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Contagem regressiva: saiba como foi o último ensaio geral do Afro Fashion Day 2024


 

Modelos, músicos e produtores se reuniram na Praça 2 de Julho para últimos ajustes antes da edição comemorativa dos dez anos do evento

  • Larissa Almeida

Publicado em 01/11/2024 às 05:00:00
Último ensaio antes do Afro Fashion Day 2024. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

Na contagem regressiva para a instalação da passarela mais negra do Brasil, apresentando as belezas da Bahia, a Praça 2 de Julho, no Campo Grande, recebeu, nesta quinta-feira (31), modelos, produtores, músicos, diretores e técnicos, que se reuniram para o último ensaio antes da 10ª edição do Afro Fashion Day (AFD), evento de moda afro realizado pelo CORREIO.

Envolvidos nos ajustes finais, os diretores artísticos e musicais adiantaram que o evento terá, como um dos grandes diferenciais, o repertório musical focado na música preta. "Nós estamos misturando a música ancestral das percussões com os beats eletrônicos do DJ Mauro. Estamos fazendo essa simbiose de sons e ritmos, trazendo toda a nossa diáspora, que envolve os ritmos de África, os ritmos religiosos e os cânticos. Vamos trazer Mateus Aleluia, Neguinho do Samba e lembrar Carlinhos Brown, bem como toda essa massa que trouxe até nós a cultura rica que temos na Bahia", destacou o cantor e compositor Thiago Pulgah, que é responsável pela produção musical do Afro Fashion Day.

Em meio aos testes de luz e áudio, pouco a pouco, os modelos foram chegando e se acomodando nos lugares reservados para a plateia. No centro das atenções, estavam as percussionistas, que ensaiavam o tema de abertura do evento, com a direção de Gil Alves. Enquanto coordenava o local de cada uma no palco e a sincronia da música com a coreografia, o diretor artístico fez uma pausa para contar um pouco sobre a exibição que o público verá nesta sexta-feira (1°).

"Construímos três atos. O ato de percussão ancestral, que é a abertura, tem Ana Paula Búzios e Joelma Silva, que são as cantoras que vão participar dessa primeira parte. Temos o ato de percussão festiva, que é com a Rafa Chagas e Tiago Pugah, e o ato da percussão contemporânea, com a banda Quabales, que traz elementos mais afrofuturistas dentro do contexto e outros elementos que colaboram com a percussão da música baiana", disse.

A composição cênica do desfile tem como pilar a sincronia entre todos os atos. Em cada um deles, haverá uma paleta de cores e uma tela de LED com transmissão durante todo o tempo do evento para que todos consigam ver os modelos de perto. Uma transição entre atos ainda inclui uma homenagem aos 50 anos do Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do mundo. "Vai ser digno de uma celebração de 10 anos, afinal, o AFD é uma celebração icônica. É um marco especial de maturidade de um projeto afrocentrado", apontou Gil Alves.

Luciana Gomes, gerente comercial e de marketing do CORREIO, afirmou que a expectativa é a melhor possível. "O Afro é um dos melhores e maiores projetos que o Jornal Correio faz. A expectativa é que seja, de fato, muito lindo, seguro, harmônico, com a alegria de um grande protagonismo negro pela primeira vez no Campo Grande. É um evento realmente grandioso e imponente", enfatizou.

No que depender das modelos escolhidas para desfilar na passarela mais negra do Brasil, imponência é um componente que não vai faltar. Para garantir que isso seja possível, a modelo Laura Guimarães, 19 anos, conta que tem cuidado da alimentação e investido na hidratação do cabelo para brilhar no palco. "Depois de três anos, eu consegui passar no Afro. É um sonho, eu estou muito realizada e feliz, então tenho expectativas enormes. Pretendo arrasar e estou aqui justamente para ver a passarela, na intenção de não errar nada amanhã", contou.

A modelo Luana Ferreira, 27 anos, participou do AFD em uma das primeiras edições. Ela chegou a modelar em São Paulo por dois anos, mas voltou para casa determinada a se lançar no axé enquanto religião e enquanto expressão de moda. "Uma baiana precisa se recarregar, por isso, eu pedi a meu produtor para participar da seletiva e consegui estar aqui. Estou me sentindo em casa, acolhida e nervosa como se fosse a primeira vez, mas também estou animada. Minha família, amigos e pessoas que eu amo vão estar aqui, então é como estar em êxtase", frisou.

Luana Ferreira durante teste na passarela. Crédito: Paula Fróes/CORREIO

A veterana Vitória Nascimento, 16, que já participou do Afro Fashion Day em duas oportunidades, garante que a ansiedade não é exclusiva de novatas ou daquelas que estão se reencontrando com os palcos. Sem dormir direito desde quinta-feira, ela conta que até o ensaio lhe causa emoção. "Só de pensar no ensaio de hoje, acabei indo dormir às 3h. Quando cheguei aqui, escutei a música de abertura do evento, que toca a alma de um jeito que me arrepia toda. Estou animada, sobretudo para pisar no palco", pontuou.

Com o tema "Música – Resgatando raízes e elevando vozes", o Afro Fashion Day será realizado nesta sexta-feira (1°), a partir das 11h, com a Feira da Sé, atrações musicais e oficinas gratuitas. Já o desfile com artistas e estilistas baianos será a partir das 19h, com acesso gratuito pela entrada em frente ao Teatro Castro Alves. Neste ano, quase 40 marcas de moda baianas e 75 modelos vão participar do evento, que terá a maior estrutura da história, com 13 metros de largura de palco e 75 metros de extensão da passarela.

O Afro Fashion Day é um projeto do jornal Correio com patrocínio da Avon e Bracell, apoio CAIXA, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport e Wilson Sons e apoio institucional do Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador.