Prévia da inflação volta a subir em Salvador e RMS; cebola é a vilã
Alimentação, comunicação e artigos para residência puxaram a alta
-
Da Redação
redacao@correio24horas.com.br
O preço da cebola continua de chorar. Em junho, o item teve aumento de 23,47%, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE. Foi o item com a maior alta, o que ajuda a explicar porque o IPCA voltou a acelerar e ficou em 0,05% na Região Metropolitana de Salvador (RMS), acima tanto do registrado em maio (-0,54%) quanto do índice de junho de 2019 (0,03%).
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 15 de maio e 15 de junho. O índice de junho na RMS (0,05%) ficou um pouco acima do verificado no país como um todo (0,02%), o menor para um mês de junho desde 2006.
Em Salvador, o índice resultou dos aumentos nos preços médios de sete dos nove grupos grupos de produtos e serviços que formam o índice. Com a terceira maior alta dentre os nove grupos, alimentação e bebidas (0,76%) foi mais uma vez a principal pressão inflacionária no mês, pois tem o maior peso nas despesas das famílias na RM Salvador. Transportes (-1,06%) e despesas pessoais (-0,25%) tiveram deflações.
Tanto a alimentação no próprio domicílio (0,90%) quanto comer fora, incluindo os serviços de delivery (0,38%), ficaram mais caros. Destaque para a cebola (23,47%) que teve o maior aumento dentre as centenas de itens pesquisados e já mais que dobrou de preço no ano (110,24%). Na alimentação fora, a principal pressão veio dos lanches (1,26%).
Apesar do aumento em média dos alimentos, alguns itens que tinham puxado a inflação para cima nos meses anteriores mostraram recuos na prévia de junho. Foi o caso do tomate (-4,95%) e da cenoura (-9,26%).
O grupo comunicação teve a maior alta no IPCA-15 de junho, na RMS (1,06%), acelerando em relação a maio (quando havia aumentado 0,44%) e exercendo a segunda principal pressão de alta no índice como um todo. Os aumentos nos aparelhos telefônicos (2,90%) e nos combos de telefonia, internet e TV por assinatura (2,33%) foram as influências mais importantes.
Uma terceira pressão significativa para o IPCA-15 de junho na RMS veio dos artigos de residência (1,01%), que também aumentaram mais do que em maio (quando haviam ficado com 0,77%), puxados por itens como televisores (5,21%) e refrigeradores (6,09%), entre outros.
Entre os grupos que apresentaram deflação na prévia de junho, transportes (-1,06%) foi fortemente influenciado pelas passagens aéreas (-25,36%), que se mantiveram em forte queda. Já as despesas pessoais (-0,25%) sofreram a influência da queda nos itens de recreação (-0,86%), sobretudo de hospedagem (-2,22%).
Brasil No mês, a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (0,27%), o município de Goiânia (0,13%) e Brasília (0,10%) tiveram as maiores prévias da inflação. Dentre as quatro áreas com deflação, os menores índices foram verificados nas RMs Belém (-0,20%), Fortaleza (-0,17%) e Belo Horizonte (-0,09%).
O primeiro semestre de 2020, o IPCA-15 da Região Metropolutana de Salvador tem variação acumulada de -0,40%, mantendo-se acima do índice do Brasil como um todo (-0,58%), mas desacelerando em relação ao acumulado até maio (0,62%).
Nos 12 meses encerrados em junho, o índice chegou a 1,79%, interrompendo a trajetória de desaceleração em relação ao mês anterior (o acumulado havia sido de 1,77% nos 12 meses encerrados em maio), mas ainda um pouco menor que o índice nacional (1,96%).