Regulamentação do hidrogênio preocupa indústria química
Abiquim teme que projetos voltados à exportação "drenem recursos"
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Donaldson Gomes
donaldson.gomes@redebahia.com.br
Com o avanço de projetos voltados à produção do hidrogênio verde ou de outras origens sustentáveis, a indústria química brasileira está se mobilizando para assegurar os investimentos privados na produção e consumo do produto no Brasil.
O segmento, através da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), se posiciounou nesta segunda-feira (05) por correções nos projetos de lei 2.308/2023 e 5816/2023 – que tratam, respectivamente sobre a definição legal de hidrogênio (combustível e verde) e a sobre a indústria do hidrogênio de baixo carbono e suas tipificações.
Para a Abiquim, a legislação "deve ter como prioridade o uso do hidrogênio como um instrumento de descarbonização da indústria nacional, bem como ganho de sua competitividade". A entidade segue, em uma nota sobre o assunto, dizendo que as "plantas voltadas à exportação deste insumo devem ser autossuficientes, ou seja, elas não podem drenar recursos de projetos voltados para a difusão e consolidação do nosso parque industrial".
A indústria química brasileira é a 6ª maior do mundo, gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos e representa 11% do PIB industrial. Ocupa a primeira colocação na lista de contribuintes de tributos federais com R$ 30 bilhões anuais, ou seja, 13,1% do total da indústria nacional.
O hidrogênio sustentável é visto pelo segmento como alternativa para manter a indústria química brasileira como a mais sustentável domundo e líder em produdos renováveis. "Sua produção é menos carbono intensiva quando comparada com a produção na Europa (entre 5 e 35% menos) e o resto de mundo (entre 15 e 51% menos)", destaca a Abiquim.
A matriz elétrica brasileira é composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6%, ressalta a entidade.