Assine

Muito além do berimbau: lembranças que fogem do óbvio


 

Cerâmica, fotografia, gastronomia e bebidas representam a identidade local

  • Da Redação

Publicado em 14/02/2009 às 20:30:20
Atualizado em 03/06/2023 às 04:18:40

Pense bem: o que você sugeriria como suvenir a um turista que está visitando Salvador e quer levar um pedacinho da Bahia para casa? Se a idéia foi um berimbau ou uma fitinha do Senhor do Bonfim ou ainda uma camisa do Olodum, ótimo. Mas saiba que existem presentes com a cara do estado que são bem diferentes dessas “figurinhas carimbadas”, mas representam a cultura local com a mesma força.

Cerâmicas de Maragogipinho: belas imagens sacras(Foto: Angeluci Figueredo)

Uma boa garimpada em locais como o Mercado Modelo ou o Aeroporto e um pouquinho de conhecimento sobre o que é produzido - com alta qualidade - na Bahia podem revelar produtos que irão surpreender os mais exigentes visitantes.

O CORREIO fez o percurso e saiu procurando aquilo que está um tanto escondido nos boxes e lojas ou que tem uma história rica e, muitas vezes, pouco divulgada.

O preço nem sempre é dos menores, mas vale a pena ter um suvenir de qualidade em casa, ou simplesmente consumi-lo com amigos.

ARTE POPULAR Aquele conhecido ditado já anuncia: “baiano não nasce, estreia”. Nada mais apropriado quando se trata de arte. E não estamos falando somente de música. Por toda a Bahia, diversos artesãos desenvolvem trabalhos com rara qualidade.

Um ótimo exemplo são as cerâmicas produzidas no distrito de Maragogipinho, município de Nazaré, no recôncavo do estado.O destaque fica para as belíssimas imagens sacras, que retratam os santos tradicionais da fé e da devoção baiana.

No Mercado Modelo, uma panela de barro, ótima para cozinhar moquecas, varia de R$ 18 até R$ 75 no boxe Tempero Baiano. Algumas delas são vidradas com uma técnica própria dos artistas de Maragogipinho.

Guarda-moedas em forma de porquinhos, que podem ser presentes para cranças e adultos, custam bem barato, a partir de R$ 5. Já os santos, encontrados em diversas lojas tanto do Mercado quanto doAeroporto têm uma linha sofisticada, de trabalho minucioso, e, até por isso, um preço um pouco mais salgado.

Com diferentes tamanhos, alguns chegam a custar R$ 250. Outro artesanato bem bacana são os orixás feitos de cobre ou níquel, vendidos em boxes como a GaleriaOxalá, no Mercado Modelo.

Os objetos parecem miniaturas das enormes esculturas do artista Tati Moreno expostas dentro e fora do Dique do Tororó. De acordo com a altura e o detalhismo do trabalho, os valores podem chegar até R$ 700.

Mas se o turista quiser levar um menorzinho, é só pagar apenas R$ 20. Lá também é possível adquirir balangandãs, imponentes máscaras e outros artigos relacionados ao candomblé.

No Aeroporto, podem ser encontrados orixás feitos com resina, vestidos e ornamentados com detalhes de búzios. Cada peça custa em torno de R$ 100, investimento que vale a pena para ter uma obra tão bacana em casa.

Sem risco de errar: aposte nos livros Entre as muitas publicações com a cara da Bahia, à venda numa livraria no Aeroporto, o destaque vai para o fotógrafo que mostrou a vida e arte do povo baiano como ninguém.

Livros de fotografia são uma boa lembrança da Bahia(Foto: Angeluci Figueredo)

O francês Pierre Verger é autor de diversas obras de intensa e imensa qualidade, que retratam os costumes locais. Um dos mais bonitos, sem dúvida, é Retratos da Bahia, à venda por R$ 220.

Se o visitante quiser aprender um pouquinho da culinária que tanto o agradou, é só adquirir um exemplar de A cozinha africana da Bahia ou A cozinha praiana da Bahia, ambos de Guilherme Radel.

O sal é um dom, com receitas de dona Canô, a matriarca dos Velloso, também é uma ótima pedida para os aprendizes de chef.

Vinhos e cachaçaProduzidos no Vale do São Francisco, os vinhos e espumantes da Miolo já são destaque na produção nacional. O espumante Terranova Blanc de Blancs Brut pode ser comprado por pouco mais de R$ 20.

A vinícola, de origem gaúcha, possui uma fazenda no município de Casa Nova, no norte do estado, e está em franca ascensão. Mas, se a prefrência for por algo mais forte, a indicação é uma boa garrafa de Abaíra, cachaça produzida no município do mesmo nome na Chapada Diamantina.

A pinga varia de R$ 15 a R$ 28 no Mercado Modelo, foi a única baiana no ranking das 20 melhores cachaças do país realizado pela revista Playboy.

Charutos e cigarrilhas A Bahia sempre foi conhecida como a Terra do Cacau. Mas, nos últimos anos, tanto devido à crise da produção cacaueira provocada pela vassoura-de-bruxa quanto por um grande investimento, a produção de charutos levou o estado a ser reconhecido como um dos melhores exportadores do mundo pelos especialistas no assunto.

Charutos e cigarrilhas: lembrança incomum das terras baianas(Foto: Angeluci Figueredo)

Os artesanais charutos baianos, do tipo long-filler, são feitos artesanalmente e têm forte sabor. Alguns deles são exportados para países como China, Bélgica, Alemanha, Estados Unidos e Rússia e reconhecidos com tendo qualidade similiar à dos famosos charutos cubanos.

Na Tabacaria Corona do Aeroporto, existem diversas marcas baianas de qualidade e preço diferentes. Os charutos da linha Artist Line, da Dannemann, são produzidos em São Félix e custam a partir de R$14,20 a unidade.

Já o Dona Flor, da Menendez Amerino, feitos em São Gonçalo dos Campos, variam entre R$ 15 e R$ 28 cada e vem em caixas com belas imagens.

De Cruz das Almas, originam- se duas marcas Le Cigar, entre R$ 14 e R$ 17, e Leite & Alves, entre R$ 10 e R$ 15. Os charutos são uma lembrança diferente que representa toda qualidade da cultura baiana.

ChocolateDa terra de Gabriela Cravo e Canela, vem uma das delícias que mais chamam a atenção dos turistas. No Aeroporto Internacional de Salvador Deputado Luís Eduardo Magalhães, uma loja vende o chamado chocolate caseiro de Ilhéus de diversas formas.

Chocolates de Ilhéus: verdadeira delícia baiana(Foto: Angeluci Figueredo)

Os saquinhos de cacau em pó são os mais procurados pelos visitantes. O de meio quilo custa R$ 17 e o de 200 gramas, R$ 8. No peso, diversos chocolates com recheios tipicamente baianos ou de outras regiões - como pimenta, caju, coco e cupuaçu -, temo valor de R$14 a cada 100 gramas.

O Choc 70, a R$3, com 70% de cacau, também é muito procurado, assim como o Acetato com seis cacaus, por R$ 26.

(Notícia publicada na edição de 14/02/2009 do CORREIO)