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Coluna Pombo Correio
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 05:00
Pito do galego
O senador Jaques Wagner (PT), um dos principais articuladores da candidatura a prefeito do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), resolveu dar um basta nos almoços e jantares promovidos pelo emedebista em balneários da Linha Verde. Segundo interlocutores, o cacique petista demonstrou bastante irritação e teria dito que até admite perder, mas que quer ver trabalho e empenho de Geraldo na campanha, o que não tem acontecido, na visão dele.
Pesquisa do desânimo
Nos bastidores da política de Salvador, se comenta que a campanha do vice-governador Geraldo Júnior recebeu recentemente uma nova pesquisa sobre a avaliação do cenário na capital baiana. O resultado aponta o prefeito e candidato à reeleição Bruno Reis (União Brasil) chegando na casa dos 70%, confirmando números de levantamentos já divulgados. Alguns dos integrantes da campanha ficaram atônitos, mas outros comemoraram. Internamente, a situação é tão desesperadora que há rumores de que a cúpula petista do estado tem atuado para segurar a divulgação de pesquisas. O receio maior é que Kleber Rosa (PSOL) se aproxime demais de Geraldo.
Cadê o plano?
A máxima do vice-governador Geraldo Júnior de que quer discutir a cidade caiu por terra após a divulgação, pelo jornal O Globo, de que o plano de governo do emedebista só tem capa e contracapa no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E o pior: todos os demais candidatos incluíram seus planos no sistema, inclusive aqueles de partidos nanicos como PCO, Unidade Popular, PCB e PSTU. Em suas entrevistas e sabatinas, Geraldo sempre diz para as pessoas olharem as propostas que constam em seu plano de governo, mas como o povo vai poder consultar o documento se não está no sistema da Justiça Eleitoral?
Toca Raul
Durante uma entrevista, para tentar justificar suas mudanças de lado e de posicionamentos, o vice-governador Geraldo Jr. resolveu citar Raul Seixas: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante". Resultado: virou piada nas redes sociais. Usuários das redes não perderam a oportunidade e também citaram Raul para falar do candidato da base governista: “Plunct Plact Zum Não vai a lugar nenhum”, escreveu uma. “Eu não preciso ler jornais, mentir sozinho eu sou capaz”, ironizou outro.
Meu passado me condena
O ex-prefeito de Camaçari Luiz Caetano (PT) resolveu brincar com a memória do povo e foi falar das obras de recuperação do rio que leva o nome da cidade para criticar a gestão do prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil). O petista só não contava que fossem relembrar do caso, um grande escândalo de corrupção da gestão dele próprio. As intervenções começaram no período em que Caetano foi prefeito e resultaram em uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por desvios de quase R$ 2 milhões. Devido às fraudes iniciadas na gestão do petista, a prefeitura de Camaçari teve que devolver R$25,8 milhões dos cofres municipais para garantir os recursos federais destinados e a continuidade das obras. Para completar, Caetano teve que ouvir de Flávio Matos (União Brasil), seu adversário na eleição deste ano, a pergunta que não quer calar: “onde está o dinheiro desviado?”.
Golpe baixo
Descendo ladeira abaixo em Vitória da Conquista, o candidato do PT, Waldenor Pereira, resolveu, em um claro ato de desespero, jogar fora das quatro linhas (parafraseando Geraldo Júnior). Na tentativa de atacar a prefeita e candidata à reeleição Sheila Lemos (União Brasil), a campanha de Waldenor atacou a jornalista Daniella Oliveira, que atua na campanha da prefeita. A propaganda do petista comparou a atuação da profissional na campanha de Sheila e na TV Sudoeste, onde trabalhou por 26 anos. A estratégia não foi bem recebida e Waldenor tem sido acusado de misoginia.
Dormiu
A passagem do governador Jerônimo Rodrigues (PT) por Alagoinhas deveria turbinar a militância do candidato governista, mas deixou uma mensagem derrotista no ar. Mesmo com influência pesada das máquinas do estado e da prefeitura, o petista pediu um esforço sobre-humano da militância para tentar alcançar o ex-prefeito Paulo Cezar (União Brasil), que faz uma campanha popular e orgânica nas ruas. Para enfrentar a correria, a sugestão do petista para os seus foi “dormir de tênis”.
Puxa pra baixo
E por falar em Jerônimo, o governador apareceu essa semana na campanha de Geraldo Júnior na propaganda eleitoral, após ficar um tempo mais afastado. Talvez porque a desaprovação do petista só cresça na capital baiana. Com o retorno dele à propaganda, observadores da política baiana não perderam a oportunidade: “Agora que Geraldo afunda de vez”, brincou um deles.
Abandono
Enquanto sua titular mergulha de cabeça na agenda das campanhas eleitorais no interior, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) sofre uma saraivada de críticas nos últimos dias diante do agravamento do já caótico sistema de regulação de pacientes. O ponto de maior revolta veio do Recôncavo com a notícia da morte de um recém-nascido que não resistiu ao tempo de espera. Da secretária Roberta Santana, não se ouviu uma palavra sequer. Ao que parece, abandonou a função para fazer política.
Pinta de ditado
O Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB) entrou de vez na mira da democracia seletiva do PT baiano. Pela primeira vez na história, o governo do Estado cortou o repasse para manutenção no instituto puramente por capricho político, como forma de retaliar quadros ligados ao órgão que não votaram com o partido nas eleições de 2022. Segundo o presidente do IGHB, Joaci Góis, a determinação expressa para o corte veio do secretário de Cultura, Bruno Monteiro, classificado por ele como “jovem com pinta e vocação para ditador”.
Com tiranos não combinam
“Você pode imaginar se num momento de democracia plena no Brasil como esse, os baianos que construíram o 2 de Julho vão suportar uma violência desse tamanho”, afirmou Joaci Góis, em tom de quem não vai baixar a guarda para a investida tirana que vem sofrendo do secretário gaúcho que capturou a Secult com as bênçãos do senador Jaques Wagner.