Buscas encontram sinais de escavação próximo a rio por onde desaparecidos passaram
"Como se alguém tivesse cavado algo, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo", diz bombeiro
-
Da Redação
redacao@correio24horas.com.br
As buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips estão concentradas em uma área abaixo da "Comunidade Cachoeira", em Atalaia do Norte, nesta sexta-feira (10). Voluntários disseram que encontraram sinais de escavação às margens do Rio Itaquaí, onde os desaparecidos foram vistos navegando. Eles foram vistos pela última vez na segunda-feira (5).
Mergulhadores o Corpo de Bombeiros, além de agentes da Polícia Militar, da Defesa Civil, do Exército e da Marinha estão na região. Segundo o subtenente do Corpo de Bombeiros, Geonivan de Amorim Maciel, o relato dado foi o de "terra batida".
"Como se alguém tivesse cavado algo, enterrado alguma coisa, jogado barro no fundo. Vamos fazer uma varredura no fundo para ver se encontra algo", disse ao g1.
Bruno e Phillips foram vistos pela última vez na comunidade ribeirinha São Rafael por volta das 6h de domingo (5), partindo rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas de lancha, mas não chegaram ao destino.
Sangue na lancha
A perícia encontrou, na quinta (9), vestígios de sangue na lancha usada por Amarildo da Costa de Oliveira, investigado por envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na Amazônia. Ainda não há conclusões que apontem que o sangue é humano ou de animais. A Polícia Civil pediu a prisão temporária dele.
Amarildo, conhecido como Pelado, está preso desde terça após as autoridades encontrarem com ele uma porção de droga e munição de uso restrito das Forças Armadas.
Como mostrou o Estadão, o indigenista Bruno Pereira foi mencionado em um bilhete apócrifo com ameaças, escrito por pescadores ilegais que atuavam na área e dirigido à entidade para a qual o indigenista trabalhava. Pereira é um prestigiado indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) e está licenciado para trabalhar diretamente com a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Entre 2015 e 2020, ele atuou no contato de comunidades isoladas dentro do território do Javari que entraram em choque com comunidades da etnia matis, contactada há décadas. A região reúne o maior número de comunidades isoladas do mundo.