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Nova geração prefere saúde e bem-estar a cargos de gestão


 

Preferência evidencia a importância de empresas promoverem um ambiente de trabalho mentalmente saudável nos dias de hoje

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 12/06/2024 às 09:00:00
Um ambiente de trabalho mentalmente saudável é um requisito fundamental para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer organização. Crédito: SHUTTERSTOCK/REPRODUÇÃO

 Em meio aos desafios e demandas do ambiente de trabalho moderno, a atenção ao bem-estar mental dos colaboradores nunca foi tão crucial. Um ambiente de trabalho mentalmente saudável não é apenas um benefício adicional, mas sim um requisito fundamental para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer organização. E vem sendo prioridade para os brasileiros. Numa pesquisa feita em janeiro de 2024 por uma plataforma de currículos online, a Onlinecurriculo, 56% dos entrevistados destacaram que priorizam um ambiente de trabalho saudável.

Os entrevistados tiveram que levar em conta o seguinte cenário: se sairiam de uma empresa que apresente um ambiente de trabalho que não seja saudável, mesmo que o salário fosse satisfatório. Em uma escala de zero a dez, onde zero indicaria que o trabalhador não sairia da empresa e dez representando que certamente sairia, a grande maioria dos respondentes indicou que não permaneceria na instituição. 26% escolheram o número 10; 11% o 9, e 19% o 8. Somadas, as colocações que priorizam um ambiente de trabalho saudável chegam a 56%, enquanto apenas 4% ficariam no emprego pelo bom salário.

Um ambiente de trabalho que promove a saúde mental dos funcionários oferece inúmeros benefícios, como a redução do estresse crônico, capacidade de lidar com desafios e contratempos de forma construtiva, mantendo um nível saudável de funcionamento emocional e psicológico e pode levar a um aumento significativo da produtividade e do desempenho geral da equipe. Além de fomentar a criatividade e inovação.

Várias empresas já estão atentas a essas questões. O Banco Mercantil, por exemplo, foi uma das instituições que recebeu, neste ano, o selo Mental Heath, do GPTW. O selo mede os índices de bem-estar da empresa e é representado por uma nota de 0-100, que denota o perfil de como o time tem se sentido. Ele é concedido a partir de 70 pontos na pesquisa. O Mercantil alcançou o Estágio Estratégico, somando 84 pontos, uma nota superior à média das demais empresas participantes.

“As pessoas percebem que o Mercantil tem esse ambiente psicologicamente seguro, que propicia o bem-estar do colaborador em todas as suas nuances, tanto físicas quanto mentais. O selo traz um feedback de como estamos atuando em termos de gestão e cultura”, destaca Priscila Lopes, gerente de Talentos e Cultura do banco.

A profissional destaca, ainda, a importância de um ambiente mentalmente saudável para se trabalhar e como isso é valorizado pelas novas gerações. “Conseguimos desenvolver nossas atividades de forma plena. Criatividade e produtividade se misturam de forma positiva. As novas gerações valorizam ambientes em que possam se expressar e desempenhar todas as suas habilidades. Isso é tão valorizado quanto os aspectos de salário e benefícios”, disse.

Conscientização – As Gerações Y ou Millennials, nascidos entre 1981 e 1996, e a Z, composta por jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010, cresceram em um mundo marcado por uma crescente conscientização sobre questões relacionadas à saúde mental. Dessa forma, eles estão mais atentos do que nunca aos impactos que o ambiente de trabalho pode ter em seu bem-estar psicológico e emocional.

O salário, de certa forma, já não tem a mesma importância de antes. Hoje em dia, fatores como a flexibilidade e a saúde mental pesam mais, tanto que, de acordo com um relatório da plataforma de People Analytics Canadense Visier – que contou com 1000 entrevistados, os profissionais estão evitando cargos de gestão para ter mais tempo livre. As metas relacionadas ao local de trabalho não superaram as três principais ambições dos entrevistados. São elas: passar tempo com a família e amigos (67%), ter saúde física e mental (64%) e viajar (58%). Apenas 9% colocam como prioridade se tornar um gerente de pessoas e 4% afirmam se tornar um executivo de alto escalão.