Volkswagen atualiza a Amarok, mas faltam tecnologias e o preço é alto pelo atraso na plataforma
Picape manteve o motor V6 e custa a partir de R$ 309.990. Confira a avaliação em texto e vídeo
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Antônio Meira Jr.
antonio.meira@redebahia.com.br
Enfim, a Volkswagen lançou a atualização da Amarok no Brasil. No entanto, o modelo que está desembarcando nas concessionárias nacionais não é a nova geração da picape. O utilitário oferecido na América do Sul, que tem produção na Argentina, é o mesmo comercializado desde 2010 e agora passou por ajustes.
Para outros mercados, a Volkswagen oferece a segunda geração do veículo, que foi desenvolvida pela Ford. Isso mesmo, as duas marcas fizeram uma parceria e o fabricante americano foi o responsável pela nova Amarok, que tem a mesma base da nova Ranger. Inclusive, estava prevista a produção na Argentina, porém, na época, a filial da América do Sul, na gestão do argentino Pablo Di Si, não deu sequência ao projeto.
Dessa forma, a Ford seguiu sozinha na região e lançou a nova geração da Ranger há um ano. A Volkswagen partiu então para produzir uma modificação na dianteira e incrementar alguns ajustes da sua picape. O principal avanço foi a introdução de dois airbags do tipo cortina, totalizando agora seis unidades.
Outras atualizações que seriam pertinentes não puderam ser introduzidas, é o caso da partida por botão. Dessa forma, mesmo a picape custando a partir de R$ 309.990, não oferece esse sistema que está disponível no Polo Sense (R$ 102.990). A explicação da engenharia da VW é que a arquitetura eletrônica da plataforma não suporta essa tecnologia.
O mesmo acontece com equipamentos de auxílio à condução. Enquanto rivais oferecem sistema de avisos para veículos no ponto cego e sistemas de frenagem autônoma, a Amarok adotou um aparelho auxiliar para fazer alertas ao motorista. Chamado de Safer Tag, ele indica a velocidade máxima da via, mostra se há saída de faixa e avisa em caso de colisão frontal com outros veículos, pedestres e ciclistas.
Faltou implementar um sistema de alívio para a tampa traseira, como adotado na Ranger e Frontier, por exemplo, e a inclusão de ganchos de fixação de carga na metade da caçamba - são oferecidos fixadores de carga apenas na altura do piso. Os concorrentes citados ainda contam com sistema de câmeras 360 graus para facilitar em manobras.
MECÂNICA MANTIDA
Para o Brasil, será oferecido apenas o motor V6 turbodiesel. Esse propulsor de 3 litros foi criado pela Audi, que faz parte do Grupo VW, e continua entregando 258 cv de potência, entre 3.250 e 4 mil rpm, e 59,1 kgfm de torque, entre 1.400 e 3 mil giros. Ele conta com a função Overboost, chegando a 272 cv por até 10 segundos.
O motor V6 é associado a uma transmissão de oito velocidades que aceita intervenções manuais pela alavanca ou por paddle shifters. A direção tem assistência hidráulica.
O sistema de tração nas quatro rodas atua sob demanda, ou seja, entra em ação automaticamente sempre que existe necessidade, sem uma intervenção do condutor. Isso pode acontecer aos 20 km/h ou aos 150 km/h, por exemplo.
Assim, o 4x4 atua tanto para melhorar a aderência em altas velocidades, quanto para ultrapassar obstáculos no off-road. Para isso, conta com dois dispositivos: o bloqueio do diferencial traseiro e o ABS off-road.
MERCADO DE PICAPES
A VW ampliou a garantia de três para cinco anos, equalizando com os demais competidores da categoria: Chevrolet S10, Fiat Titano, Ford Ranger, Mitsubishi L200 e Toyota Hilux. A Frontier conta com seis anos de cobertura.
São três versões de acabamento: Comfortline (R$ 309.990), Highline (R$ 328.990) e Extreme (R$ 350.990). É um preço alto para uma picape que deveria ter passado por uma atualização mais profunda, tecnicamente chamada de mudança de geração.
Como comparação, a Ford cobra valores próximos na Ranger, que está uma geração à frente: XLT (R$ 295.790), Limited (R$ 326.990), Limited Pack (R$ 351.990). A Toyota cobra R$ 333.290 na Hilux SRX Plus e R$ 290.190 na versão SRV.
Em relação às vendas, a Amarok precisa melhorar muito seu desempenho na Bahia. No primeiro semestre, a líder foi a Hilux, com 1.134 emplacamentos. A Ranger ficou em segundo lugar com 676 unidades e a S10, na terceira posição, com 375 exemplares. A Amarok somou apenas 47 emplacamentos no estado entre janeiro e junho.
*O JORNALISTA VIAJOU A CONVITE DA VOLKSWAGEN