Assine

6 maneiras para organizar as finanças em 2025


 

A educação financeira é uma das melhores ferramentas para alcançar a independência

  • Portal Edicase

Publicado em 10/12/2024 às 15:45:01
Organizar as finanças para o próximo ciclo é a chave para ter mais estabilidade e controle. Crédito: Imagem: Deemerwha studio | Shutterstock

Com a proximidade do fim do ano, reorganizar as finanças torna-se uma prioridade para muitas pessoas, seja para quitar contas atrasadas, reduzir dívidas acumuladas ou começar o próximo ciclo com mais estabilidade e controle financeiro. Essa busca por equilíbrio ganha ainda mais relevância diante do cenário desafiador de inadimplência no país.

Conforme olevantamentomais recente do Serasa, em setembro de 2024, o Brasil alcançou 72,64 milhões de pessoas endividadas, retomando uma das maiores marcas do ano – atrás apenas dos números registrados em março, abril e julho. Esses dados refletem não apenas as dificuldades de planejamento financeiro, mas também os impactos econômicos amplos que afetam diversas faixas etárias.

Entre os mais afetados, destacam-se as pessoas com idades entre 41 e 60 anos, que representam 35,1% da população com nome restrito. Em seguida, aparecem as faixas de 26 a 40 anos (34,0%), acima de 60 anos (19,1%) e jovens de 18 a 25 anos (11,8%). Esses números mostram que a inadimplência afeta brasileiros em diferentes etapas da vida, reforçando a necessidade de práticas financeiras mais conscientes e acessíveis.

Em setembro, a plataformaSerasa Limpa Nome, especializada em renegociação de dívidas, registrou um valor médio de R$763,64 por acordo realizado. No total, mais de R$ 10,71 bilhões foram concedidos em descontos no período. Esse resultado expressivo demonstra o impacto positivo de iniciativas como essa, que ajudam a aliviar a carga financeira das famílias e promovem uma recuperação econômica sustentável.

Três passos para organizar as finanças

A organização financeira começa com a descoberta do seu “jeitinho” financeiro. Segundo Pati Penna, especialista em organização pessoal, existem três pilares principais relacionados ao dinheiro: o que entra, o que sai e o que fica. Identificar qual desses aspectos é mais sensível para você é essencial para direcionar seus esforços e alcançar a organização desejada. Confira:

1. Dinheiro que entra

Entenda a origem da sua renda. Você possui salário fixo, variável, é empreendedor ou aposentado? Reflita: “estou satisfeito com isso? Meu padrão de vida está alinhado ao que ganho?”. Ter clareza sobre essas questões é o primeiro passo para ajustar sua estratégia financeira. Caso sua renda não seja suficiente, identifique quanto falta para atingir o padrão de vida que deseja e busque formas de ampliá-la.

“Entender o dinheiro que entra é essencial porque, sem essa clareza, é impossível criar uma estratégia financeira realista. A partir disso, você pode alinhar seus ganhos às suas necessidades e sonhos, seja aumentando a renda ou ajustando os hábitos de consumo”, explica Pati Penna.

2. Dinheiro que sai

Organizar as finanças não significa simplesmente cortar custos.Pati Penna destaca que é importante manter gastos que proporcionem prazer e qualidade de vida. A chave está no equilíbrio: ferramentas como o “funil de compras” ajudam a priorizar compras e evitar excessos. Reserve uma parte do orçamento para despesas que tragam satisfação, sem comprometer o essencial.

3. Dinheiro que fica

Guardar ou investir é indispensável para construir segurança e atingir objetivos. Pati recomenda alocar de 10% a 30% do orçamento para uma reserva de emergência ou investimentos de longo prazo. “Com o dinheiro organizado e rendendo frutos, é possível explorar novas formas de otimizar as finanças pessoais, aproveitando inovações tecnológicas e serviços bancários”, enfatiza a especialista.

Aplicativos bancários ajuda a otimizar a gestão do dinheiro. Crédito: Imagem: insta_photos | Shutterstock

Estratégias para otimizar a gestão financeira no próximo ano

Para reduzir os gastos e aproveitar melhor o seu dinheiro, confira 6 estratégias simples e eficazes que vão te ajudar a evitar desperdícios e focar no que realmente importa em 2025:

1. Aproveite as funcionalidades bancárias e dos aplicativos financeiros

Utilize ferramentas bancárias e aplicativos financeiros para otimizar sua gestão de dinheiro. Recursos como contas separadas, categorização de gastos e relatórios ajudam no planejamento. O Open Finance consolida dados de várias instituições, permitindo monitorar saldos, limites e acessar recomendações personalizadas.

“São inúmeras as possibilidades que o Open Finance proporciona aos usuários. Com a sua adesão feita diretamente pelos aplicativos de bancos, as pessoas podem visualizar o saldo de outras instituições financeiras e receber avisos sobre o cheque especial, por exemplo. Podem também receber recomendações de investimentos mais rentáveis e ofertas de crédito e financiamentos com taxas mais atraentes”, pontua o especialista em pagamentos, CEO da Lina Open X, Alan Mareines.

2. Utilize a tecnologia a seu favor

A tecnologia está ao seu lado para facilitar o controle financeiro diário. Aplicativos de gestão financeira, como Mobills, GuiaBolso e Organizze, permitem categorizar despesas, gerar relatórios detalhados e configurar lembretes de vencimento de contas.

Essas ferramentas são úteis para quem busca evitar esquecimentos e organizar melhor os recursos e a praticidade de acessar essas informações diretamente no celular permite ajustes no orçamento em tempo real, fortalecendo hábitos financeiros mais saudáveis.

3. Invista estrategicamente

Investir é uma das formas mais eficazes de fazer o dinheiro trabalhar para você, mas exige estratégia e planejamento. Antes de começar, é fundamental criar uma reserva de emergência, que deve ser equivalente a, no mínimo, seis meses de despesas essenciais. Isso garante segurança em situações imprevistas, como perda de emprego ou gastos médicos inesperados.

Após essa etapa, diversifique seus investimentos. Bancos digitais oferecem ferramentas como “caixinhas” ou “cofrinhos”, que permitem guardar valores e obter rendimentos automáticos. Se você busca algo mais sofisticado, as corretoras oferecem opções de baixo risco e alta liquidez, como CDBs com liquidez diária, fundos DI ou títulos do Tesouro Selic.

4. Planeje o uso do cartão de crédito

Como dito anteriormente por Pati Penna, embora o cartão de crédito seja uma ferramenta prática, ele deve ser usado com cuidado para evitar armadilhas financeiras, como os altos juros de parcelamentos e atrasos. Estabeleça limites claros para o uso do cartão e priorize sempre o pagamento integral da fatura. Isso evita a incidência de juros rotativos, que podem transformar pequenos valores em grandes dívidas.

5. Adote a mentalidade do aprendizado contínuo

A educação financeira é uma das melhores ferramentas para alcançar a independência financeira. Participar de workshops , assistir a vídeos educativos ou ler livros sobre o tema pode trazer insights valiosos para melhorar sua gestão de dinheiro. Com mais conhecimento, é possível identificar oportunidades de economizar, investir melhor e até evitar armadilhas financeiras, como dívidas desnecessárias.

6. Teste o método 50-30-20

O método 50-30-20 é uma maneira simples e eficaz de organizar seu orçamento. Ele consiste em alocar sua renda líquida em três categorias:

  • 50% para despesas essenciais, como moradia, alimentação e contas fixas;
  • 30% para gastos pessoais, que incluem lazer, hobbies e pequenas indulgências;
  • 20% para poupança e investimentos, garantindo que você esteja construindo uma reserva financeira para o futuro.

Essa divisão clara permite que você visualize melhor para onde está indo o seu dinheiro e priorize suas despesas. Por exemplo, se os 30% destinados ao lazer estiverem ultrapassando o limite, é um sinal de que ajustes são necessários. Por outro lado, garantir que os 20% reservados para o futuro sejam respeitados cria um hábito financeiro saudável e sustentável. Além de fácil implementação, o método oferece flexibilidade para adaptar o orçamento de acordo com mudanças na renda ou nas prioridades, proporcionando segurança e controle financeiro a longo prazo.

Por Letícia Carvalho