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O que motiva jovens entre 16 e 17 anos a votarem?


 

Em quatro anos, mais de 8 mil jovens tiraram o título de eleitor em Salvador, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 25/07/2024 às 06:30:00
Número de eleitores jovens cresceu na capital baiana. Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

Entre 2020 e 2024, o número de jovens entre 16 e 17 anos que tiraram o título de eleitor em Salvador cresceu em 105%, embora o voto seja facultativo para esse público. Em quatro anos, o grupo de eleitores desta faixa etária saltou de 4,1 mil para 8,4. O cientista político Joviniano Neto explica que um conjunto de fatores é responsável pelo aumento, desde a própria propaganda feita pela Justiça Eleitoral a polarização política nas redes sociais.

“Os jovens estão mais conscientes da importância de se preparar para competir no mercado de trabalho, ter acesso, espaço, e a capacidade de ver a política como algo que pode ajudar ou atrapalhar a vida deles. Antigamente, as pessoas que não se preocupavam com isso eram conhecidas como alienadas”, afirma.

De 2020 para cá, a Justiça Eleitoral tem feito campanhas para incentivar os mais jovens a participar das eleições. As estratégias para atrair esse público são reforçadas especialmente nas redes sociais. “Justiça Eleitoral buscou se preocupar em falar mais a linguagem desse público através das redes sociais. Também influenciadores digitais ajudaram bastante na divulgação da importância do voto e a gente percebe então uma maior conscientização desse público acerca da importância da participação política”, diz Jaime Barreiros, analista do Tribunal Regional da Bahia (TRE-BA).

Outro fator importante para o crescimento de eleitores jovens diz respeito ao fato do tipo de eleição. Segundo Joviniano, as eleições municipais envolvem pessoas mais próximas, que estão no cotidiano dos bairros e municípios. “Ainda que as eleições presidenciais sejam mais importantes, mobilize e divida mais o Brasil, as eleições municipais têm eleição para vereador, que são de pessoas próximas, de problemas próprios que as pessoas conhecem”, afirma Neto.