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'Eu era como qualquer moleque que estudava e jogava futebol', diz  baiano que, após o Afro, virou modelo internacional


 

Ziggy Moa está há sete anos no exterior e já trabalhou para marcas como Coca-Cola, Adidas e Nike

  • Luiza Gonçalves

Salvador
Publicado em 30/10/2024 às 09:01:24
'Eu era como qualquer moleque que estudava e jogava futebol', diz baiano que, após o Afro, virou modelo internacional. Crédito: CORREIO/Gabriel Cerqueira

Há 10 anos, o Afro Fashion Day reúne talentos da moda e novos rostos das passarelas para celebrar a identidade negra em Salvador. Na sua primeira edição, em 2015, dois jovens chamaram a atenção do público: os irmãos gêmeos Juan e Raul, que haviam sido descobertos pouco tempo antes pelo booker Vinny Vasconcellus após um desfile amador na escola onde estudavam. Da passarela do Afro, eles embarcaram para uma temporada de quatro meses como modelos na Tailândia e participaram novamente do AFD em 2016.

“Minha vida antes do Afro era baseada em tentar uma chance de ter sucesso. Eu era como qualquer outro moleque que estudava e jogava futebol, e surgiu a oportunidade de desfilar em um evento na minha escola. Foi a primeira vez que ouvimos falar disso, porque a gente nunca tinha pensado em ser modelo”, explica Juan. Seguindo caminhos diferentes, apenas ele continuou na moda após o segundo desfile. Hoje, é conhecido como Ziggy Moa, modelo internacional há sete anos, ganhando o mundo pelas lentes das câmeras e fashion shows.

Veja o mini-doc completo sobre Ziggy Mo:

“O Afro foi um dos grandes eventos que eu fiz, de verdade, e ainda foi no começo da minha carreira. Usei uma marca local, e foi muito legal, pois além dos modelos, tiveram alguns artistas que participaram do desfile, e eu não esperava estar ao lado deles. Depois disso, apareceram mais trabalhos. Acho que o Afro tem muita importância hoje, especialmente para a nova geração, pois às vezes a gente esquece nossas raízes, e o Afro resgata essa memória e valoriza nossa cultura”, partilha Ziggy.

Desde 2017, Ziggy transitou pela moda em países como Índia, China, Malásia, Hong Kong, Itália, Suíça e Emirados Árabes, onde atualmente reside, em Dubai. Dentre as vivências, ele destaca a China como um país que ganhou seu coração, tendo aprendido, inclusive, a falar chinês nas temporadas que passou por lá. “Na China, a cultura era totalmente diferente, mas foi o mais interessante para mim. Eu voltaria sem dúvida. Em Xangai, eu me apaixonei de verdade, eu olhava para a cidade e parecia um cenário de cidade cyberpunk, me senti uma criança lá. Foi algo muito incrível para mim”, afirma.

O modelo já participou de fashion shows, showrooms e campanhas para marcas como Coca-Cola, Forever 21, Benetton, Oppo, Adidas, Puma, Nike, Umbro, Sun & Sand Sports, Starter, Dickies e Paul Frank, entre outras. Além disso, realizou trabalhos audiovisuais como séries e filmes. Ziggy reflete sobre os desafios e a competitividade na carreira de modelo durante esses anos, destacando a necessidade de reconhecer que ser modelo é uma profissão que envolve dedicação, esforço e preparo. “Muitas vezes, nosso trabalho não é muito respeitado, e isso não vem apenas de pessoas que não estão na área da moda”, desabafa. Já em relação aos pontos positivos, ele destaca a possibilidade de, através da moda, ter contato com outras culturas, viajar e trabalhar na sua autoconfiança.

Para os novos modelos, o baiano aconselha que se mantenham concentrados e não se comparem com os outros: “Você é único, só precisa focar em você para conseguir ter sucesso”, orienta.

Mini docs Afro Fashion Day:

Editor de Mídia e Estratégia Digital: Jorge Gauthier

Estagiária de cultura: Luiza Gonçalves

Equipe de mídias: Eduardo Bastos, Arthur Leal e Gabriel Cerqueira

O Afro Fashion Day é um projeto do jornal Correio com patrocínio da Avon e Bracell, apoio CAIXA, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport e Wilson Sons e apoio institucional do Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador.