Versões de PMs sobre morte de subtenente estão sendo analisadas, afirma SSP
Perícia ainda será feita para encontrar a "real versão" da morte
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Da Redação
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A investigação em torno da morte do subtenente da Polícia Militar, Alberto Alves dos Santos, de 51 anos, morto por outros policiais militares em ação na cidade baiana de Itajuípe, no final da noite de terça-feira (27), ainda permanece silenciosa.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), está sendo analisada pela Corregedoria da Polícia Militar a versão dada pelo sargento Adeilton Rodrigues D'Almeida, sobrevivente do ocorrido e companheiro de Alberto na equipe de segurança do candidato ao governo da Bahia ACM Neto. Conforme o órgão, outros dois policiais feridos na ação também estão sendo ouvidos.
O sargento afirmou que estava dormindo quando foi alvejado quando os policiais entraram atirando no quarto de pousada que dividia com o subtenente. Ele relatou que, mesmo se identificando como policial, os seus companheiros de farda continuaram com os tiros, que foram fatais para Alberto.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, o número de policiais militares mortos em confronto ou por lesão não natural fora de serviço chegou a 10 em 2020, número dez vezes maior do que a quantidade de policiais militares mortos por confronto em serviço naquele mesmo ano. Já em 2021, o número de mortes de PMs em confronto durante serviço ou fora de serviço se igualou.
Fator em comum em diversos casos, a ocorrência de mortes por confronto com troca de tiros chama atenção. Para o deputado estadual da Bahia, Soldado Prisco (União Brasil-BA), a alta incidência desses casos cria álibis para a Polícia Militar. “É a forma que eles têm de se proteger nesses casos”, disse, em referência ao ocorrido em Itajuípe.
Prisco, que está cobrando novos desdobramentos do caso em suas redes sociais, ainda declarou que aguarda um posicionamento para que o Ministério Público (MP) assuma o caso, uma vez que acredita que a Corregedoria da Polícia Militar será parcial em sua investigação.
Buscada para esclarecimento do andamento das investigações, a Polícia Civil declarou que o caso está sob responsabilidade da SSP.
Contatada, a SSP afirmou que, além da escuta dos envolvidos, a Corregedoria da PM está encarregada pela perícia que irá determinar a real versão da morte do subtenente Alberto.