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Atlético vence Bahia de Feira fora de casa e é campeão baiano inédito


 

Após empate em Alagoinhas, Carcará bate Tremendão de virada e garante 1º título para a cidade

  • Vitor Villar

Publicado em 23/05/2021 às 17:59:05
Atualizado em 22/04/2023 às 07:05:05
. Crédito: Paula Fróes / CORREIO

Título inédito e mais do que merecido. O Atlético venceu o Bahia de Feira por 3x2 neste domingo (23), em plena Arena Cajueiro – mesmo com um homem a menos -, e ficou com o título do Campeonato Baiano de 2021. O jogo de ida, em Alagoinhas, havia acabado em 2x2.

Inédito não só para a história de 51 anos do Carcará, mas também para Alagoinhas. A cidade do sertão é apenas a terceira do interior baiano a conquistar o troféu, ao lado de Feira de Santana (Fluminense, duas vezes, e Bahia de Feira, uma) e Ilhéus (Colo Colo).

Merecido pelo passado e pelo presente. O Atlético foi o único time a bater o Bahia de Feira na Arena Cajueiro em 2021. Antes disso, havia ficado com o vice duas vezes. Em 1973, somente três anos após a fundação do clube, e no ano passado. Em ambos os casos, perdeu para o Bahia da capital.

Com mais um detalhe: a vitória do título veio de virada. O Bahia de Feira abriu o placar aos 17, com gol contra de Iran, que desviou de costas a bola cruzada por Cazumba em escanteio. O mesmo Iran empatou de cabeça aos 23, em cobrança de falta.

E, para completar, brilharam mais uma vez os destaques do Carcará nessa campanha: Ronan, artilheiro do Baianão, que fez aos 46 do primeiro tempo, e Dionísio, aos 24 minutos da etapa final. Marcone Pelé descontou nos acréscimos.

Vale lembrar que essa foi a primeira final entre dois times do interior baiano. Na briga entre duas cidades de peso no estado como Feira e Alagoinhas, melhor para a menor delas.

Com o troféu, além de entrar para a história, o Atlético ficou com uma vaga direta na fase de grupos da Copa do Nordeste de 2022. Os dois finalistas se garantiram também na Série D e na Copa do Brasil do próximo ano. Vale lembrar que, a partir de junho, Atlético e Bahia de Feira vão disputar a Série D 2021 - assim como a Juazeirense. Troféu na mão, papel picado: elenco do Atlético festeja o título inédito para o clube (Foto: Paula Fróes/CORREIO) O jogo em detalhes

Atuando em casa, o Bahia de Feira começou melhor. Destaque para os velozes – e bons atletas – Pedro Neto e Thiaguinho avançando pelos lados do campo, além dos experientes Jarbas e Diones com liberdade para chegar ao ataque.

Ao sete minutos, Pedro Neto se livrou da marcação, foi à linha de fundo e cruzou na área. Deon ajeitou de cabeça e Thiaguinho chutou em cima da marcação. Aos nove, Pedro Neto recebeu nas costas da defesa e tocou para Bruninho, que foi bloqueado pela zaga.

Superior nos primeiros minutos, o Tremendão abriu o placar aos 18, numa infelicidade de Iran: após escanteio, a bola bateu nas costas do zagueiro do Atlético, que tentava evitar a subida de Eduardo, e acabou entrando no gol.

Mas Iran, um dos personagens dessa final, se redimiu logo em seguida. Aos 23, Dionísio cobrou falta lançando a bola na área e o zagueiro balançou as redes, de cabeça, dessa vez a favor do Carcará: 1x1.

Com o jogo empatado, o Bahia de Feira tentou, sem sucesso, avançar e envolver o adversário com passes rápidos. O Atlético aproveitou que o adversário atacava muito, conseguiu se defender bem e passou a ligar os contra-ataques em velocidade. Com isso, foi mais perigoso.

Num desses contragolpes, dois dos melhores jogadores deste Baianão apareceram para definir. Aos 44, Ronan lançou Dionísio em boa posição, que chutou da entrada da área e a bola bateu no braço de Wesley. Pênalti que, na cobrança, Ronan fez o quinto gol dele no estadual e se isolou na artilharia.

Não teve jeito

Mesmo com a vantagem no placar, o Carcará continuou mais perigoso no início do segundo tempo. Atento em campo, conseguia recuperar a posse no ataque e criar perigo. Aos seis minutos, em transição rápida, Dionísio arriscou de fora da área, mas a bola subiu demais.

Aos 15, um lance que tinha tudo para mudar o jogo: Gilmar, do Atlético, entrou com excesso de força, com pé alto, em Tico e recebeu o cartão vermelho após revisão do árbitro no VAR. De fato, mudou: o Carcará conseguiu se reinventar e ficar ainda mais firme em campo.

Prova disso foi a sequência vista desde os 23 minutos. Tico recebeu na direita, cortou para o meio e chutou para bela defesa de Fábio Lima. No encanteio, a defesa conseguiu afastar.

Logo após o tiro de canto, o Carcará avançou ao ataque. Ronan recebeu na entrada da área entre dois marcadores, se livrou deles e tocou para Paulinho, na direita, que cruzou rasteiro. Dionísio, na área, tocou cara a cara com Jean e fez o terceiro do Atlético.

O Bahia de Feira, naturalmente, foi para o tudo ou nada. Colocou um bom número de atacantes em campo, mas demorou para assustar. A chance mais clara após uma enxurrada de cruzamentos na área foi de Diones, aos 33, que chutou em cima da zaga.

O gol, realmente, só saiu aos 45 minutos, quando Ricardo cruzou para o meio da área, Fábio Lima saiu mal e Marcone Pelé cabeceou para um gol vazio: 3x2. Infelizmente para o Tremendão, não deu tempo de empatar. O Atlético resistiu nos sete minutos de acréscimo e ficou com a taça. O futebol baiano tem um novo campeão. Time do Bahia de Feira correu, jogou e lutou até o fim, mas acabou derrotado (Foto: Paula Fróes/CORREIO) Bahia de Feira 2x3 Atlético de Alagoinhas (2º jogo da final do Campeonato Baiano 2021)

Bahia de Feira: Jean; Jarbas, Eduardo (Adriano Ferreira), Wesley e Alex Cazumba; Victor Salvador (Ricardo), Diones e Bruninho (Hugo Freitas); Pedro Neto (Tico), Deon (Marcone Pelé) e Thiaguinho. Técnico: Oliveira Canindé.

Atlético de Alagoinhas: Fábio Lima; Edson, Iran, Bremer e Radar (Paulinho); Willian Kaefer, Dionísio e Miller (Jerry); Ronan, Vitinho (Emerson) e Gilmar. Técnico: Sérgio Araújo.

Estádio: Arena Cajueiro, em Feira de Santana.Gols: Iran (contra), aos 17, Iran, aos 23, e Ronan aos 46 minutos do 1º tempo; Dionísio, aos 23, e Marcelo Pelé, aos 45 minutos do 2º tempo.Cartões amarelos: Diones, Marcone Pelé, Wesley e Jarbas (Bahia de Feira); Jerry, Dionísio e Miller (Atlético).Cartão vermelho: Gilmar.Arbitragem: Marielson Alves Silva, auxiliado por Alessandro Rocha de Matos e Jucimar dos Santos Dias.