Assine

Oposição baiana une grupo político em 11 das 20 grandes cidades; governo em 10


 

As duas bases conseguiram unidade nos dois maiores colégios do estado: Salvador e Feira de Santana

  • Millena Marques

Salvador
Publicado em 05/09/2024 às 07:00:00
Disputa nos maiores colégios eleitorais da Bahia. Crédito: Arte Correio

Com 4,55 milhões de eleitores, as 20 maiores cidades da Bahia representam 40% do eleitorado do estado. E, por essa razão, administrar o maior número delas é essencial para disputar o governo estadual. Na corrida eleitoral deste ano, a base do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) conseguiu unidade política em 11 delas, enquanto o grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) chegou a um consenso em 10.

As duas bases, inclusive, conseguiram unidade nos dois maiores colégios do estado: Salvador e Feira de Santana. Na capital baiana, a disputa acontece entre o atual prefeito Bruno Reis (União Brasil) e o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), com ampla vantagem do gestor municipal nas intenções de votos. Segundo levantamento da primeira Quaest, Bruno Reis possui 66% dos votos totais, enquanto o emedebista aparece em segundo colocado, com 9%. Na Princesinha do Sertão, o confronto é entre José Ronaldo (União Brasil), que lidera as sondagens de opinião, e Zé Neto (PT).

Os grupos políticos também chegaram em acordo com partidos aliados em outras cinco cidades que integram o grupo das 20 maiores do estado: Lauro de Freitas, Jequié, Alagoinhas, Simões Filho e Santo Antônio de Jesus. Nesse grupo, o único confronto direto entre União Brasil e PT, que brigam historicamente pelo governo estadual desde 1998, é em Lauro. Os prefeituráveis são a vereadora Débora Régis (União Brasil) e Antônio Rosalvo (PT), candidato apoiado pela atual gestão, de Moema Gramacho (PT).

ACM Neto também conseguiu unir o grupo político nas cidades de Camaçari, com o candidato Flávio Matos (União Brasil); em Vitória da Conquista, com a atual prefeita e candidata à reeleição, Sheila Lemos (União Brasil); em Luís Eduardo Magalhães, com o atual prefeito Junior Marabá (PP); e, por fim, em Ilhéus, lançando o nome de Valderico Junior (União Brasil).

Em entrevista ao CORREIO em maio, ACM Neto afirmou que vencer nos maiores colégios eleitorais do estado é uma prioridade para sua base política. “Nosso foco prioritário é qualitativo, e não necessariamente quantitativo. A gente debateu muito isso. Acho que vão ter partidos que disputam conosco o mesmo campo político, que estão mais focados em quantidade. Nós estamos voltados à qualidade”, declarou ele.

A base governista, por sua vez, alcançou consenso nos municípios de Itabuna, com o atual prefeito e candidato à reeleição, Augusto Castro (PSD); em Porto Seguro, com a candidatura da ex-prefeita Cláudia Oliveira (PSD), que comandou a cidade por dois mandatos; e em Barreiras, com o ex-deputado federal Tito (PT).

Presidente do PT na Bahia, Éden Valadares afirmou que, por ser governo, a base de Jerônimo Rodrigues teve mais dificuldade para conseguir unidade. “É mais fácil estar junto quando você está na oposição, quando você está de fora é mais fácil se juntar”, disse.

Cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Fábio Dantas Neto avalia que o desafio da oposição será conquistar também as cidades pequenas neste pleito para chegar forte em 2026. “Se quiser vencer, a oposição vai precisar ‘furar’ também os pequenos municípios. Criar uma onda de opinião a partir dos grandes centros é um óbvio caminho possível. (...) Essa prioridade (das grandes cidades) não exclui a necessidade de ter também discurso e estratégia para atingir o eleitorado dos municípios menores”, analisou.

*Com orientação do editor Rodrigo Daniel Silva