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Acelen inicia construção de Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial


 

Com financiamento de R$ 258 milhões, local poderá germinar 1,7 milhões de sementes por mês e produzir 10 milhões de mudas por ano

  • Da Redação

Salvador
Publicado em 17/10/2024 às 16:53:45
A Acelen aposta em um projeto focado na produção de combustíveis renováveis a partir da macaúba. Crédito: Divulgação

A Acelen, empresa de energia criada pelo fundo Mubadala Capital, iniciou a construção, em Montes Claros (MG), de um moderno Centro de Inovação Tecnológica Agroindustrial – Acelen Agripark – que terá papel fundamental no desenvolvimento da macaúba, planta brasileira de alto poder energético. Unindo pesquisa, inovação e tecnologia, o objetivo é promover o aumento de eficiência da matéria-prima, garantindo a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia.

O Acelen Agripark terá investimento total de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Construído em uma área de 138 hectares, dos quais 59 hectares serão destinados a experimentos (com oito áreas experimentais e uma de controle), o local terá capacidade de germinar 1,7 milhão de sementes por mês e produzir 10,5 milhões de mudas por ano.

Todo esse trabalho será feito a partir do mapeamento de maciços com maior potencial de produção de óleo, que estruturarão o banco de germoplasma, selecionando as melhores plantas para a produção de sementes, clonagem e melhoramento genético. Além disso, o empreendimento conta com 13 hectares de Reserva Legal, 41 hectares destinados à Área de Preservação Permanente (APP) e restauração ambiental, e outros 5 hectares dedicados ao viveiro para produção de mudas e sementes.

Para o CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, o Acelen Agripark reforça todo o potencial da inovação agroindustrial do país, o que tornará a empresa uma das grandes produtoras de combustíveis renováveis do mundo. “Nascemos com o propósito de participar ativamente e acelerar a transição energética global, e agora, apostamos fortemente no agro. Em um ecossistema robusto e integrado formado por uma equipe altamente qualificada e parceiros experientes, vamos oferecer ao mundo uma solução viável e inovadora, sustentável de ponta a ponta”, ressalta o executivo.

Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, destaca a relevância da iniciativa para o Brasil se tornar um grande produtor de combustível sustentável de aviação. “É um projeto extremamente importante, pois tem impacto social, ambiental, muita governança corporativa e desenvolvimento de tecnologia”, disse.

Vale destacar que o Acelen Agripark também desenvolverá outros processos fundamentais para a eficiência e ganho de produtividade, como: condução de ensaios de germinação; desenvolvimento de protocolo próprio de germinação; germinação de sementes e produção de mudas; processos automatizados/robotizados com foco na redução de perdas e custos; implementação de cultivos experimentais com foco na adaptação da espécie e melhoria da produtividade do óleo; construção da planta piloto com desenvolvimento do processo e domínio da tecnologia para extração de óleo e coprodutos úteis; unidade de extração de sementes, caracterização e ensaios de processamento dos produtos e coprodutos.

Sobre o projeto da macaúba da Acelen

A Acelen aposta em um ambicioso e inédito projeto focado na produção de combustíveis renováveis a partir da macaúba, planta brasileira de alto poder energético, que é de 7 a 10x mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja. Serão investidos em torno de USD$ 3 bilhões na primeira unidade integrada para produção de combustíveis renováveis HVO e SAF.

A estratégia, inédita para o uso da macaúba, prevê ainda o cultivo de 180 mil hectares em Minas Gerais e na Bahia. Outro ponto importante é que o projeto da Acelen possui uma localização estratégica, o que permitirá ainda, transformar áreas degradadas em produtivas, resultando em um impacto socioeconômico de US$16 bilhões nestas regiões.

Da semente ao combustível, a Acelen vai transformar pastagens degradadas em plantações de macaúba para a produção de 1 bilhão de litros de combustíveis por ano em sua primeira planta na Bahia. Vale destacar que os biocombustíveis da Acelen serão totalmente drop in e com potencial de reduzir 80% das emissões de CO2, em comparação aos combustíveis fósseis, isso sem considerar o sequestro de carbono.

Sobre o cultivo de macaúba em 180 mil hectares de pastagens degradadas em Minas Gerais e na Bahia, 20% dessas plantações serão destinadas à parceria com agricultura familiar e pequenos produtores. Além da geração de mais de 90 mil empregos para a implementação de uma nova cadeia produtiva, o projeto de macaúba da Acelen vai criar oportunidades econômicas e sociais desde a germinação da semente até a distribuição dos combustíveis, tornando a companhia um vetor de desenvolvimento sustentável.