PM se defende de espancamento e diz que ativista morto era 'constante suspeito'
Suposto espancamento de 2012 foi o que levou Pedro Henrique a virar ativista de direitos humanos
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Mario Bitencourt
mario.bitencourt@redebahia.com.br
Um dos policiais militares suspeitos de suposto espancamento ao ativista Pedro Henrique Santos Cruz Souza, 31, durante abordagem policial em 2012, em Tucano (nordeste da Bahia), o tenente Alex Andrade declarou nesta quinta-feira (17) que nunca praticou algo que desabonasse a sua conduta.
A suposta agressão de 2012 foi o que levou Pedro Henrique a virar ativista de direitos humanos e a denunciar casos de abusos policiais em Tucano, cidade de 50 mil habitantes, onde ele organizava a caminhada da paz.
O ativista, que se dizia perseguido e ameaçado pela PM local, foi assassinado com oito tiros de pistola na madrugada de 27 de dezembro de 2018, em casa, por três homens encapuzados diziam ser policiais, segundo testemunhas. O crime está sendo investigado e ninguém ainda foi preso.
Atual corregedor setorial da PM, tenente Alex Andrade disse que o ativista era “constante suspeito de estar portando droga” por defender a legalização da maconha.
O tenente e outros policiais foram denunciados à polícia e à Corregedoria da PM, em Euclides da Cunha, mas nos dois casos os processos foram arquivados. Segundo Alex Andrade, a abordagem a Pedro Henrique em 2012 “ocorreu como qualquer outra”.
Pedro Henrique, por não conseguir comprovar as denúncias, acabou processado por calúnia e foi condenado a prestar serviços sociais por três meses.
“Essas arbitrariedades nunca ocorreram”, alega o tenente. Para ele, Pedro Henrique “era muito abordado pela polícia porque vivia andando em locais de venda e uso de drogas”. Ele se defende: “Pela função que exerço, tenho de dar exemplo do trabalho da PM, jamais pratiquei algo que desabonasse a minha conduta”, disse o tenente.