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Alta em taxa para equipamentos solares pode inviabilizar 281 projetos para geração de energia até 2026


 

Governo vai elevar Imposto sobre Importação de placas solares de 9% para 25%

  • Donaldson Gomes

Publicado em 28/11/2024 às 05:32:19
Alta deve encarecer aquisição de placas solares. Crédito: Arquivo/Betto Jr/Secom PMS

Sinais trocados

O mesmo país que se posiciona como um entusiasta da transição energética vai elevar a alíquota do Imposto sobre Importações de painéis solares. A alíquota vai passar dos atuais 9,6% para 25%. Um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) indica que pelo menos 281 empreendimentos de grandes usinas solares, que somam mais de 25 GW e mais de R$ 97 bilhões em investimentos até 2026, estariam em risco. Como a maioria das placas solares utilizadas no país é importada, significa que os equipamentos e os projetos de energia solar ficarão mais caros, sobretudo para o consumidor final. “Estes projetos podem contribuir para a geração de mais de 750 mil novos empregos e para a redução de 39,1 milhões de toneladas de CO2 na geração de energia elétrica. Então, essa medida é muito preocupante”, afirma Santiago Gonzalez, CEO da Amara N Zero e coordenador da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) na Bahia.

Preocupação

O presidente da Associação Baiana de Energia Solar (ABS), Marcos Rêgo, classifica a decisão como um retrocesso. “Isso vai na contramão do que tem feito a maioria dos países. Se queremos favorecer a transição energética, temos que facilitar o acesso e a entrada desses produtos no Brasil”, avalia Marcos. Ele explica ainda que, embora o país ocupe uma posição de destaque no que diz respeito à produção e consumo de energia solar, a indústria nacional não é capaz de suprir a demanda pelos equipamentos - por isso, a importação é imprescindível. “A produção nacional ainda é insuficiente para atender à demanda crescente. Hoje, a maior parte dos módulos solares utilizados no Brasil vem da China, onde os custos de produção são menores e há mais acesso à tecnologia”, explica Marcos. Pensando bem, não faz sentido usar o Imposto sobre Importações para proteger uma indústria que não existe no país.

Política perene

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, o baiano Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cobrou a definição de uma política industrial perene e de longo prazo para o país. “O Brasil é a bola da vez. Não tenho dúvida disso. Nós todos somos os responsáveis por isso e não podemos deixar que esse trem passe”, enfatizou Alban, na abertura do 14º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), realizado pela CNI em Brasília.

Desindustrialização

Ricardo Alban lembrou que, entre as décadas de 1950 e 1980, a indústria foi o motor condutor para o crescimento do Brasil. Em 35 anos, a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) saltou de 25% para 48%. De lá para cá, no entanto, a indústria perdeu metade da sua participação no PIB. Atualmente, a indústria nacional responde por 25,5% do PIB, por 66,6% das exportações de bens e serviços e por cerca 70% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento no país.

Oportunidades para a Bahia

Com o objetivo de mobilizar o empresariado baiano para conhecer os instrumentos de fomento da Nova Indústria Brasil (NIB), lançada em janeiro deste ano, a CNI, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) realizam, em Salvador, o evento Política Industrial e Desenvolvimento: oportunidades para a Bahia na neoindustrialização. O evento será no dia 3 de dezembro, às 9h, no auditório da Fieb.

Criadores de conteúdo

A Creator Economy, que envolve os negócios relacionados à criação de conteúdos, registrou um crescimento de 30% na geração de trabalhos diretos e indiretos no Brasil, apontou um estudo da FGV Comunicação Rio. Foram mais de 389 mil ocupações geradas nos últimos 12 meses, direta e indiretamente, de acordo com segunda edição do levantamento, feito em parceria com a Hotmart. A metodologia envolveu entrevista por telefone entre 26 de agosto a 4 setembro de 2024 com 612 criadores de conteúdo que vendem produtos digitais na Hotmart, além de informações internas da companhia e projeções de mercado. De acordo com o estudo, 42% dos respondentes afirmaram que a venda de produtos digitais é sua principal fonte de renda. Nesses casos, o retorno em faturamento é 154% superior.

Imóveis

A Vibra Engenharia lançou ontem um empreendimento residencial conceito, em parceria com a Vestra Empreendimentos. Próximo ao Cristo, a poucos metros do Farol e do Shopping Barra, o lançamento conta com 103 unidades, divididas em quatro tipos de planta, com opções de quarto e sala e duas suítes e Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em mais de R$ 70 milhões. Um verdadeiro refúgio urbano com design moderno e expertise do arquiteto Cássio Santana.

Baixio

No sábado, o o Grupo Prima realiza o lançamento da pedra fundamental do destino turístico Baixio, com um investimento de R$ 5,6 bilhões. No evento, o grupo deve anunciar o início das obras de três resorts de luxo com seus respectivos branded residences – o primeiro Anantara das Américas, um Fasano e uma terceira bandeira ainda em negociação. Além disso, serão apresentadas obras de infraestrutura na via costeira, como sistemas viários, energia renovável, aeródromo, heliporto, urbanização da Vila de Baixio e a autorização de licitação das obras de saneamento e entroncamento à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) já construída pelo Grupo Prima.

Expansão

A Brisanet inaugura nesta hoje sua nova loja em Camaçari (BA). A inauguração faz parte da estratégia de fortalecimento dos canais de vendas para acompanhar o crescimento da telecom na região Nordeste. Em território baiano, essa é sexta loja da rede que atende mais de 1,4 milhão de clientes banda larga no Nordeste.

TVs e notebooks

O televisor foi o líder na comercialização de itens de segunda mão na Bahia entre janeiro e outubro deste ano por meio da OLX. De acordo com levantamento da plataforma, aparelhos de TV correspondem a 25% do share, seguido por notebook com 20%, e pelos itens mesa (19%), fogão (15%) e bicicleta (12%) em vendas no estado. De acordo com pesquisa nacional da OLX de intenção de compra para a Black Friday 2024, os eletrônicos e celulares são os itens mais desejados, considerados por 62% dos entrevistados no país, já 56% querem adquirir roupas, enquanto 55% olha para os eletrodomésticos.