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Dez perfis no Instagram que abordam questões raciais e valem a pena acompanhar


 

CORREIO listou páginas que discutem raça, racismo e trajetórias negras sob vertentes que vão desde discussões históricas até abordagens humorísticas

  • Larissa Almeida

Publicado em 20/11/2023 às 09:01:46
Carla Akotirene. Crédito: Divulgação

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), tem como intuito ser um dia dedicado à memória da resistência, força e história dos negros na luta contra o racismo. A existência de uma data voltada ao enfretamento do preconceito de raça no calendário brasileiro, contudo, não exclui a possibilidade de um exercício diário de reflexão sobre o tema. Afinal de contas, raça, assim como os demais marcadores sociais – como gênero e sexualidade – atravessam as pessoas todos os dias em diferentes áreas da vida. É por isso que, em uma sociedade cada vez mais conectada às telas e à internet, a oportunidade de conhecer sobre raça, racismo e trajetórias de pessoas negras pode estar a poucos cliques de distância e com diferentes tipos de abordagem. O CORREIO listou alguns perfis no Instagram que tratam o tema sob diferentes vertentes, sejam ela históricas, a partir de situações do cotidiano, em conexão com a religião e sexualidade ou através do humor. Confira abaixo:

1) Carla Akotirene (@carlaakotirene)

Carla Akotirene é uma mulher baiana, preta, doutora em Estudos de Gênero, Mulheres e Feminismos pela Universidade Federal da Bahia. Em seu perfil no Instagram, ela discute – através de vídeos, lives e textos em publicações – questões de raça, como colorismo, intelectualidade negra, presença negra no ensino superior, reparação histórica, ancestralidade e religiosidade. Também é possível encontrar reflexões dela que partem de vivências do cotidiano e envolvem pessoas do mundo artístico para discutir a relação entre saúde mental e racismo, assim como privilégio e feminismos plurais – a partir de uma perspectiva não branca.

2) Pra Preto Ler (@prapretoler)

Criado pelas psicólogas Bárbara Borges e Francini Gomes, o perfil Pra Preto Ler tem como propósito auxiliar a comunidade negra a exercitar o autoconhecimento emocional, tendo raça como um dos fatores relevantes para esse exercício. Na página, questões como a solidão, saúde mental da população negra em espaços de trabalho e impactos do racismo no psicológico de quem sofre fazem um convite de reflexão aos seguidores.

3) TransPreta (@transpreta)

A comunicadora e historiadora Giovanna Heliodoro é uma mulher trans preta que, por meio do seu perfil no Instagram, propõe debates sobre transexualidade e as violências a que estão sujeitos os corpos pretos no Brasil. Em quadros que têm ela como apresentadora na própria rede social, Giovanna também tira dúvidas a respeito da escravidão, do vocabulário para retratar expressões de gênero e sexualidade, assim como assuntos que estão em alta na política. Com tudo isso, ela ainda encontra tempo para divulgar seu estilo de vida com fotos de viagens e posts voltados para a moda.

4) Maíra Azevedo (@tiamaoficial)

Com vídeos sempre focados no rosto para se aproximar do público, a baiana Maíra Azevedo – mais conhecida como Tia Má – fala com seus seguidores sobre os mais diversos assuntos como se fosse uma amiga de longa data, uma mãe ou até mesmo uma tia. Entre os temas mais abordados, estão dilemas do cotidiano, raça e empoderamento feminino. Definindo-se como mulher preta, gorda, nordestina, mãe solo e candomblecista, Maíra também dá dicas para seus seguidores a partir das suas vivências com o afeto e com a luta contra o preconceito.

5) Uma Intelectual Diferentona (@uma_intelectual_diferentona)

Conhecida como Uma Intelectual Diferentona, a professora Bárbara Carine é fundadora da escola Maria Felipa, primeira unidade de ensino afro-brasileira registrada em uma secretaria de educação do Brasil. No seu Instagram, ela fala sobre racismo, educação, branquitude, letramento racial, decolonialidade, entre outros temas. Sempre através de vídeos, sua linguagem já alcança mais de 380 mil seguidores que buscam conteúdos sobre educação antirracista.

6) João Seu Pimenta (@joaoseupimenta)

Humorista, escritor e roteirista, João Pimenta é um dos mais antigos influenciadores baianos a abordar temas relacionados à vivência de pessoas negras e periféricas com humor. Em seu perfil no Instagram, que acumula mais de 950 mil seguidores, ele publica pequenos cortes dos seus shows de comédia que discutem relações familiares, racismo e branquitude. Ainda, há espaço para os ‘reacts’, vídeos em que ele aparece comentando cenas polêmicas de preconceito racial ou de classe. Versátil, João também se dedica a fazer conteúdo relacionado à cultura geek – mas sem perder o humor, a baianidade e a criticidade.

7) Muro Pequeno (@muropequeno)

Criado pelo baiano Murilo Araújo, que vive no Rio de Janeiro, o Muro Pequeno é um perfil que se dedica a discutir relações raciais, afeto, sexualidade, gênero e ancestralidade. Além de idealizador, Murilo é o rosto dos seus conteúdos. Autodenominado como bicha negra cristã e militante, ele explora as raízes históricas do racismo, fala sobre sua infância como homem gay e sua forma de lidar com o cristianismo e a luta política por direitos.

8) Grana Preta

Administrado pela consultora baiana Amanda Dias, o perfil Grana Preta compartilha conteúdos voltados para educação financeira da comunidade negra, dando dicas sobre como manter um bom relacionamento com o dinheiro e debatendo temas como a fome, a luta de classes, a noção de construção coletiva de prosperidade e os diferentes custos de vida para a população negra. Na página, também é discutido o impacto do racismo sobre a relação dos negros com a vida financeira.

9) Jacira Potinta Monteiro (@jacirapvm)

Que o racismo é crime todo mundo sabe, mas ele também é pecado. É isso que defende Jacira Potinta Monteiro, mestranda em Educação, Arte e História da Cultura e Pós graduanda em Teologia, que aborda, em seu perfil, a relação entre o cristianismo e o racismo. Cristã, ela propõe reflexões baseadas nos ensinamentos da Bíblia e nos conhecimentos sobre raça e identidade para mostrar que o preconceito de raça vai na direção oposta a criação divina cristã – que tem como princípio a criação do ser humano a imagem e semelhança de Deus.

10) Luana Carvalho (@lxccarvalho)

Engajada na luta contra o racismo e a gordofobia, a ativista e modelo gaúcha Luana Carvalho produz conteúdo diário para seus mais de 100 mil seguidores no Instagram, onde fala sobre autoconhecimento, autoestima e moda. Divulgando seu estilo de vida através de rotinas de autocuidado, viagens, leituras e vestimentas, ela dá dicas sobre relacionamentos, fala sobre afeto e posa para fotos – de maneira natural, mas sem perder de vista a vinculação com o Body positivity (positividade corporal), movimento focado na aceitação de todos os corpos, independentemente do tamanho, forma, tom de pele, género e capacidades físicas.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro

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