VW T-Cross é o SUV mais vendido no país, porém não apresenta um bom resultado na Bahia
No estado, o veículo produzido no Paraná é apenas o décimo em emplacamentos. Confira a avaliação
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Antônio Meira Jr.
antonio.meira@redebahia.com.br
Ao apresentar a linha 2025 do T-Cross, a Volkswagen anunciou orgulhosamente o veículo como o SUV mais vendido no país. Realmente, no primeiro semestre, ele somou 31.519 emplacamentos no mercado nacional, deixando o Hyundai Creta (30.531) em segundo lugar e o Chevrolet Tracker (28.865) na terceira posição.
Porém, na Bahia a realidade da VW é bem diferente da média brasileira. Enquanto ocupa no país a segunda posição em participação nas vendas de automóveis e comerciais leves com 15,57%, na Bahia é a quarta colocada com 9,27%. E isso impacta no ranking dos produtos.
No mercado baiano de SUVs, que é liderado pelo Hyundai Creta (1.609), o representante da VW é apenas o décimo, atrás inclusive de modelos maiores, como Toyota Corolla Cross (1.212) e Jeep Compass (720). Foram apenas 627 unidades do T-Cross licenciadas na Bahia, volume inferior ao obtido nos primeiros seis meses do ano passado, quando somou 645 licenciamentos.
Para o T-Cross 2025, a VW implementou alguns ajustes. Externamente, as mudanças foram concentradas na dianteira e traseira. Por dentro, a marca deu atenção à principal crítica desde seu lançamento, há cinco anos, melhorando os materiais. O plástico do painel ganhou um material com melhor textura e costura. Os acabamentos de porta receberam porções de tecido e os bancos foram redesenhados.
A central multimídia recebeu uma tela de 10,1 polegadas mais destacada, criando aspecto de flutuação. O sistema é intuitivo, mas faz muita falta um botão giratório para o volume. A VW ficou devendo incorporar alguns equipamentos que estão presentes em rivais mais vendidos no estado, como o freio de estacionamento elétrico, oferecido no Hyundai Creta, Caoa Chery Tiggo 5X e Jeep Renegade.
PREÇOS E OPÇÕES
São quatro configurações na linha 2025, três com o motor 200 TSI: Sense (R$ 119.890), uma denominada apenas 200 TSI (R$ 142.990) e Comfortline (R$ 160.990). A topo de linha Highline (R$ 175.990) usa o motor 250 TSI, que rende 150 cv.
Nossa avaliação foi com a configuração 200 TSI. Ela é equipada com motor 1 litro turbo, que entrega 116 cv de potência com gasolina e 128 cv com etanol e trabalha em conjunto com uma transmissão automática de seis velocidades. Esse trem de força é ágil e tem um bom consumo. Com gasolina, fez 9,5 km/l na cidade e 12 km/l em rodovias. O torque máximo é de 20,4 kgfm, independentemente do combustível.
O modelo testado estava equipado com um pacote opcional chamado de Interactive IV, que agrega por mais R$ 2 mil: câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro, espelhos retrovisores externos eletricamente ajustáveis e rebatíveis com função tilt-down no lado direito e rodas de liga leve de 17 polegadas. Assim, incluindo a pintura metálica (R$ 1.750), o carro avaliado sai por R$ 146.740.
Em relação à segurança, a opção 200 TSI tem freios a disco nas quatro rodas, seis airbags e sistema de frenagem autônoma de emergência. Um pacote bem ajustado para essa versão.
Um dos fatores que deve ser considerado é que três primeiras revisões obrigatórias estão inclusas no valor do veículo. Assim, nos primeiros 30 mil quilômetros ou 36 meses, o que ocorrer primeiro, o cliente não vai pagar pela mão de obra e por peças de troca obrigatória.
Em resumo, o T-Cross é um veículo competitivo, assim como os outros produtos do portfólio da VW. No entanto, a marca deveria dar mais atenção ao mercado baiano e fiscalizar melhor seus revendedores no estado em relação à qualidade dos serviços prestados no pós-venda.