Aspirador de pó e celular elevam tensão entre China e EUA; entenda
Novos fatos aumentam tensão entre as maiores potências globais e ajudam a compreender as divergências entre elas
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Flavio Oliveira
flavio.oliveira@redebahia.com.br
A nova guerra fria, travada entre China e Estados Unidos, esquentou mais alguns graus nessa semana. Dois eventos foram determinantes para isso: a Huawei anunciou o lançamento de uma nova linha de celulares, e proprietários de robôs aspiradores de pó filmaram e xingaram seus proprietários em algumas cidades americanas. Mas o que tem a ver tensão geopolítica com aspirador de pó e smartphones? Nesse caso, tudo.
A chinesa Huawei é o alvo mais visível das políticas americanas contra empresas de tecnologia daquele país. Desde a gestão de Donald Trump que os EUA procuram impedir que a China tenha acesso a recursos tecnologicamente mais avançados, sobretudo chips, em um movimento que também ficou conhecido como Guerra dos Chips. Há duas motivações principais.
Pela primeira vez desde pelo menos o fim da primeira Guerra Fria – em 1991, quando a União Soviética foi oficialmente extinta - que outro país, não aliado e não alinhado, estaria, ao menos, em condição de igualdade tecnológica com os americanos. Uma ameaça a mais de 30 anos de liderança absoluta na corrida tecnológica que traz consigo avanços empregados em armas e inteligência militares, infraestrutura, comércio e serviços.
Nesse tempo, o mundo passou a conhecer o Vale do Silício, pedaço da Califórnia que é sede das maiores empresas de tecnologia do mundo, entre elas a Apple e a Alphabet (dona do Google), marcas dominantes no mercado de smartphones.
Ainda nos anos Trump, além das sanções a empresas chinesas e àquelas que mesmo não sendo chinesas eram fornecedores delas, os EUA iniciaram uma campanha para evitar que companhia chinesas participassem da infraestrutura de redes de 5G em outros países. Países como Inglaterra e França seguiram a orientação do boicote.
A velocidade do 5G permite aplicações mais eficazes de inteligência artificial e da chamada internet das coisas (máquinas que se conectam entre si, permitindo uma operação mais automatizada). Segundo os americanos, o uso de tecnologia chinesa permitiria ao país asiático acesso de dados de governos e cidadãos e o controle de objetos que funcionam fora da China. Assim, por exemplo, bastaria um comando de Pequim para provocar engarrafamentos em Londres ou desligar uma usina termoelétrica no Texas, por exemplo.
Desde a quarta-feira (16) que a mídia mundial repercute matéria do site australiano ABC News. Segundo a reportagem, em algumas cidades americanas, proprietários de robôs aspiradores de pó, do modelo Deebot X2s, da marca chinesa Ecovacs, passaram a ser insultados e filmados pelos aparelhos.
Uma das vítimas foi o advogado Daniel Swenson, de Minnesota. Ele disse ao portal que ouviu sons estranhos emitidos pelo aparelho e quando abriu o aplicativo de controle, viu que uma pessoa desconhecida estava acessando as imagens da câmera e controlando à distância a movimentação do dispositivo. Ele mudou a senha de acesso, mas não adiantou. Dias depois, passou a ouvir ofensas racistas emitidas pelo alto-falante do aparelho. Outros casos foram relatados em datas próximas em El Paso e Los Angeles, onde, além das ofensas racistas, o aspirador robô perseguiu o cachorro de uma família
A Ecovacs afirmou à ABC que "não encontrou nenhuma evidência" de que as contas foram hackeadas por meio de "qualquer violação dos sistemas de seus sistemas". Não importa, a reportagem de alguma forma fortalece o discurso americano, iniciado por Trump, que agora disputa uma apertada eleição para tentar voltar à presidência.
Já a imprensa chinesa anuncia para breve o lançamento Huawei Mate 70, novo celular top de linha da fabricante chinesa. A empresa também prepara um sistema operacional próprio, para competir com o Android, do Google e que poderá ser adotado por outras fabricantes chinesas. A China é o maior mercado de smartphones do mundo, inclusive para Apple.
O lançamento do celular, com as funções que, segundo as reportagens, o aparelho pode realizar indicam o uso de um chip avançando. A conclusão é a que ou empresas da cadeia de produção dos semicondutores estão burlando as proibições americanas e fornecendo o item a empresas chinesas, ou, o que é mais provável, a China está perto de conseguir fabricar seus próprios e avançados chips.
Hoje, a produção desse item essencial para a corrida tecnológica é concentrada na Holanda e em Taiwan. Recentemente, os EUA iniciaram uma política para aumentar a produção de chips no país. Exemplo seguido pelo atual governo brasileiro, onde cerca de 90% dos semicondutores são importados. Ainda não está clara qual será a resposta americana, mas tudo indica que será um aperto ainda maior a empresas que fornecem chips e outros itens de desenvolvimento tecnológico aos chineses. Por outro lado, a China já mostrou não estar disposta a sofrer quieta. Há pouco, nacionalizou a produção e acesso às reservas e a exportação de terras raras (as reservas chinesas são as maiores do mundo), minerais críticos para a cadeia tecnológica em todo o mundo.
Milagre em cápsulas: remédio promete corpo malhado sem precisar de academia
O sonho de todo sedentário está prestes a se realizar. Cientistas da Dinamarca, país do laboratório que criou o ozempic, desenvolveram uma pílula até aqui chamada de LaKe. Ela simula os efeitos benéficos do exercício e do jejum no corpo e tem apresentado bons resultados nos estudos realizados até aqui: melhora da saúde metabólica, aumentando a sensibilidade à insulina; promove sensação de bem-estar e disposição; controla a fome e reduz o consumo excessivo de alimentos; previne doenças crônicas (cardiovasculares, diabetes, hipertensão) e melhora a saúde mental. Ou seja, é um milagre a ser encapsulado e consumido.
O medicamento ainda está em fase de testes clínicos, mas promete revolucionar a abordagem da saúde e do condicionamento físico, oferecendo uma alternativa para quem tem dificuldades em se exercitar com frequência, sendo mais um aliado nos tratamentos de doenças ligadas ao sedentarismo, a exemplo da obesidade e da diabetes.
Os cientistas envolvidos com a produção da LaKe, contudo, já adiantaram que a molécula, se um dia chegar aos humanos, não deve substituir a prática de atividades físicas, mas servir como um complemento para aqueles que lutam para manter um estilo de vida ativo.
Conhecendo o ser humano, e tendo o recente exemplo do próprio Ozempic, sabemos que não é bem assim, e se a LaKe for comercializada, ela será sim usada para fins estéticos, estimulando aquilo que pretende combater, o sedentarismo. O Ozempic, remédio contra diabetes que promove um rápido emagrecimento, tem provocado mudanças de hábitos em consumidores com reflexo em diversas cadeias econômicas. Pior, a procura para fins estéticos prejudica quem dele realmente preciso, pois está mais caro e raro de ser encontrado.
Meme da Semana
O sonho de muitos jovens é criar uma startup. Em alguns casos, a criação de uma empresa com alta possibilidade de escalar e em poucos anos atingir valor de mercado acima de um bilhão, parte de uma ideia simples, tipo passar de consumidor a produtor. De alfaces.
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