Mudança em comando da Petrobras deve ter poucos impactos na Bahia
Planos da estatal para poços terrestres e de investimentos devem ser mantidos
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Donaldson Gomes
donaldson.gomes@redebahia.com.br
Muda pouco
A troca de comando na Petrobras, com a saída de Jean Paul Prates e a indicação de Magda Chambriard para assumir a presidência da estatal de petróleo, deve resultar em poucas mudanças no cenário aqui na Bahia. Não se devem esperar mudanças na estratégia de manter os poços de petróleo em terra por aqui, nem no interesse em ter participação nos negócios da Acelen, acreditam especialistas no setor. Com Jean Paul, a estatal demonstrava interesse em adquirir participação na Refinaria Mataripe e no projeto de energia renovável à base de macaúba, este com um investimento previsto de R$ 12 bilhões e menina dos olhos da Acelen. Óbvio que a mudança de comando pode resultar em algum atraso nas conversas. Pode, entretanto dificilmente irá inviabiliza-las. A leitura é que se faz é que a saída do ex-presidente já estava precificada faz tempo.
Ganha-ganha
De modo geral, representantes do mercado de petróleo e gás, que está reunido desde ontem no Centro de Convenções Salvador, na Bahia Oil & Gas Energy, que prossegue até amanhã, veem a negociação entre a Petrobras e a Acelen como positiva para os dois lados – "é o típico exemplo de um negócio em que os dois lados ganham", diz um interlocutor à par do assunto. Para a Acelen, ter a Petrobras como uma parceira é um enorme reforço estratégico e financeiro. Por outro lado, a empresa do Mubadala tem a única coisa que falta à Petrobras: agilidade. A gigante petroleira brasileira tem dinheiro, excelência em pesquisa e é capaz de tocar sozinha qualquer projeto, mesmo um gigantesco, como o de biocombustíveis da Acelen. Mas, como uma empresa estatal, possui um processo decisório mais lento.
Inovação
A Ocyan, empresa do setor de óleo e gás, prorrogou hoje o prazo de inscrições para a quarta edição do Ocyan Waves Challenge, programa de matchmaking com startups de todo o país para a resolução de desafios internos da companhia. Nesta edição, foram escolhidos dez desafios que estão sendo apresentados para o ecossistema de Inovação. As startups interessadas devem conferir as informações do programa e cadastrar suas propostas através do site www.ocyanwaves.com.
Socorro à vista
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos representantes da indústria química brasileira, com quem se reuniu na última quarta-feira, apresentem um projeto estruturante para a atividade. Lula disse, nota da Abiquim, associação que representa a indústria química nacional, que deseja uma indústria forte para o Brasil, com grande capacidade competitiva entre as principais economias globais, estando em 2º ou 3º no ranking mundial – hoje, temos é a 6ª maior do mundo. Independente do projeto estruturante, o presidente sinalizou que o governo encaminhará as medidas urgentes para ajudar o segmento a conter o recuo da produção nacional. Entre as medidas estão a elevação de alíquotas sobre importações.
Homenagem
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ex-presidente da Fieb, Ricardo Alban, receberá a Medalha do Mérito Industrial Luiz Tarquínio hoje. Primeiro baiano a ocupar a presidência da CNI neste século, Alban é sócio-diretor da fábrica de biscoitos Tupy e presidente do Sindicato da Indústria do Trigo, Milho, Mandioca, Massas Alimentícias e de Biscoitos do Estado da Bahia. No período em que esteve à frente da federação, Alban fortaleceu a atuação do Senai Cimatec, expandiu as atividades do Sistema Fieb para o interior do estado, com a construção de unidades integradas nas principais cidades do interior, e apoiou a inovação, a implementação da indústria 4.0 e projetos de energias renováveis.
Ícone baiano
O nome de Luiz Tarquínio como patrono da láurea sinaliza a valorização do progresso econômico e social proporcionado pelo setor industrial. Empresário icônico e visionário, Luiz Tarquínio foi um líder empresarial que participou ativamente do debate sobre temas tributários e financeiros de interesse da sociedade. Tarquínio se notabilizou pela fundação, em 1891, da Companhia Empório Industrial do Norte e pela criação da Vila Operária, anexa à fábrica, composta por residências, centro médico, creche, escola de alta qualidade, armazém para abastecimento, dentre outros equipamentos direcionados aos seus colaboradores. A visão moderna e socialmente responsável de Luiz Tarquínio é uma referência para o setor industrial do estado.