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Vem aí a pílula contra o envelhecimento


 

Teste em ratos de laboratório mostra que nova droga tem potencial de elevar em até 25% a expectativa de vida

  • Flavio Oliveira

Publicado em 20/07/2024 às 16:00:00
Droga que já é testada por humanos, resultou no aumento de até 25% na expectativa de vida de ratos. Crédito: shutterstock

O sonho da vida eterna está mais perto de virar realidade. Pesquisadores ligados ao Laboratório de Ciências Médicas MRC, do Imperial College London, e à Duke-NUS Medical School, em Cingapura, realizaram experimentos com uma nova droga que demonstrou ter o potencial de retardar o processo de envelhecimento, aumentando em até 25% a expectativa de vida.

Reportagem da BBC relata que os testes, considerados promissores, foram feitos em ratos de laboratórios com uma molécula que aciona vários "interruptores biológicos" da proteína interleucina-11, que é associada a processos de inflamação dos órgãos e, por isso, dá o ritmo do envelhecimento do corpo.

Os ratos que utilizaram a droga ficaram conhecidos como "vovós supermodelos". Eles tinham aspecto mais jovial, eram mais fortes e desenvolveram menos câncer do que os seus pares não medicados.

As equipes conduziram dois experimentos. Em um deles, os ratos foram geneticamente modificados para não produzirem a interleucina-11. No outro, os cientistas esperaram que os ratos completassem 75 semanas de vida (o equivalente a uma pessoa de 55 anos) para receberem regularmente o medicamento que elimina a interleucina-11. Os resultados, publicados na revista Nature, mostraram que a expectativa de vida aumentou de 20 a 25%, dependendo do tipo de teste e do sexo dos ratos.

A molécula já está sendo testada em seres humanos, mas ainda não está claro se ela terá o mesmo efeito. O experimento, no momento, está sendo feito em pacientes com fibrose pulmonar (cicatrizes nos pulmões que dificultam a respiração).

Um dos líderes da pesquisa, Stuart Cook, afirmou à BBC que embora os testes não tenham sido concluídos, acredita que os dados apontam que o medicamento é seguro para uso humano. "Tento me ater aos dados e eles são os mais fortes que existem", afirmou.

A reportagem também ouviu Ilaria Bellantuono, professora de envelhecimento na Universidade de Sheffield, que concordou que os dados do estudo parecem sólidos e que é possível surgir daí uma nova terapia benéfica à saúde. Mas ponderou que ainda não há evidências do efeito da droga em homens e mulheres e que o medicamento terá um alto custo de produção. Disse ainda que "é impensável tratar cada pessoa de 50 anos pelo resto da vida".

Esse não é o primeiro estudo (nem será o último) sobre formas de enganar o tempo, evitar a velhice e viver para sempre. As pesquisas se concentram tanto no estilo de vida – estudando alimentação, hábitos, exercícios, etc. - quanto no processo biológico. Este segundo tipo ganhou mais impulso nos últimos anos, tornando-se um campo promissor para farmacêuticas.

Apesar de seus aspectos positivos, essa luta contra o deus que nos devora também estimula o preconceito contra idosos em um mundo que já hipervaloriza a juventude (que seria praticamente a única época da vida que pode ser associada à saúde, beleza, prazer, força e inteligência). E isso, paradoxalmente, no momento da história que a humanidade tem maior expectativa de vida.

Em 2021, a Organização Mundial d Saúde (OMS) chegou a incluir o envelhecimento na lista de doenças e problemas relacionados à saúde (CID). A classificação gerou protestos e a organização substituiu o termo “velhice” por "senilidade", que é o envelhecimento associado ao declínio da capacidade intrínseca, causada por doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, insuficiência renal e cardíaca, e outras, bem como por interferências ambientais e medicamentosas.

Mesmo não sendo doença, a idade é cada vez mais uma barreira a ser vencida pelos viventes – que são aqueles que não morreram, nem por fora nem por dentro -, principalmente no mercado de trabalho.

O estudo "Etarismo e Inclusão 2023", da consultoria Robert Half, indica que 70% das empresas contratam muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos no Brasil. O preconceito é evidente: as pessoas acima dos 50 anos representam mais de 25% da população e 22% da força de trabalho no país segundo o IBGE, contudo, apenas 5,6% das empresas afirmaram ter contratado profissionais nessa faixa etária na mesma proporção (25%). O que mostra que a verdadeira doença na cabeça das pessoas não é nem nunca será o envelhecer.

Parece piada, mas imposto para pum e arroto já existe

Gado produz metano e está no alvo da medida. Crédito: Givulgação

Essa é para escrever bem baixinho para não dar a ideia. Mas o pior é que é verdade. A Dinamarca será o primeiro país do mundo a taxar arroto e flatulência. Apesar de assustar, a medida é positiva e ambientalmente correta. A taxa só será cobrada sobre de gado (pecuaristas). Estudos indicam que a eructação e o pum de bois, vacas, porcos e porcas contêm metano, um dos gases que provocam o efeito estufa (aquecimento global). O objetivo é alcançar a neutralidade de carbono na cadeia da pecuária do país nórdico até o ano de 2045.

O tributo será cobrado a partir de 2030. Cada tonelada equivalente de CO2 de metano soltada pelo gado dinamarquês pagará um imposto de 300 coroas (R$ 239 na cotação atual). Esse valor vai subir para 750 coroas (cerca de R$ 554) em 2035. As receitas geradas pelo imposto serão reinvestidas na transição ecológica da indústria agrícola. A taxa é fruto de acordo entre o governo, a oposição, empresários, pecuaristas e trabalhadores do setor e deve ser aprovada em breve pelo parlamento do país.

Mais de 60% da superfície da Dinamarca é dedicada à agricultura. O país é um dos principais exportadores de carne suína do mundo, item que responde a cerca de 50% das exportações agrícolas do país, segundo o Conselho para Agricultura e Alimentação. Mesmo fruto de acordo, o imposto gerou protestos e críticas. O presidente da Associação Dinamarquesa para a Agricultura Sustentável, Peter Kiaer, disse que a taxa é "inútil". Especialista em agricultura do Greenpeace, Christian Fromberg afirmou que a taxa deveria ser mais elevada.

Meme da semana

Crédito: Reprodução

Febre no Brasil, os memes de Fernando Haddad , o Taxman, ganharam o mundo. Um deles foi exibido na Times Square, em Nova Iorque (EUA), na terça-feira (16). A dona do telão não revelou quem pagou, mas ela cobra US$ 40 por um vídeo de 15 segundos. Será que o apelido pegou?

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