Bahia já tem primeiro São João cancelado por causa do coronavírus
Prefeitura acredita que haverá queda de receitas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)
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Mario Bitencourt
mario.bitencourt@redebahia.com.br
A Bahia já teve o seu primeiro São João cancelado por causa do coronavírus. Trata-se do município de Conceição do Almeida, no Recôncavo da Bahia, que achou mais prudente não realizar a festa. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pela prefeitura local, que já havia suspendido as aulas por 15 dias, com previsão de prorrogação.
Em entrevista a uma rádio local, o prefeito Adailton Campos Sobral (PSD) disse que a gestão municipal optou pelo cancelamento porque "haverá queda de receitas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) por parte do Governo Federal".
“Se o país parou de produzir, automaticamente a receita cai. Nós vivemos de FPM e ele deve cair de 40% a 50%. Hoje já trabalhamos no limite. É uma decisão que não é fácil, de dois dias pra cá tenho sofrido muito por conta disso”, declarou o gestor, que “acha difícil alguma cidade da região conseguir fazer o São João com essa crise”.
Num comunicado nas redes sociais, a prefeitura de Conceição do Almeida declarou que “todos os esforços e recursos são para garantir a saúde e o bem-estar de todos. As equipes de saúde estão recebendo capacitação contínua e seguirão a postos para atender adequadamente a população”.
Ainda segundo a prefeitura, o cancelamento do São João do Almeidão 2020 é uma orientação da União das Prefeituras da Bahia (UPB), com quem o CORREIO tentou contato nesta quarta, mas não teve retorno.
Em seu site oficial, a UPB divulgou que teve uma reunião com a Secretaria de Saúde da Bahia e divulgou uma lista de recomendações às prefeituras, dentre elas a suspensão de eventos com mais de 50 pessoas e outras aglomerações. O documento, no entanto, não cita o São João.
Suspensão de visitas a parques A visita pública a unidades de conservação nacional está suspensa por sete dias em todo o Brasil, por conta do avanço do novo coranavírus, segundo anunciou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente.
Na Bahia, a suspensão, que começou a valer nesta terça-feira (17), atinge os seguintes Parques Nacional: Histórico do Monte Pascoal, Marinho de Abrolhos, da Chapada Diamantina (BA), do Descobrimento, do Monte Pascoal, do Pau Brasil e Grande Sertão Veredas, que abrange também áreas de Minas Gerais.
A medida atende as orientações do Ministério da Saúde e visa contribuir para a segurança da população neste momento em que é necessário evitar aglomerações, informou o ICMBio.
De acordo com o órgão federal, o turista que tiver comprado ingresso para algum atrativo em parque nacional deverá solicitar o cancelamento dos bilhetes, compra dos serviços e reembolso diretamente à concessionária que atua prestando essas atividades.
O Parque Nacional do Pau Brasil, em Porto Seguro, extremo sul da Bahia, é o único do estado que é administrado por concessionária, que no caso é a BR Parques, com quem o CORREIO tentou contato nesta quarta-feira, mas no local só havia o vigilante. De acordo com o ICMBio, todos os concessionários já foram comunicados da suspensão.
Prefeituras de cidades da Chapada também publicaram decretos com o objetivo de conter a disseminação da Covid-19. Em Lençóis, portal de entrada da Chapada, o decreto publicado nesta quarta suspende aulas da rede pública e particular por 15 dias e eventos autorizados pela gestão municipal por 30 dias.
A Prefeitura de Mucugê também suspendeu as aulas por 15 dias, além de mandar fechar por igual período o Parque Municipal do Projeto Sempre-Viva. Eventos foram cancelados até 30 de abril e foi recomendado que se evite aglomerações em locais fechados, feiras livres, bares, restaurantes, pousadas, hotéis e academias. Seguindo outras prefeituras do estado, a do município de Itaparica decidiu, por meio de decreto publicado nesta terça, suspender as aulas da rede pública e particular por 10 dias, além de proibir eventos com mais de 50 pessoas. Determinou ainda que bares e restaurantes funcionem com as mesas com dois metros de distância entre si.