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A omissão de Jerônimo com o avanço do crime organizado em Lauro, o blogueiro derrotado e a tentativa de Tapetão em Conquista


 

Leia a coluna na íntegra

  • Coluna Pombo Correio

Publicado em 27/09/2024 às 05:00:00
Jerônimo Rodrigues permanece omisso diante do avanço das facções criminosas. Crédito: Paula Fróes/Arquivo CORREIO

Portão Fechado

É um escândalo que a facção criminosa que controla o bairro de Portão, em Lauro de Freitas, tenha fechado completamente o acesso para os candidatos do União Brasil, incluindo a candidata a prefeita Débora Régis. Este bloqueio expõe o domínio do crime organizado e o controle sobre a liberdade política na região. E, enquanto isso, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), que se apresenta como defensor da democracia, permanece omisso.

Pesquisadores expulsos

Em qualquer outra parte do mundo, um governador já teria acionado suas forças de segurança para garantir o direito democrático de campanha. Porém, na Bahia, a resposta tem sido a omissão total do governo. Nos últimos dias, a situação piorou: entrevistadores de um instituto de pesquisa foram expulsos do bairro por membros da facção, e um motorista de aplicativo relatou ter sido impedido de entrar na área. A indiferença de Jerônimo frente a um caso tão grave de controle territorial por criminosos levanta questões sérias. Até quando o governador irá ignorar essa afronta direta à democracia? O que mais precisa acontecer para que ele finalmente tome uma atitude?

Naufrágio

A provável derrota do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) em Salvador vai ser, também, o fracasso de um blogueiro que atua na capital baiana. Ele vinha apostando todas as fichas na eleição de Geraldo. E não fazia nem questão de disfarçar.

Tiro saiu pela culatra

Está cada vez mais difícil para Geraldo... Escolhido para representar o Partido dos Trabalhadores na disputa pela prefeitura de Salvador, ele tem visto seu nome derreter nas pesquisas eleitorais. Como se já não bastasse o declínio nas intenções de voto, o emedebista tem que lidar com o apoio de militantes do PT e candidatos do PSB a Kleber Rosa (PSOL), com quem também disputa a cadeira do Palácio Thomé de Souza. Nos bastidores, o sentimento é de “apague a luz quem sair por último”.

Tapetão em Conquista

As Cortes superiores estão de olho no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE) com a decisão que rasga a jurisprudência dos tribunais superiores do Brasil e levou à inelegibilidade da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União Brasil), candidata à reeleição. A decisão é considerada tão absurda que o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reverta. No final das contas, em Conquista, o tiro saiu pela culatra e a prefeita tem crescido nas pesquisas, com chance real de vitória já no primeiro turno. A conversa que tomou conta da cidade é que os adversários não conseguem ganhar no voto e partiram para o “Tapetão”.

A voz dos juristas

Diversos especialistas renomados no campo do Direito se manifestaram sobre a decisão do TRE contra Sheila e ressaltaram que ela é candidata e não está inelegível. Entre eles estão José Carlos Melo Viana, advogado, professor e vice-coordenador do Núcleo de Práticas Jurídicas da UESB, e Gutemberg Macedo Júnior, que foi presidente da OAB de Vitória da Conquista. “Posso afirmar sem sombra de dúvidas que a candidata Sheila Lemos não está inelegível”, disse Gutemberg. Zé Carlos, que é uma sumidade em direito constitucional, disse que os votos dados a Sheila serão, sim, computados e, caso ela tenha mais de 50% dos votos no dia 6 de outubro, será declarada vencedora já no primeiro turno. “Essa é a verdade. Em uma eleição, o que prevalece não é a vontade de um partido, é a vontade do povo”, ressaltou.

Prioridades

Todo mundo sabe que na Bahia há um grave problema com a fila da regulação, mas essa parece não ser uma preocupação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), que é utilizada para fazer política contra adversários do PT. Feira de Santana é um exemplo disso. Nessa semana, a titular da Sesab, Roberta Santana, emitiu uma nota à imprensa com ataques a Zé Ronaldo (União Brasil). Para além do uso político de uma secretaria, que tem finalidade institucional, a prática é também uma afronta à democracia.

Tempestade à vista

Parte da base aliada do governador Jerônimo Rodrigues acha que ele meteu os pés pelas mãos nessas eleições municipais. A outra parte tem certeza. Os principais caciques partidários já não escondem o descontentamento com a condução, por vezes atabalhoada, do governador, que chega a tratar aliados de 2022 como inimigos nas disputas municipais. Dentro do governo, há quem já projete um cenário de turbulência para 2026, considerando a máxima de que “quem planta vento, colhe tempestade”.

Recados duros

Um desses exemplos está em Jacobina, onde estava tudo combinado para o prefeito Tiago Dias (PCdoB) ter o apoio oficial do governo do estado, até que Jerônimo deu um cavalo de pau e declarou apoio à chapa encabeçada por Mariana (PSB), tendo como vice Cícero Monteiro, ex-auxiliar de Rui Costa. Deputado federal e líder do PCdoB na Bahia, Daniel Almeida alertou que a decisão “cria fissura”. Em Brumado, o governador também pegou um caminho próprio e agora trava um duelo com Ronaldo Carletto, novo cacique do Avante. Por lá, ele já ergueu a voz: “Estamos no mesmo barco, o Avante é base do governo, e o senhor governador vai ter que respeitar o Avante, porque o Avante aqui vai ganhar a eleição em Brumado”.

Afundou de vez

A campanha de Sandro Futuca (MDB), em Ibirataia, foi parar no espaço depois que a oposição conseguiu encaixar a estratégia de vincular o emedebista à prefeita Ana Cléia, cuja rejeição chega a 60%. Futuca agora tenta uma manobra inusitada: ter o apoio da gestora, mas longe dela. Basta ver o esforço que ele faz para esconder a prefeita de suas redes sociais. Sem saber do malabarismo, o governador Jerônimo Rodrigues foi à cidade e proclamou que Futuca quer “dar continuidade” ao trabalho da prefeita. Afundou de vez!

Vai tarde

O anúncio feito pelo ministro Rui Costa (PT) de que a concessionária ViaBahia deixará o estado foi comemorado, de início, com fogos e alívio. Mas logo depois, veio o ambiente de incerteza sobre o que ocorrerá com as BRs 324 e 116 no futuro pós-ViaBahia, coisa que Rui não explicou em detalhes. Não demorou para muita gente considerar que a decisão do governo federal, às vésperas das eleições municipais, veio carregada de oportunismo. Um provocador aproveitou o embalo e pediu que Rui também mandasse embora a empresa que cuida do ferry boat.

Fantasma

Em Camaçari, o ex-prefeito Luiz Caetano (PT) teme reviver um fantasma que já assustou adversários 12 anos atrás. Naquele ano, o petista concluía seu segundo mandato e tentava emplacar como sucessor Ademar Delgado, que largou 30 pontos atrás do líder das pesquisas, mas acabou vencendo. Agora, Caetano vê derreter semana após semana a vantagem que tinha desde a pré-campanha e chega à reta final diante de um oponente, Flávio Matos (União Brasil), em franca ascensão.

Febre da camisa azul

Está faltando camisa polo azul em lojas de Salvador! A vestimenta, que tem sido a marca do prefeito Bruno Reis (União Brasil) nas eleições deste ano, tem virado uma febre entre apoiadores, que já não encontram mais peças em estabelecimentos da capital baiana. Alguns até chegaram a fazer encomendas para ter a camisa até o dia 6 de outubro. Nas redes, Bruno chegou a fazer uma brincadeira dizendo que a camisa polo azul conhece mais Salvador do que muitos candidatos por aí!