Bandeira da Revolta dos Alfaiates é hasteada na Praça da Piedade
Ação da Sepromi tem objetivo de visibilizar herois da luta contra o racismo no Estado
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Da Redação
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Lançar um olhar sobre as batalhas e heróis do passado para pavimentar um futuro com menos desigualdades sociais e combatendo-se o racismo. Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga, João de Deus Nascimento, Manuel Faustino dos Santos Lira e Lucas Dantas do Amorim Torres, heróis da Revolta dos Búzios, foram homenageados nesta quinta-feira (12), na Praça da Piedade, onde foram enforcados e esquartejados, no ano de 1799.
A bandeira do levante popular por liberdade, que completa 223 anos, foi hasteada na Praça da Piedade. O ato teve presença das das secretárias de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, e da Cultura, Arany Santana, e de representantes do movimento negro e da sociedade civil.
Vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento das Comunidades Negras (CDCN), Lindinalva de Paula comentou sobre a importância da preservação da memória e da história do povo negro. Ela afirma que trazer esses heróis negros para a história, com uma homenagem num lugar público, potencializa e fortalece a luta pela igualdade racial.
"É uma reparação histórica para as nossas crianças e adolescentes saberem que nós também temos heróis e heroínas negras. Políticas afirmativas são imprescindíveis, porque se a gente melhora as condições do negro, a gente melhora as condições da população de uma maneira geral”, declarou.
Coordenador nacional de Entidades Negras, Gilberto Leal afirmou que a Bahia é um local importantíssimo na história de lutas negras no Brasil, lembrando que foi o centro das principais revoltas negras no país.
"O papel da Bahia já é histórico e importante. É um estado de maioria da população negra, mais de 80% no estado e também na capital. Mas o negro também é maioria nos presídios, entre moradores de rua, entre os desempregados. Esses são dados que a estatística oficial mesmo mostra. Então, a Bahia é um estado cuja responsabilidade no processo de reparação da dívida histórica é preponderante, porque aqui se instala um processo político e cultural também. A cultura da Bahia é uma cultura marcada pelas expressões de matrizes africanas”, afirmou.
Edital Na ocasião, também foi lançado o Edital da Década Afrodescendente, que vai investir R$ 3 milhões em iniciativas da sociedade civil de combate ao racismo e à intolerância religiosa. O edital já foi publicado no Diário Oficial do Estado.
Titular da Sepromi, Fabya Reis afirmou que essas ações são exemplos de tentativas de reparação históricas desenvolvidas pelo Estado. O Edital vai selecionar 60 organizações para fomentar ações e iniciativas da sociedade civil e do movimento social negro.
"Temos o nosso Centro de Referência Nelson Mandela, que acolhe vítimas de racismo e intolerância religiosa e pode ser acionado pelo 71 3117-7448. Temos nossos órgãos colegiados. Nós seguimos no diálogo com a sociedade civil, com ações institucionais para que as políticas de igualdade racial sigam fortalecidas”, disse a secretária.