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Por que a Bahia não deu um salto no Ideb?


 

A Bahia tem falhado em sua missão de educar suas crianças e jovens e apresenta números medíocres na área educacional, comprometendo o futuro de uma geração

  • Editorial

Salvador
Publicado em 16/08/2024 às 05:00:00

Os números não mentem, e os dados divulgados nesta semana pelo Ministério da Educação expõem uma dura realidade: a Bahia tem falhado em sua missão de educar suas crianças e jovens. A meta para o Ensino Médio era de 4,5, mas o estado baiano amargou uma vergonhosa nota de 3,7 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Para piorar, a Bahia ainda ficou em último lugar em leitura e matemática, com uma nota de 4,01. Isso não é apenas um dado, mas uma sentença que compromete o futuro de uma geração inteira. Como é possível que um estado com tanto potencial seja incapaz de garantir que seus jovens saiam da escola com uma formação minimamente adequada?

Enquanto outras regiões avançam, nós permanecemos estagnados e incapazes de proporcionar aos nossos estudantes um ensino que realmente faça a diferença. Os estados vizinhos, Pernambuco e Piauí, por exemplo, conseguiram alcançar as metas estabelecidas pelo Ministério da Educação e notas superiores: 4,5 e 4,3, respectivamente.

É inaceitável que, após quase duas décadas no poder, o governo petista ainda tenha números tão medíocres na área educacional. O crescimento de apenas dois décimos em relação ao Ideb de 2021, que era de 3,5, é um absurdo. Não há motivo para ser celebrado. Tivemos a quarta pior nota do país. Como apostar em um desenvolvimento futuro da Bahia se a sua juventude é privada das ferramentas básicas para competir em um mundo cada vez mais complexo?

A justificativa de que a pandemia da covid-19 prejudicou o aprendizado não convence. Outros estados também enfrentaram a crise sanitária e melhoraram o índice. O fato de outras regiões conseguirem avanços mais significativos no mesmo período aponta para uma gestão baiana falha e para a falta de estratégias educativas consistentes.

Não será com portarias, como a editada pela Secretaria de Educação da Bahia neste ano para garantir a aprovação automática de alunos, que teremos jovens preparados para os desafios da vida adulta.

Importante frisar que a situação educacional baiana também é um fator que perpetua desigualdades sociais. A educação deveria ser o caminho para a igualdade de oportunidades, e não pode se transformar na Bahia em uma máquina de exclusão social. E cada ano perdido representa milhares de jovens que deixam a escola sem as competências necessárias.