Está provado: trabalhar demais mata; veja o que fazer para salvar vidas
Pesquisador diz que carga excessiva é a 5ª causa de morte nos EUA; países testam semana de 4 dias e proibição de zap fora da jornada
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Flavio Oliveira
flavio.oliveira@redebahia.com.br
Um projeto de lei que quer proibir as empresas de acessarem seus empregados por e-mail, celular ou WhatsApp fora do horário do trabalho começou a tramitar nessa semana na Assembleia Legislativa da Califórnia, o estado mais rico dos EUA. É uma iniciativa semelhante a adotadas em pelo menos 13 países, França e Portugal entre eles. Para o trabalhador, que tem no celular uma extensão do escritório, leis e projetos como esse ajudam. Mas não o suficiente.
Jeffrey Pfeffer, professor da Escola de Pós-Graduação em Negócios da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, tem dedicado seus estudos aos males causados pelo excesso de trabalho. Ele estima que o stress esteja relacionado à morte de 120 mil trabalhadores americanos por ano, sendo, “pelo menos”, a quinta causa de morte nos EUA. O stress dos funcionários também prejudica as empresas. Pfeffer calcula que as companhias americanas gastam cerca de U$ 300 bilhões ao ano para cobrir problemas de saúde de funcionários relacionados à carga de trabalho.
Os dados são de antes da pandemia, que, segundo a própria Organização Mundial da Saúde (OMS), piorou o cenário.
No Brasil, oficialmente, a jornada de trabalho é de 44 horas semanais. Mas, muitas vezes, esse tempo é maior. Os trabalhadores temem perder o emprego se não responderem aos chefes e não flexibilizarem a jornada. Eles também precisam fazer um “extra”, com bicos e horas a mais para dar conta dos gastos.
Baseado na variação do preço da cesta básica, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou essa semana que o salário mínimo ideal – aquele que cumpre com o que determina a Constituição, sendo suficiente para bancar gastos de uma família com educação, saúde, vestuário, lazer etc. – teria de ser R$ 6.832,20, quase cinco vezes mais que o atual (R$ 1.412,00). A situação é pior entre trabalhadores informais e menos qualificados.
Como especialista no assunto (15 livros publicados), o professor Pfeffer diz que governos, empresas e trabalhadores são culpados pela situação. Os governos por não fazerem nada – ou fazerem muito pouco – para protegerem os trabalhadores, as empresas por exigirem demais dos funcionários ao privilegiarem apenas o lucro, e os trabalhadores por não se responsabilizarem individualmente por sua própria saúde.
Em tempos de avanço da Inteligência Artificial (IA) que ameaça milhões de postos de trabalho, vale a pena prestar atenção no projeto de uma semana de quatro dias de trabalho (jornada semanal de 32h) e três de folga. O modelo é alvo de experiências em empresas de diversos países, inclusive o Brasil. Segundo a organização 4 Day Week Global, que lidera esses testes, o balanço é positivo e aponta para redução do esgotamento (68%), aumento da capacidade para o trabalho (54%), diminuição nas demissões de funcionários (42%), aumento da receita em relação ao ano anterior (36%). Governos, empresas e trabalhadores devem estar atentos a todos os movimentos, vantagens, desvantagens, avanços e retrocessos para pensarem no mundo pós-trabalho e como a transição até lá deve ser feita.
A escravidão deu aos gregos o livre pensar e um dos momentos de maior evolução da humanidade. No período da Revolução Industrial, crianças e mulheres morriam de estafa de tanto trabalhar. Filmes e séries de sucesso enxergam um futuro no qual máquinas dotadas de inteligência superior escravizam e exterminam a humanidade.
Duas histórias para filmes e séries baseados em fatos reais; escreva sua própria versão de roteiro
11 mulheres e um contragolpe
Storyline: Uma mulher - Tayara Banharo de Medeiros - descobre ter sido vítima de estelionato sentimental, forma um grupo de WhatsApp com outras vítimas para juntas, preparam uma vingança. O homem - Caio Henrique da Silva Camossatto - com muita lábia e charme se apresentava em aplicativos de namoro como músico, ator, dono de imóveis... Independente da profissão, sempre seria bem-sucedido. Ele se aproximava das vítimas e depois de desfrutar de suas intimidades e desvendar suas fragilidades, aplicava o golpe, pedindo dinheiro emprestado que nunca seria pago. Em 11 golpes, Caio faturou mais de R$ 1,8 milhão. Tayara, que o conheceu pessoalmente quando estava internada em uma semi-intensiva, perdeu apenas R$ 1 mil. Mas desconfiada com o sumiço do namorado, faz uma busca na internet e descobre que Caio já tinha sido condenado por estelionato um ano antes em outra cidade. Ela vai em busca de outras vítimas. Formado o grupo, partem para a ação. Criam um perfil falso no aplicativo, dão o match com o golpista em um restaurante e armam o flagrante com a polícia. Nos anos 80 não existia app, mas o mote da vingança de mulheres contra um homem foi usado pelo filme As seis Mulheres de Adão. Elas não eram vítimas de estelionato sentimental, mas de traição mesmo. É, as vezes a vida pode imitar uma pornochanchada.
Os fugitivos
Storyline: Dois bandidos de alta periculosidade conseguem realizar uma inédita fuga de penitenciária de segurança máxima no Nordeste brasileiro, iniciando uma caçada humana que envolve mais de 1 mil policiais de várias forças. O cerco dura 50 dias e envolve até o presidente da República, que com a imagem abalada, vê o caso ser explorado politicamente pela oposição. Os fugitivos se escondem pela caatinga, por cavernas, fazem famílias reféns, levam medo a cidades. Despistam a polícia de várias formas e viram símbolo de audácia e resistência entre outros criminosos da facção a que pertencem. Líderes dessa facção enviam reforço para ajudar a dupla a escapar para outro país e desmoralizar ainda mais as forças policiais. Tudo começa a se resolver quando um novo chefe da operação de busca resolve incrementar novos métodos, focados na inteligência policial. Os bandidos passam a ser rastreados pelo sinal de celulares e acabam presos no Norte do país, a 1,6 mil km de distância da penitenciária da qual escaparam.
Meme da Semana
Até que tem chovido, mas a verdade é que o calor segue incomodando na capital baiana mesmo já sendo outono. A chuva, é claro, atrapalha: o trânsito não flui, a energia cai, entre outros inconvenientes. Mas sempre há espaço para encontros, desencontros, paixões.
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