Mulheres de propósito: conheça sete empreendedoras negras retadas
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Flavia Azevedo
flaviaazevedo.flcp@redebahia.com.br
Há duas semanas, falamos sobre a solidão da mulher negra. Na edição passada, sobre o resgate da autoestima de mulheres com cabelos crespos. Hoje, o assunto é o trabalho dessas bravas empreendedoras negras. Diferentes portes, mesmo movimento. Sabe "propósito"? Todas elas têm. Viviane Vergasta e Catia Ramos são a Malikáfrica (@malikafrica, no Instagram). As bijus e os acessórios, confeccionados em tecidos africanos, nasceram de um papo entre as duas primas que decidiram criar uma marca que traduzisse as raízes e a resistência do povo negro. "Um dos maiores desafios é termos que conciliar nossos empregos com o nosso negócio pois ainda não conseguimos viver exclusivamente da marca", diz Viviane que comemora cada avanço da empresa. Por exemplo, acabaram de chegar de São Paulo onde expuseram seus produtos, para mais de 50 mil pessoas, durante a Feira Preta. (Foto: Mariana de Paula/Divulgação) Lorena Ifé é jornalista, criadora de conteúdo, empreendedora e mãe solo do pequeno Ifé. Fundou a Afrodengo, maior rede de relacionamento afro afetivo do Brasil e também é dona da Ifé Comunicação, um empreendimento voltado para a comunicação na era digital. Em suas redes sociais escreve sobre comunicação, feminismo, maternidade e afetividade negra. "Minha trajetória tem muito muito a ver com dores pessoais em relação a ser uma mulher negra e isso toca várias pessoas que estão em busca da tão falada representatividade", diz Lorena que pode ser encontrada em todas as redes sociais com o perfil @ifelorena. (Foto: Átila Colin/Divulgação) O Instituto Matamba (@institutomatamba, no Instagram) surgiu, em 2013, quando Gisele Matamba e Cecília Cadile criaram a primeira empresa da Bahia especializada em eventos com temática afro. Mas, antes disso, houve uma preparação que envolveu uma crescente valorização da cultura negra com a participação em cursos profissionalizantes onde aprenderam a estética das amarrações e dos turbantes, por exemplo. "Hoje, queremos ser referência nacional e internacional em serviços de consultoria de eventos corporativos e casamentos com a temática afro-brasileira, e estar no mesmo patamar de competitividade e inovação assim como outras startups brasileiras" afirmam as irmãs, donas da empresa que pode ser acionada no www.institutomatamba.com.br (Foto: Divulgação) "O que motiva é a minha não amnésia histórica desse país e isso me deixa sempre em movimento. Identificando problemas e criando soluções a partir de negócios sociais", diz Monique Evelle (@moniqueevelle, no Instagram) que tem três empreendimentos próprios além de ser sócia em mais alguns. Atualmente, aposta na Sagaz Social, uma plataforma de microaprendizagem, curadoria e inovação aberta."Teremos conteúdos de empreendedorismo simples e curtos com foco nas habilidades do futuro, em formato de drops, produzidos por uma rede de profissionais e líderes de diferentes áreas. Faremos curadoria de pessoas para vagas de emprego, freelas, cursos e eventos de acordo com a demanda. E, além disso, líderes sociais, marcas e empresas poderão fazer chamadas e desafios para receberem ideias e soluções a partir da inteligência coletiva da rede Sagaz Social". (Foto: Dudu Assunção/Divulgação) O negócio de Camila Reis surgiu, em 2014, devido a uma dificuldade achar produtos naturais na época da transição capilar. "Como o mercado não estava atendendo a minha necessidade de óleos naturais e honestos, iniciei a fabricação e comecei a vender apenas no meu ciclo social de amigas. Devido ao marketing boca a boca, as vendas cresceram. Em 2016 criei o www.oleosdami.com.br (@oleosdami, no Instagram) para atender todo o Brasil", diz a empresária que define sucesso de um jeito bem especial:"Sucesso para mim é respeito pela minha luta. Quem me acompanha desde do início, criou respeito por cada frasco adquirido. Hoje tenho clientes, companheiras e defensoras da marca". Carão da semana O carão de hoje é um brinde, um sorriso e aquela frase de Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” (Foto: Acervo Pessoal)