ordem global, de mudar os métodos produtivos.

“Essa urgência existe porque o planeta está ficando mais quente e isso está ocasionando um desequilíbrio. E esse desequilíbrio já está surtindo efeitos e ocasionando perdas de vida, perdas de biodiversidade, perdas de senso de identidade. E ele já está fazendo isso e tende a continuar fazendo isso crescer. A gente sabe que, em qualquer desastre, as pessoas que estão mais vulneráveis são as primeiras a serem afetadas. [...] Se a régua principal for o lucro, a gente não vai conseguir fazer essa conta fechar”, afirma.

É requisitado das empresas não apenas a adoção de medidas sustentáveis, mas um posicionamento social. Quando alinhados, o discurso e a prática geram lucro para o negócio porque se torna possível atender a demanda do consumidor moderno, que tem dado cada vez mais valor à presença social e ambiental das empresas que vendem os produtos que eles consomem, bem como à composição e conduta do corpo de funcionários desses empreendimentos.

“Quando o consumidor vê nos jornais e nas redes sociais que uma empresa tem trabalho escravo, não cumpre seus deveres com funcionários ou tem qualquer tipo de discriminação, isso tem uma mancha muito grande para a marca e esses consumidores param de consumir. Então, o ganho vem dessa forma de se colocar perante a sociedade”, analisa Márcia Suêde Motta.

“Se tem ética, transparência na relação com as partes interessadas, está em alinhamento com todos esses todas as diretrizes de sustentabilidade e se posiciona bem, a empresa pode utilizar isso como diferencial competitivo em relação a outros empreendimentos que estão na mesma situação. Então, sua gestão precisa fazer o seu planejamento estratégico de forma a contemplar o ESG”, defende Arlinda Negreiros, gerente de meio Ambiente e Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).

O III ESG Fórum Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Site Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Alba Seguradora, Bracell, Contermas, Grupo Luiz Mendonça - Bravo Caminhões e Ônibus e AuraBrasil, Instituto Mandarina, Jacobina Mineração - Pan American Silver, Moura Dubeux, OR, Porsche Center Salvador, Salvador Bahia Airport, Suzano, Tronox e Unipar; apoio da BYD | Parvi, Claro, Larco Petróleo, Salvador Shopping, SESC, SENAC e Wilson Sons; apoio institucional do Sebrae, Instituto ACM, Saltur e Prefeitura Municipal de Salvador e parceria do Fera Palace, Happy Tour, Hike, Hiperideal, Ticket Maker, Tudo São Flores, Uranus2, Vini Figueira Gastronomia e Zum Brazil Eventos.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro