Manuela Rodrigues coloca voz, emoção e força pra fora em novo EP: Grito
Com mais de 20 anos de trajetória musical, a artista convida o público a colocar para fora tudo aquilo que está preso na garganta
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Da Redação
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Manuela Rodrigues tem muita história para contar. Para contar e cantar. Para contar, cantar e gritar. O desabafo, inclusive, é quem nomeia o seu novo trabalho, o quarto da carreira com mais de 20 anos. "Grito" foi lançado no último dia 8 de abril (sexta passada) e já está disponível em todas as plataformas digitais de música.
A canção-título do EP “Grito” foi composta pela artista após um episódio em que ela teve uma Paralisia Facial, conhecida como Paralisia de Bell. Na ocasião a cantora não podia cantar porque parte do seu rosto não se movia e os olhos não fechavam. A faixa possui um ambiente experimental ousado que contrasta com a formação tradicional piano, baixo e bateria. Ouça logo abaixo.
Em “Grito” a artista assume sua faceta instrumentista e apresenta canções inéditas, cantando e tocando piano, numa formação minimalista, em trio, onde se junta aos músicos Alexandre Vieira (baixo) e Marcos Santos (bateria).
Entre os temas de suas composições, desabafos, relacionamentos, política, questões existenciais e assuntos que atravessam a mulher negra na sociedade. O título permeia as letras das canções como um convite a colocar para fora tudo aquilo que está preso na garganta. O link para o novo álbum também estará disponível na bio do instagram @manuelarodriguescantora.
Embora a canção que dá nome ao EP seja a essência poética, musical e reflexiva, outras canções do disco representam muito na construção dessa nova obra, a exemplo de “Pra Afugentar o Medo”, que a artista traduz como um exorcismo dos seus próprios medos em forma de música dos seus - sendo esta a faixa favorita de Manuela. A cantora também chama à atenção para a faixa “Olhe Pra Cara das Pessoas”, composição escrita antes da Pandemia, que acabou ganhando outro sentido após o isolamento social. A música fala sobre a necessidade de sair das telas, se referindo ao uso excessivo do celular e sugerindo a valorização do encontro, do olho no olho. Já a canção “Siga na Pista” traz as relações amorosas voláteis que se dão à partir dos encontros online nas redes sociais.
A última faixa do EP é uma nova versão para a canção “Marcha do Renascimento”, gravada no álbum anterior da artista, “Se a Canção Mudasse Tudo”, e que agora surge na versão voz e piano. “Achei importante trazer essa canção novamente, ela passou a fazer parte da vida de muita gente durante a Pandemia”.
Multiartista, empreendedora, mãe e muito inventiva, Manuela Rodrigues assina a produção do EP “Grito”, que no total possui cinco faixas. Os arranjos foram construídos coletivamente com os músicos Alexandre Vieira e Marcos Santos, a partir das ideias criadas por ela ao piano. As canções nasceram em 2018 motivadas pela pesquisa de mestrado de Manuela, onde a artista investigou o seu processo criativo ao compor usando o piano como instrumento de acompanhamento.
O disco foi gravado, mixado e masterizado no Estúdio Cada das Máquinas, por Tadeu Mascarenhas, velho parceiro de Manuela e produtor de três dos seus CDs. As fotos da capa do EP e da divulgação são da artista Sara Regis e o visual é assinado por Erich Gutmann. O encarte é do artista visual Don Guto. Além do EP, no dia 01/04 será lançado o MINIDOC “Bastidores do Grito”, com direção de Larissa Lacerda.