Comerciantes da Baixa de Quintas viram alvo do Comando Vermelho
Quatro lojas foram atacadas porque donos não queriam pagar taxa à facção
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Bruno Wendel
bruno.cardoso@redebahia.com.br
De tiros a coquetel molotov. Entre os dias 30 de janeiro e 03 de fevereiro, donos de revenda de carros na Baixa de Quintas viveram um inferno. Suas lojas foram atacadas após recusarem pagar a tal taxa de segurança exigida pelo Comando Vermelho – prática que já existe em Plataforma, Cosme de Farias e Avenida Vasco da Gama. E é cada dia mais evidente a força do CV na Bahia. Tudo isso tem um porquê. Por anos, a Secretaria de Segurança Pública, quando no comando de Maurício Barbosa, negava a existência de facções no estado, apesar dos indícios divulgados pela imprensa e até pela Polícia Federal. O então titular da pasta dizia que os grupos eram “quadrilhas desorganizadas”. E o que aconteceu? Ao minimizar o problema, a SSP não tratou a questão da insegurança como deveria, teria usado o serviço de inteligência para outros fins ao invés de mapear e barrar o acesso de armas e lideranças do CV, PCC, TCP, e hoje somos obrigados a conviver com comerciantes sendo extorquidos, pessoas assassinadas a todo momento e uma polícia sucateada e acuada.
Janeiro violento
O mês de janeiro fechou com 116 pessoas mortas por arma de fogo na Grande Salvador, segundo o Instituto Fogo Cruzado. Os óbitos ocorreram 168 tiroteios mapeados, que também deixaram outras 36 pessoas feridas. Do total de tiroteios, 67 ocorreram em ações policiais que culminaram na morte de 38 pessoas e deixaram outras 11 feridas, 13 em meio a disputas, com sete pessoas mortas e duas feridas e 13 em meio a perseguições, que vitimaram oito pessoas: cinco morreram e três ficaram feridas. E o ano está só começando.
Furtos em Pirajá
Bastou a noite cair e os gatunos fazem a festa no bairro de Pirajá. Eles estão invadindo e furtando lojas, depósitos, empresas na região. O episódio mais recente aconteceu no último dia 4, quando dois homens entraram numa oficina. A dupla foi flagrada por câmeras. De acordo com a 9ª CIPM (Pirajá), não houve registro de acionamento da unidade para fato e que "diariamente faz rondas e abordagens" na região.