Coelba projeta realizar 1 milhão de novas ligações de energia em quatro anos
Empresa vai investir R$ 13,3 bilhões no sistema elétrico baiano até 2027
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Donaldson Gomes
donaldson.gomes@redebahia.com.br
Em busca de uma maior aproximação do setor produtivo e do Poder Público baiano, a Neoenergia Coelba apresentou nesta quarta-feira (17) o maior plano de investimentos quadrienal da sua história. Até 2027, a empresa pretende investir R$ 13,3 bilhões no sistema elétrico baiano. Entre as obras, estão previstas a construção ou expansão de 71 subestações em todo o estado. Durante o período de execução das obras, está prevista a geração de 8,8 mil empregos. O volume de investimentos anunciados em um evento no Centro de Convenções de Salvador é 40% maior do que a quantidade de recursos aplicados pela empresa nos últimos quatro anos. A empresa projeta realizar 1 milhão de novas ligações nos próximos quatro anos.
A direção da empresa diz que o volume recorde de recursos que será aplicado no estado nos próximos anos é uma tentativa da empresa de fazer frente às demandas do setor produtivo. Segundo o presidente da Neoenergia Coelba, Thiago Guth, desta vez, o planejamento de médio e longo prazo da empresa levou em conta as perspectivas de aumentos de cargas das mais diversas regiões do estado. Com isso, ele acredita que a empresa irá reforçar a infraestrutura de distribuição de eletricidade, de maneira que atenda os interesses de todos os setores produtivos, sejam do comércio e serviços, passando pela indústria e o agronegócio – de onde vinham as mais contundentes demandas em relação à Coelba.
Eduardo Capelastegui, presidente da Neoenergia, destacou o que a empresa fez nos últimos anos, mas ressaltou que os planos são de fazer “muito mais” daqui para a frente. Ele ressaltou a história e o porte da empresa no Brasil, como uma garantia do cumprimento de todos os compromissos apresentados. “Queremos acompanhar o ritmo de crescimento da Bahia, que tem sido bastante intensos”, destacou.
Presidente da Neoenergia Coelba, Thiago Guth destacou o intuito de transformar a empresa na melhor distribuidora no país. “O plano de investimentos que vamos apresentar é o maior da história da empresa”, disse. “Muito fizemos no passado, investimos bastante, mas a Bahia requer mais energia. E este plano de investimento vai endereçar a energia que o estado tanto precisa”, acredita.
Guth lembrou que a Neonergia, presente no Brasil há 26 anos, direcionou cerca de 80% dos seus investimentos à distribuição de energia e apresentou dados de melhoria na qualidade do serviço, tanto nacionalmente, quanto no estado. “Duas melhores distribuidoras do país são da Neoenergia. Nós sabemos como fazer as coisas e objetivos são de levar a Coelba para estes patamares”, projetou.
Na Bahia, a empresa atende 6,6 milhões de clientes e gera 5,4 mil empregos. Além de ser responsável pela distribuição de eletricidade, a Neoenergia possui no estado 1,5 mil km de linhas de transmissão em operação e outros 1 mil km em construção.
Segundo ele, no último período, a Coelba investiu R$ 11 bilhões no estado, o que era, até então, o maior programa de investimentos da empresa na região. “Os indicadores melhoraram, a qualidade melhorou, mas a gente sabe que existem regiões em que precisamos investir mais”, disse, destacando como exemplo o agronegócio. “Ouvindo estas necessidades, revisamos os nossos planos de investimentos para os próximos anos”, afirmou. Dos R$ 13,3 bilhões previstos, R$ 3 bilhões serão utilizados ainda em 2024, disse. Ao todo, serão destinados R$ 4 bilhões para aumento da capacidade, outros R$ 5,9 bilhões novas ligações, R$ 2,2 bilhões para melhoria da qualidade, além de R$ 1,2 bilhão para outros investimentos, como infraestrutura, regularização de clientes, etc. “Estão previstas 1 milhão de novas ligações nos próximos quatro anos”, projetou Guth.
Renovação da concessão
Durante conversa com a imprensa, Thiago Guth falou sobre o processo de renovação da concessão da distribuição de energia no estado, que está prevista para 2027. Segundo ele, o plano de investimentos recorde anunciado não tem uma relação direta com o processo de renovação de concessão. “Nós estamos acompanhando a questão da renovação, que envolve outras empresas do setor e não é uma questão individual da Neoenergia Coelba. Isto está sendo tratado no âmbito federal”, disse.
“Este investimento está sendo anunciado para fazer frente ao desenvolvimento da Bahia nos últimos quatro anos e não necessariamente tem relação com a renovação. Queremos acompanhar o processo de desenvolvimento do estado”, respondeu. Segundo ele, os planos da Coelba incluem medidas de curto prazo, para dar suporte a momentos de aumento de carga proporcionados pelo fluxo de turistas ou o aumento de temperaturas, mas também existem investimentos estruturantes, para dar suporte ao aumento de cargas em áreas com intensas atividades agrícolas e industriais.
Guth destacou que a companhia tem interesse na renovação do contrato de concessão, mas afirmou que pretende respeitar o processo, que está sendo tratado de maneira setorial.
Segundo Guth, boa parte dos investimentos previstos para a região serão voltados para dar suporte ao desenvolvimento do agronegócio na região Oeste. “São R$ 2,2 bilhões na região como um todo. Luís Eduardo vai ter uma parcela disso, este ano uma subestação já vai atender o município. Mas nós vamos investir em toda a região”, destacou. “Vamos deixar a rede mais robusta”.
“O Oeste como um todo é um grande celeiro e tem um grande potencial para abrigar muitas agroindústrias. Eu estive lá muitas vezes, vi o diagnóstico do potencial de crescimento da região e boa parte dos nossos investimentos estão direcionados a criar uma infraestrutura que suporte este desenvolvimento”, afirma.
Segundo o presidente da Coelba, algumas regiões do estado têm registrado um ritmo de crescimento muito acima do que normalmente se registra nos planejamentos do setor elétrico. “Por exemplo, no final do ano, entre o Natal e o Ano Novo, tivemos um pico de consumo de 40%, o que nos indica que há uma demanda de crescimento da rede no estado”, explica.
“A Bahia tem tido picos de crescimento que fogem do que normalmente era captado em planejamentos de médio e longo prazo. O que a gente tem feito é se aproximar de associações e grupos que trazem uma perspectiva de investimentos mais regionalizada”, explicou. Segundo ele, este movimento de aproximação entre a companhia elétrica e o setor produtivo tem o objetivo de compreender melhor algumas informações que poderiam não ser verificadas no planejamento tradicional.