Bolsonaro mandou atrasar boletins da covid-19 para evitar telejornais, diz site
Divulgação era 17h, passou para 19h e agora será às 22h sempre
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Da Redação
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O atraso na divulgação dos boletins epidemiológicos sobre a covid-19 no Brasil cumpre determinação direta do presidente Jair Bolsonaro, segundo o jornal COrreio Braziliense. Fontes no alto escalão do governo dizem ao jornal que a decisão é permanente e que agora a divulgação acontecerá diariamente às 22h.
A estratégia busca evitar que o boletim atualizado seja divulgado nos telejornais de horário nobre, como o Jornal Nacional, que são os de maior audiência das grades das emissoras. Os boletins ficam prontos às 19h, mas só serão enviados à imprensa no final da noite, seguindo a determinação.
Apesar disso, o Jornal Nacional, por exemplo, tem driblado essa falta de atualização usando os dados divulgados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, fazendo a soma para todo o Brasil - dados muitas vezes mais atualizados que o boletim do Ministério da Saúde.
A intenção de atrasar a divulgação dos dados existia desde a gestão de Luis Henrique Mandetta, mas o ex-ministro se recusou a acatar essa ordem. Na época de Mandetta, os dados eram passados às 17h, durante coletiva diária com o ministro.
Com a saída de Mandetta, na época de Nelson Teich, o boletim passou a ser divulgado por volta das 19h. Quando Teich saiu, assumindo o interino general Eduardo Pazuello, as coletivas diminuíram ainda mais e os atrasos começaram. Anteontem, o Ministério da Saúde alegou "problemas técnicos" para a divulgação acontecer às 22h. Ontem, não deu nenhuma explicação e repetiu o horário.