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Publicado em 21 de outubro de 2015 às 06:15
- Atualizado há 2 anos
A três dias do início das provas que podem garantir uma vaga no ensino superior, dezenas de dúvidas povoam a mente dos mais de 8,4 milhões de candidatos que vão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o Brasil. Para seis deles, que tiveram a preparação acompanhada pelo CORREIO, muita coisa mudou em relação às questões de três meses atrás, quando começaram a participar do projeto Na Cola do Enem. Muitas dúvidas foram sanadas, mas outras tantas surgiram ou foram reforçadas. Será que vai dar tempo para responder todas as questões? E aquela matéria mais difícil, será que vai atrapalhar? Dá para relaxar nessa última semana ou a maratona de estudos continua? Aumento ou diminuo as horas diárias com os livros? E depois do Enem, que curso vou querer estudar pelos próximos anos?Houve quem, finalmente, definisse o que irá estudar nos próximos anos. Outros fizeram uma reviravolta e, na contagem regressiva, já não sabem mais o que tentar (ver abaixo). A boa notícia é que, no caso do Enem, a escolha não precisa ser feita agora. O primeiro passo é conseguir o melhor desempenho possível na maratona de questões que acontece no próximo final de semana – dias 24 e 25 de outubro. Na Bahia, 623 mil estudantes tentarão uma vaga no ensino superior, em instituições públicas ou privadas, através do exame. Aqui, o candidato deve ficar atento ao horário de abertura e fechamento dos portões. O relógio segue o horário de Brasília e, como a Bahia não adotou o horário de Verão, os candidatos devem chegar ao local uma hora mais cedo do que no restante do país. Ou seja: como os portões abrem ao meio-dia e fecham às 13h de Brasília, os baianos precisam chegar às 11h, já que eles fecharão às 12h.
Liliane Reis, 17 anos Os dias que antecedem o exame têm servido para que a moça, aluna do 3º ano do Colégio da Polícia Militar dos Dendezeiros, estude ainda mais para o Enem. Embora a última semana tivesse sido planejada para descansar, a estudante não conseguiu se desvencilhar das apostilas. Ela já teve provas na segunda-feira, ontem e hoje. “Querendo ou não, estamos sendo obrigados a estudar esses três dias. Mas eu pretendo revisar, pelo menos, na quinta-feira, porque sempre fica aquela sensação de que ainda falta alguma coisa”, contou. O que o tempo não ajudou Liliane foi na escolha do que pretende estudar. Quando conversou com o CORREIO pela primeira vez, há três meses, ainda estava em dúvida, mas pensava em algo na área de Exatas - nas Engenharias, mais especificamente. Agora, são tantas dúvidas que ela nem sabe se ainda pensa em ser engenheira, qualquer que seja a especialização. “Na verdade, o colégio promoveu um passeio para algumas faculdades e isso me deixou mais confusa ainda. Era vocacional, pra você conhecer outras profissões, e eu acho que fiquei mais confusa do que quando comecei”, admitiu. “Teve uma que eu fui pra aula de Engenharia e fiquei assim, com o pé atrás”, comentou.(Foto: Marina Silva)Leonardo Gondim, 19 anos A greve no Instituto Federal da Bahia (Ifba), que aconteceu do meio de abril até o final de julho, poderia ter atrapalhado muito a vida de Leonardo, estudante de Edificações e candidato ao Enem, mas foi uma boa oportunidade para ele se dedicar ao estudo de conteúdos específicos do exame. “Aproveitei ao máximo. Ainda não terminamos a segunda unidade do curso, estamos atrasados, mas o Enem já é daqui a três dias”. Entre uma aula e outra, ele busca solucionar suas dúvidas com os professores do Ifba. “Eles são bem atenciosos e me ajudam em exercícios e dúvidas”, comentou. Candidato a uma vaga em Engenharia Civil, na Ufba, Leonardo está confiante. “Estou bem mais preparado e tranquilo este ano. Dificilmente uma questão vai me pegar de surpresa”, garantiu.
Laura Diamantino, 17 anos Em julho, a aluna do 3º ano do Vitória-Régia Centro Educacional, no Cabula, tinha certeza de que queria estudar Letras Vernáculas e Língua Estrangeira Moderna na Universidade Federal da Bahia (Ufba). Tudo a ver com as antigas paixões: História, Literatura e Língua Estrangeira. Três meses e muitas horas de estudo depois, uma mudança radical. “Mudei. Agora estou entre Odontologia e Medicina. Ainda estou em dúvida, mas foi uma mudança radical”, reconhece. Laura, antes, temia a disciplina de Física. Mas as coisas mudaram. “Estou mais confiante e melhorei, inclusive, na escola. (Foto: Mauro Akin Nassor)Na primeira unidade, eu tinha ficado com média 7,4 e na segunda, fiquei com 9,1”, disse. Assim como a maioria, ela não diminuiu o ritmo de estudos na reta final, mas organizou um cronograma detalhado para manter a cara nos livros. A nova agenda incluiu revisões constantes e uma repassada nos conteúdos para garantir o melhor desempenho possível.
Rafael Marinho, 16 anos O rapaz continua estudando por um objetivo principal: ser aprovado e poder cursar Engenharia da Computação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Nas últimas semanas, a agenda do estudante do 3º ano do Colégio Integral, na Pituba, ficou ainda mais cheia. “Realmente, estou estudando um pouquinho mais, ainda mais que chegou a primeira fase do IME (Instituto Militar de Engenharia) na semana passada. Agora, está chegando o Enem e também tem a segunda fase do IME e, mais pro final do ano, o ITA”, listou. Para estudar em uma das duas instituições militares, Rafael não poderá usar a nota do Enem, mas ele não descarta a possibilidade de estudar na Ufba. Para isso, vem sacrificando, ultimamente, até os finais de semana. “Eu tenho tirado algum tempo para estudar, porque durante a semana a minha agenda é bem cheia. Aí, eu tive que empurrar para o final de semana, mesmo”, contou.(Foto: Arisson Marinho)Ariane Macedo, 20 anos O sonho de Ariane, aluna do Curso Universitário, é estudar Medicina, e isso não mudou ao longo da rotina de estudos para o Enem deste ano. “É Medicina, não tem segunda opção. Não tenho nenhuma dúvida em relação ao curso”, garantiu a estudante. A rotina de Ariane este ano foi cheia de disciplina. Ela já completou o programa do cursinho e a dela própria, que era de responder, este ano, todas as 17 provas do Enem, de 1998 a 2014. “Agora, esta semana, estou dando uma relaxada, diminuindo as horas de estudo até para descansar mais, ganhar energia para a hora da prova”, explicou. Mesmo assim, continua frequentando as aulas no cursinho, que se dedica esta semana à revisão dos conteúdos – nada de assunto novo – e lendo alguns livros, para se manter acostumada à velocidade de leitura e interpretação exigidas na prova. No ano passado, por pouco Ariane não foi aprovada no curso pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Agora, é manter o foco para aumentar a média e conseguir a tão sonhada aprovação.
Yasmin Santos, 17 anos Aluna do 3º ano do Villa – Campus de Educação, Yasmin contou em julho que andava flertando com a área de saúde: talvez Medicina ou Fonoaudiologia. Para o segundo curso, ela até já havia sido aprovada na Ufba no ano passado, através do Enem e com média de 679 pontos. Agora, a menos de uma semana, Yasmin sabe que quer ficar na área de saúde, mas ainda não bateu o martelo, embora venha preferindo Medicina a Fonoaudiologia. Na reta final, a candidata mantém a maratona de estudos do início do ano. Nada de reduzir o ritmo. Quando chega em casa, por volta das 14h, corre de volta para os livros. “A mesma coisa de sempre: chego em casa depois do colégio e estudo até 22h, além de resolver o módulo do Enem que o colégio deu para a gente. Estou bem focada”, garantiu a estudante, que tenta descansar um pouco somente nos finais de semana.(Foto: Mauro Akin Nassor)* Colaborou Giulia Marquenizi