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Vinhos de Bituruna conquistam Indicação Geográfica de Procedência


 

  • Paula Theotonio

Publicado em 27/10/2022 às 05:00:00
Atualizado em 23/04/2023 às 12:59:05
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Os vinhos elaborados com as uvas de mesa Bordô e Casca Dura (Martha) no município de Bituruna, no sul do estado do Paraná, acabaram de conquistar uma Indicação Geográfica de Procedência (IP).

A partir de agora, as quatro vinícolas que formam a Associação dos Produtores de Uva e Vinho de Bituruna (Apruvibi) poderão usar o selo IP Bituruna em seus rótulos com esta uva. São elas: Di Sandi, Bertoletti, Sanber e Dell Monte. Todos, no entanto, deverão passar sob o crivo do conselho regulador da entidade representativa; o qual avaliará se os produtos atendem às especificações técnicas predefinidas. Saiba mais aqui.

A Bordô é amplamente conhecida pelo brasileiro. Sua cor vívida e intensa, em tons de violeta; além dos seus aromas marcantes e baixos taninos, são muito apreciados pela população que bebe vinhos de mesa.

Já a Casca Grossa, muito confundida com a Goethe (uma uva híbrida), não goza da mesma notabilidade. De cor rosada, formato arredondado e casca mais grossa, a uva é uma mutação da Concord e gera bebidas de cor amarela, reflexos dourados, notas aromáticas intensas de frutas tropicais e baixa acidez. Devido a ter pouca polpa, requer três quilos de uva para se produzir um litro de vinho.

Em comparação, a Niágara produz um litro com 1,4 quilo. Sua produção começou por volta de 1940, com a chegada dos imigrantes do Rio Grande do Sul; e no começo era usada para licores e como adição em cachaças. Hoje são pelo menos 60 mil garrafas por ano produzidas com a variedade rosada nas vinícolas da IP e os vinhos custam, em média, R$ 15.

As IPs do vinho no Brasil Com esta concessão, o país passa a ter 10 indicações geográficas específicas para o vinho. A primeira foi concedida em 2002 ao Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul; e essa mesma região conquistou, em 2012, uma Denominação de Origem (DO). Foi, também, a primeira DO brasileira.

Para utilizarem este selo, as vinícolas localizadas na DO Vale dos Vinhedos — uma área de 72,45 km² nos municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul — atendem a rigorosas especificações. Entre elas, o uso obrigatório de determinadas uvas, como Chardonnay para brancos e Merlot para tintos; envelhecimento mandatório em carvalho para os vinhos tranquilos, entre outras orientações.

As demais são:

● IP Farroupilha (Afavin/RS), com foco em vinhos finos elaborados com uvas da família Moscato (moscatel espumante, vinho fino tranquilo, frisante, licoroso, mistela e brandy)

● IP Monte Belo (Aprobelo/RS), que certifica determinados espumantes finos, espumantes moscatéis, vinhos finos tranquilos e secos brancos e tintos.

● IP Altos Montes (Apromontes/RS), demarcação com vinhedos acima de 850 metros de altitude, tem como produtos os espumantes finos brancos e rosados, o espumante moscatel e os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos secos.

● IP Pinto Bandeira (Asprovinho/RS), região com clima ameno e ciclos longos de maturação nas videiras, produz espumantes finos, espumantes moscatéis, vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos secos.

● IP Vales da Uva Goethe (Progoethe/SC), a primeira IP de Santa Catarina certifica vinhos brancos, vinho leves brancos (seco, suave ou demi-sec), o espumante (brut ou demi-sec) e o vinho licoroso elaborado com a uva híbrida Goethe, tradicionalmente cultivada na região desde o início do século XX.

● IP Campanha Gaúcha (Vinhos da Campanha Gaúcha), delimitação localizada no bioma Pampa e que tem como produtos os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos e os espumantes naturais.

● IP Vinhos de Altitude de Santa Catarina (Associação Vinhos de Altitude), que reúne vinhos vinhos finos tranquilos, nobres, licorosos, espumantes naturais, moscatéis e brandies elaborados em 29 municípios da serra catarinense.

Em estruturação, estão a do Altos de Pinto Bandeira, com foco em espumante finos elaborados com uvas das variedades Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico cultivadas em espaldeira; e a IP Vale do São Francisco, que agrega os estados de Pernambuco e Bahia e terá como produtos certificados os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos; o espumante fino e o espumante moscatel. A indicação geográfica nordestina será a primeira do mundo de vinhos tropicais, onde a videira é submetida a mais de um ciclo vegetativo.

Vinho em Salvador A 2ª edição da Wine Dez, uma feira de vinhos realizada pela Casa Dez e Licia Fabio Produções, acontece no próximo sábado (29), das 14h às 20h, no Yacht Clube da Bahia. Serão 15 stands de produtores de diversos países, com destaque para Viñedos Calcu, William Fèvre, Viu Manent, Ravanal, Pérez Cruz, Vik (do Chile), Mosquita Muerta e Falasco Wines (da Argentina) e Santanita Winery (Portugal), além de produtores nacionais. A curadoria é do educador e head sommelier da Casa Dez, Alexandre Takei. Os ingressos, que podem ser adquiridos via Sympla, custam R$ 200; e R$ 50 do valor pago podem ser revertidos em compras na Casa Dez.

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O Restaurante Amado (Avenida Contorno) retomará, em novembro, o projeto Jazz & Vinho. Nesta quarta edição o evento acontecerá em todas as quartas-feiras do mês, sempre às 19h, com participação da cantora norte-americana Alissa Sanders. Nestas datas o cliente ainda consome o vinho a preço de custo. As reservas podem ser feitas antecipadamente pelo (71) 3322-3520.

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O La Pasta Gialla da Pituba, em parceria com a Vinking Wine, promove em 09/11, às 19h, um jantar harmonizado. Entre os pratos, criados especialmente pela equipe do chef Sergio Arno para o evento, os clientes degustarão rótulos da vinícola Ramon Bilbao, da Espanha. Uma das harmonizações é o Ossobuco de Vitelo com Tagliatelle no Grana Padano com o Ramon Bilbao Crianza e Reserva. O investimento é de R$ 200 para o menu completo harmonizado. As reservas são feitas pelo telefone (71) 3011-6599.