Operação Faroeste: STJ afasta secretário Maurício Barbosa, da SSP
Chefe de gabinete, também afastada, é suspeita de alertar alvos de operações
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Da Redação
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O secretário da segurança pública, Maurício Barbosa, foi afastado do cargo por um ano por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que autorizou duas novas fases da Operação Faroeste, deflagrada nesta segunda-feira (14) pela Polícia Federal.
Em nota, o Governo do Estado diz que irá cumprir a decisão judiciail. Também informou que aguarda as informações oficiais do processo em curso para tomar as medidas cabíveis.
Policiais foram na manhã à sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no CAB. Três carros chegaram ao local antes das 6h. Por volta das 7h30, eles deixaram o prédio com um malote. (Foto: Arquivo) A delegada Gabriela Macedo, que é chefe de gabinete do secretário há anos, está sendo investigada por vazar informações sobre operações sigilosas, avisando antecipadamente alvos sensíveis. Ela é suspeita de avisar várias vezes ao falso cônsul Adailton Maturino sobre ações prestes a acontecer, entre outros casos. Ela também foi afastada. Segundo fontes do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a força da delegada na SSP era maior até que a do subsecretário Ary Pereira de Oliveira - que deveria formalmente ser o segundo nome na hierarquia.
Segundo fontes do CORREIO, policiais lacraram o Centro de Operações e Inteligência da SSP e também a Central de Monitoramento, de onde são feitas as escutas por grupos de inteligência. Perícias serão feitas nesses locais. Procurada, a SSP negou essa informação e disse que só foram cumpridos mandados na sala de Barbosa, além da residência.
A desembargadora Lígia Maria Ramos Cunha Lima, do TJ-BA, é um dos alvos das novas fases. Há informações de que ela mantinha um esquema de venda de sentença e tráfico de influência, tendo uma ascensão financeira meteórica incompatível com o cargo. A família mantinha mansão na Praia do Forte, lanchas de luxo, viagens internacionais frequentes ficando nos melhores hotéis.
Outro alvo da operação é a promotora de Justiça Ediene Louzada, que atuava em Barreiras antes de ser transferida para Salvador. Ela coordenou o escritório regional do MP em Barreiras por vários anos. O grupo dela continuou próximo aos promotores da cidade, mas foi derrotado nas últimas eleições, que formou uma lista tríplice que tinha três nomes de oposição.
Operação A Faroeste investiga um suposto esquema de venda de sentenças por juízes e desembargadores do TJ-BA. Segundo a corporação, foi identificada ainda a participação de membros de outros poderes, que operavam a ‘blindagem institucional’ dos ilícitos.
A ofensiva foi aberta por ordem do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, que decretou a prisão temporária de duas desembargadoras do TJ-BA e a preventiva do operador de um juiz.
Além disso, agentes cumprem 36 mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador, Barreiras, Catu e Uibaí, na Bahia, e em Brasília, no Distrito Federal. Segundo a Procuradoria-Geral da República, entre os alvos da ação estão, além de magistrados da corte baiana, servidores do Tribunal de Justiça, membro e servidores do Ministério Público do Estado, servidores da Secretaria de Segurança Pública da Bahia e advogados.
Segundo a PF, foi determinado o afastamento do cargo e função de sete servidores públicos sob investigação.